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"PÚBLICO"
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Subsídio de férias pago
a 1500 nomeados pelo Governo
Quase 1500 pessoas nomeadas pelo actual Governo receberam subsídio de férias em 2012, noticia nesta sexta-feira o Diário de Notícias.
O jornal cita informação prestada pelo executivo ao grupo parlamentar
do PS. A maioria dos subsídios diz respeito a férias vencidas em 2011 e
não a 2012, ano em que o subsídio foi cortado aos funcionários públicos.
É nessa ideia que o próprio Governo insiste, num
comunicado emitido durante a manhã desta sexta-feira, vincando que
"nenhum elemento de gabinetes de membros do Governo ou trabalhador da
Administração Pública com remuneração base superior a 1100 euros recebeu
subsídio de férias relativo ao ano em curso".
"Foram processados
a 1323 trabalhadores da Administração Pública directa e indirecta
ingressados em 2011 os proporcionais de subsídios de férias vencidos
nesse ano, no valor global de 591.495,36 euros. Assinale-se aqui que,
deste grupo em particular, 1231 correspondem a admissões no âmbito do
Ministério da Defesa Nacional e das Forças Armadas, sendo inadmissível o
rótulo de “boys” que o Diário de Notícias lhes atribui", afirma o comunicado.
Em
Junho, soube-se que 131 assessores que entraram em funções no segundo
semestre de 2011 iriam receber subsídio de férias. A justificação,
segundo o Governo, é a de que o Orçamento do Estado 2012, que previa o
corte dos subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos, "não
tem efeitos retroactivos" quando o contrato de trabalho é novo. Na
resposta enviada pelo Governo ao PS em Junho, o executivo explicava:
"“Encontramo-nos perante direitos adquiridos em 2011, que por força da
lei não estão abrangidos pela suspensão decretada para o pagamento de
subsídio de férias relativos a direitos vencidos a partir de Janeiro de
2012".
Porém, segundo o Diário de Notícias, o pagamento
não se resume àqueles 131 assessores. Na última resposta sobre o
assunto, também por carta, o Governo refere que foram pagos subsídios a
mais 1323 pessoas. Um número muito superior aos 233 que, dois dias
antes, tinham sido assumidos pelo Governo aos socialistas, numa outra
resposta por escrito. Tratou-se, no entanto, de "um lapso de escrita",
agora corrigido.
A estas 1323 pessoas também se aplica a mesma
regra: "ao pessoal [que entrou em 2011 na administração pública], quer
dos gabinetes do Governo, quer de outros serviços, organismos ou
entidades públicos, é devido e foi pago subsídio de férias na exacta
proporção do trabalho prestado". O total de encargos é de 591.495,23
euros. Somando os 171 mil euros pagos aos 131 assessores, a conta final
em subsídios para estes 1454 trabalhadores ascendeu a 765 mil euros.
O
PS, pela voz do deputado José Junqueiro, criticou estes pagamentos. “É
imoral, não tem precedentes no momento tão difícil que vivemos e é
tratar os portugueses de forma diferente. O Governo protege os seus e
corta a todos os outros”, disse o deputado José Junqueiro, em
declarações aos jornalistas na sede do PS, em Lisboa.
O Governo, por seu lado, considera "abusivas" e sem qualquer "aderência (sic)
à realidade" que se atribuam "conotações negativas" a estes dados.
Passos Coelho "lamenta e repudia" mesmo "as afirmações falsas" feitas a
este propósito e que responsabilizam o Governo de dualidade de
critérios.
No que diz respeito ao pagamento de subsídio de
férias, o Governo distingue e detalha outros dois grupos: trabalhadores
que recebera, verbas referentes a subsídios de férias por motivos de
cessação de funções e acertos e funcionários da administração pública
que receberam subsídio de férias por terem salário base inferior a 1100
euros.
No primeiro caso foram contabilizados 5890 pessoas, diz o Governo, com o total da despesa em 4,6 milhões de euros, diz o DN.
No segundo caso estão 95.208 funcionários, segundo os números do
executivo. "Verba gasta: 32,7 milhões de euros", acrescenta o mesmo
jornal.
* O governo faz o que quer e diz o que lhe apetece.
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