HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Treze mil vivem em carros e barracas
Fernando
Santos, de 44 anos, vive há perto de três meses num carro em Porto Alto,
no concelho de Benavente. Em Portugal há 13 mil pessoas que vivem em
carros, armários ou barracas, segundo os últimos dados do Instituto
Nacional de Estatística. No total são 6633 famílias que não possuem
rendimentos ou apoios sociais que lhe garantam viver numa casa.
Motorista, ficou desempregado há ano e meio. Desde
então não teve qualquer apoio da Segurança Social. Fernando Santos é
mais um exemplo de quem não consegue resolver sozinho os problemas
levantados pela crise.
Além da carência
habitacional, Fernando Santos enfrenta também graves problemas de saúde.
Vítima de depressão, deixou de tomar a medicação diária. "A falta de
dinheiro leva, por exemplo, a que não tenha possibilidade de comprar uns
óculos. Também estou a perder os dentes e não tenho possibilidade de ir
ao dentista", referiu.
Divorciado e com três
filhos, que ficaram a viver com a mãe, Fernando Santos explicou que não
consegue ver um futuro. "Os trabalhos que arranjo são precários. Vivo de
fretes que faço para os armazenistas", acrescentou.
Natural
de Soure, conta que dormir num carro é perigoso. "A fim de evitar um
possível assalto procuro passar as noites em locais diferentes. Tento
ficar junto de estações de serviço, ou rulotes de venda de bifanas",
disse.
"Para as necessidades básicas, peço nos armazéns para me deixaram tomar banho" acrescentou.
Nesta
altura do ano, o maior desafio é o frio. "É muito difícil sobretudo de
madrugada. Por vezes, as pernas ficam de tal maneira geladas que parece
que não tenho força", referiu.
* Estas situações são obra dos partidos do "covil da governação"
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