17/01/2013


HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

Português lidera equipa que 
estuda sistema de monitorização 
global da biodiversidade 

Uma equipa internacional de cientistas, liderada pelo português Henrique Miguel Pereira, está a desenvolver um sistema de monitorização da biodiversidade, à escala global, que espera estar a funcionar em 2015. 

No fim do ano, o grupo de 30 cientistas prevê concluir a identificação das variáveis essenciais a medir, propondo, como exemplo, a abundância populacional de espécies ou a sua diversidade genética. Henrique Miguel Pereira, investigador do Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, disse à agência Lusa que, apesar da "crescente preocupação relativamente à perda da biodiversidade", não há "um sistema de monitorização global" que avalie "como está a evoluir" anualmente. 

As variáveis selecionadas seriam medidas, combinando observações remotas por satélite, com observações obtidas por organizações locais, regionais, nacionais e internacionais. 
 O projeto, que se propõe "harmonizar as diferentes variáveis" usadas pelos países e criar outras, pode ajudar a perceber como a floresta está a mudar, a partir de uma imagem tridimensional do "habitat", captada por um satélite com uma cobertura global. 

"Quando há desflorestação, (a imagem) permite-nos saber que houve uma zona de árvores que foi cortada e queimada ou convertida numa zona agrícola ou de pastos", exemplificou o investigador. Para o clima existe, atualmente, o Sistema de Observação Global do Clima, que definiu 50 variáveis essenciais para a sua monitorização regular. 

O trabalho da equipa de Henrique Miguel Pereira é divulgado na sexta-feira, na revista científica "Science". O investigador vai liderar a delegação portuguesa que, entre 21 e 26 de janeiro, participa em Bona, na Alemanha, no primeiro plenário da Plataforma Intergovernamental para a Biodiversidade e os Serviços dos Ecossistemas, onde são esperadas representações de mais de cem países. 

Henrique Miguel Pereira espera que a plataforma seja um espaço de "partilha de responsabilidades", inclusive financeiras, dos diferentes países na monitorização da biodiversidade.

* Inteligência portuguesa

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