25/01/2013


HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"

Em causa o fim dos cursos de engenharia 
Alunos da Católica em "pânico" 

Os alunos de Engenharia da Universidade Católica estão em "pânico" com o fim dos cursos "já em fevereiro", por decisão do Conselho Superior, que deverá garantir a conclusão dos estudos na instituição apenas aos finalistas. 

Na associação de estudantes de Engenharia da Universidade Católica Portuguesa, o ambiente é entre o “pânico” quanto ao futuro e a “desilusão” pela forma como foi tratado o processo de acabar com os cinco cursos de Engenharia. “Disseram-nos que os alunos que estão no último ano ainda poderão terminar a licenciatura aqui na Católica. Assim como os alunos de mestrado. Já todos os outros, que ainda não estão na iminência de terminar serão transferidos já no próximo semestre”, contou à Lusa a presidente da associação de estudantes de Engenharia, Sónia Vaz. 

Os alunos dos cursos de Mecânica, Civil, Biomédica, Informática e Industrial desconhecem ainda para onde serão transferidos, apesar de o segundo semestre começar já em fevereiro. As dúvidas poderão ficar esclarecidas durante a tarde de hoje, já que está agendada uma reunião para as 14h30 entre os estudantes e a reitora da universidade, Maria da Glória Garcia. 

 Em plena época de exames, os alunos foram surpreendidos pela decisão através de um comunicado da Reitoria e da Direção da Faculdade, divulgado internamente esta quinta-feira. "A Universidade Católica Portuguesa procura agora soluções que acautelem devidamente o percurso académico dos estudantes, bem como a situação dos docentes e funcionários, após análise cuidada e detalhada de cada caso”, informa o comunicado enviado às redações. Sónia Vaz disse que o ambiente é de desilusão: “Os alunos estão desiludidos pela forma como foi encaminhado o comunicado, sem nenhum esclarecimento aos alunos, que ficaram todos em pânico. Nem sabem se têm de estudar para os exames”. 

Entre os alunos paira o receio de que se repita a história que recentemente envolveu o fim do curso de arquitetura da Católica. “Há cerca de três anos acabaram com o curso e os alunos foram integrados no (Instituto Superior) Técnico mas, no ano seguinte, tiveram de se candidatar como alunos externos e não conseguiram ficar no Técnico. 

Ficaram abandonados e tiveram de se candidatar a outras Faculdades. Queremos garantias de que não corremos esse risco”, afirmou a presidente da Associação de Estudantes. Os alunos dos cursos de Engenharia da Universidade Católica gastam, em média, mais de cinco mil euros por ano em propinas. “Num semestre em que os alunos façam os 30 créditos, a mensalidade é de 508 euros”, lamentou Sónia Vaz, sublinhando que em causa está o futuro de cerca de 130 alunos dos cinco cursos. 

Segundo explicou Sónia Vaz, nos últimos anos, a Universidade tem vindo a reduzir a oferta de cursos de engenharia: este ano, apenas Biomédica abriu vagas para novos alunos. “Decidiram abrir vagas para Mecânica, Civil e Biomédica, mas este ano só abriu Biomédica, porque foi o único que teve candidaturas suficientes, que rondaram as 25”, recordou, lembrando que no caso de Informática e Industrial, as inscrições para novos alunos já não abrem “há alguns anos”. 

* Os cursos técnicos são caros, implicam grande investimento em equipamentos e laboratórios o que reduz lucros e o espaço que ocupam podem ser utilizados por cursos mais "teóricos", isto é mais lucrativos que são uma bem-aventurança p'ró negócio.

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