HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Um sinal "fortíssimo" de combate
à violação do segredo
A ministra da Justiça saudou hoje a decisão da Procuradora-geral da República de realizar uma auditoria aos casos de violação de segredo de justiça, considerando ser um " sinal fortíssimo de que há vontade de pôr fim" àquela "disfunção" do sistema.
Falando aos
jornalistas no final da cerimónia que assinalou o início da formação de
80 novos magistrados no Centro de Estudos Judiciários (CEJ), Paula
Teixeira da Cruz referiu ter ficado "muito contente" com a iniciativa da
PGR, Joana Marques Vidal, admitindo que 2013 poderá ser o "ano da
alteração do regime do segredo de justiça".
"Já temos uma
indicação, por parte da PGR, que é, de facto, um início de ano de
combate á violação do segredo de justiça", sublinhou a ministra.
Paula
Teixeira da Cruz entendeu que os resultados da auditoria ordenada pela
PGR "ajudará" a revisitar e a melhorar os mecanismos de regime que, em
sua opinião, não tem funcionado bem, em termos práticos.
Questionada
sobre a excessiva morosidade das investigações, que prolongam o segredo
de justiça no tempo além do que seria razoável, a ministra lembrou que
já apresentou na Assembleia da República uma reforma intercalar do
processo penal que "permitirá abreviar esses prazos, pela diminuição das
diligências dilatórias".
Joana Marques Vidal recusou-se a
adiantar mais pormenores sobre a auditoria, depois de na última
sexta-feira ter ordenado a realização, com caráter urgente, de uma
auditoria aos inquéritos-crime que, nos últimos dois anos, foram alvo de
violação de segredo de justiça.
A Procuradoria justificou a
iniciativa com a urgência em adotar medidas e procedimentos práticos que
possam contribuir para a "erradicação ou para a diminuição
significativa de tais ocorrências" e, ao mesmo tempo, possibilitar uma
"mais fácil sinalização, posterior, da sua autoria ou do momento, fase
ou local, em que tais crimes venham a ocorrer.
No final da
cerimónia de hoje, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha
do Nascimento, desdramatizou as alegadas pressões sobre o Tribunal
Constitucional na questão da fiscalização sucessiva do Orçamento de
Estado para 2013, observando que os "juízes estão todos preparados para
lidar com pressões desse género".
Noronha do Nascimento frisou que
todas as leis "tem um fundo político", mas reconheceu que é o "Tribunal
Constitucional que lida com o mais político das normas de direito, que é
o direito constitucional", que é o "direito que estrutura politicamente
o Estado".
A cerimónia contou ainda com a intervenção do diretor
do CEJ, Barbas Homem, tendo na sessão estado ainda presentes a
procuradora distrital de Lisboa, Francisca Van Dunem, o presidente do
Tribunal da Relação, Vaz das Neves, e o diretor da Polícia Judiciária,
Almeida Rodrigues, entre outras figuras ligadas à justiça.
* Pode a Sra Ministra deixar de se colar às decisões da Sra. Procuradora e dinamizar acções na parte que lhe compete para melhorar a justiça em Portugal. Os ministros da Justiça são grandes responsáveis pelo exíguo investimento estrangeiro no país.
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