HOJE NO
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Cavaco Silva defende reindustrialização
. com o apoio da União Europeia
O Presidente da República, Cavaco Silva, defendeu hoje que a retoma
dos "caminhos da reindustrialização" deve ser encorajada pela União
Europeia, que deve apoiar os Estados-membros na reestruturação das suas
economias.
O Chefe de Estado afirmou que Portugal deve ser hoje "motivo de
esperança", apontando que o país "sempre foi maior quando se abriu ao
Mundo, quando não teve medo da aventura e do risco".
"Esta é a lição da História, o ensinamento que devemos assumir num
tempo que será o que dele fizermos", declarou Cavaco Silva, no
encerramento de uma conferência que assinalou os 40 anos do semanário
Expresso, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Na sua intervenção, o Presidente defendeu que a União Europeia "deve apoiar os Estados na reestruturação das suas economias".
"Retomar os caminhos de reindustrialização, como agora é defendido
por alguns Estados, entre os quais Portugal, é opção que deve ser
encorajada", sustentou.
Segundo o Presidente, "a União Europeia passou a ser, também ela,
uma importante plataforma para o relacionamento de Portugal com o resto
do Mundo", considerando, contudo, que "a opção pela integração europeia e
a aposta no reforço dos laços com outros estados não são opções
alternativas nem muito menos conflituantes", mas "são antes opções que
convergem e interagem".
"Quanto melhor for o nosso desempenho europeu, maior projeção teremos globalmente", defendeu.
Para Cavaco Silva, o euro, que Portugal adotou desde o seu
lançamento, "representa a vanguarda da integração europeia",
considerando que "um eventual fracasso da zona euro teria consequências
desastrosas para a Europa: designadamente, poria em causa o próprio
mercado interno, faria recrudescer nacionalismos arcaicos e
enfraqueceria o papel dos estados europeus na cena internacional".
"A sustentabilidade do euro exige, sem dúvida, uma união económica e
monetária capaz de responder aos desafios que tem pela frente. Mas as
prioridades da agenda europeia não se esgotam no euro", afirmou.
"O aprofundamento da União Orçamental e a construção de uma união
bancária devem ir de par com o efetivo reforço do mercado único - com
destaque, desde logo, para o setor energético - e com uma agenda
claramente orientada para o crescimento económico e para a criação de
emprego", defendeu.
Numa intervenção em que detalhou o tema do seminário - "Portugal no
Mundo" -, o Presidente da República destacou a "relação com os países
lusófonos" e a importância da língua portuguesa, um dos idiomas "em
maior expansão em todo o mundo", e que "África é um aliado poderoso,
tanto pelo peso que detém ao nível das organizações regionais, como pelo
seu valor económico".
A Ásia é outra região em que "a língua portuguesa se assume como um
ativo estratégico, como veículo de cultura, de ciência e de
empreendedorismo", onde existe "um interesse crescente" na aprendizagem
do português, apontou Cavaco Silva.
"A excelência do relacionamento que lográmos alcançar em África
constitui uma singular marca da confiança de que desfrutamos a nível
global. Desde logo, na Ásia, que tão visivelmente se inscreve na agenda
do futuro", considerou.
"Se hoje podemos olhar para a Ásia como uma prioridade, é na nossa
história que encontramos uma base sólida para desenvolver o potencial
que uma parceria reforçada encerra", disse Cavaco Silva numa intervenção
em que lembrou a sua deslocação oficial àquela região do mundo, no ano
passado.
O Presidente aludiu também à diplomacia portuguesa e à participação
do país como membro não permanente no Conselho de Segurança da ONU, à
"vocação atlantista" de Portugal, às relações com a América Latina, para
além da "relação especial com o Brasil", com os "vizinhos do Sul" do
Mediterrâneo em processo de "transição" e deu particular relevo à
Turquia, como "uma excelente oportunidade de acesso aos emergentes
mercados da Ásia Central".
* O grande coveiro apela a ressureição, é lata
.
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