25/11/2012

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 É SOLIDÁRIO?


Centenas de milhões de crianças que vivem em cidades grandes e pequenas na sequência de uma urbanização galopante, vêem-se excluídas do acesso a serviços essenciais, alerta a UNICEF no relatório Situação Mundial da Infância 2012: Crianças no Mundo Urbano.



O crescimento da urbanização é inevitável. Dentro de poucos anos, a maioria das crianças irá crescer em cidades e não nos meios rurais. Actualmente as crianças nascidas nas cidades já representam 60 por cento do aumento da população urbana.

“Excluir as crianças que vivem em bairros degradados não apenas lhes rouba a possibilidade de desenvolverem o seu potencial, como também priva a sociedade dos benefícios económicos resultantes de uma população urbana instruída e saudável”, acrescentou Lake. 


No entanto, milhões de crianças – a maioria das quais na África subsaariana e Sul da Ásia – morrem todos os anos antes dos cinco anos, em grande maioria devido a causas evitáveis. Em 2010, taxa de mortalidade desta faixa etária foi de 57/1.000 nados vivos.




As infra-estruturas e os serviços não estão a acompanhar o crescimento urbano em muitas regiões e as necessidades básicas das crianças não estão a ser satisfeitas. É frequente as famílias que vivem na pobreza pagarem mais por serviços de baixa qualidade. A água, por exemplo, pode custar 50 vezes mais em bairros pobres onde os moradores têm de a comprar a privados, do que em bairros mais ricos onde as residências estão directamente ligadas à rede de abastecimento de água.



As privações que as crianças enfrentam nas comunidades urbanas pobres são muitas vezes ocultadas por médias estatísticas que agregam todos os habitantes urbanos – tanto ricos como pobres. Quando médias deste tipo são utilizadas para influenciar as políticas urbanas e a alocação de recursos, as necessidades dos mais pobres podem ser subestimadas.


Ao nível mundial, cerca de 71 milhões de crianças em idade de frequentar os primeiros anos do secundário não estão na escola e 1278 milhões jovens entre os 15 e os 24 anos são analfabetos, a maior parte dos quais vive no sul da Ásia e na África subsariana.

Mais de metade das mortes causadas por pneumonia e diarreia – que em conjunto são responsáveis por quase 30 por cento das mortes de menores de cinco anos em todo o mundo – ocorrem em apenas quatro países: República Democrática do Congo, Índia, Nigéria e Paquistão. As doenças infecciosas são tipicamente doenças associadas às desigualdades, que afectam maioritariamente as famílias mais pobres e vulneráveis que não têm acesso a tratamentos básicos e medidas de prevenção. Estas mortes são em grande medida evitáveis.


O risco de violência aumenta para as crianças quando entram na adolescência – na passagem da primeira infância em que as doenças e a má nutrição são as maiores ameaças.


 As raparigas são particularmente vulneráveis à violência no casamento. Segundo um inquérito realizado na República Democrática do Congo, 70 por cento das raparigas entre os 15 e os 19 anos casadas afirmaram ter sido vítimas de violência por parte do actual ou ex-parceiro ou cônjuge.



Washington, D.C. 14 de Junho de 2012 – Mais de 80 governos e muitos outros parceiros do sector privado, da sociedade civil e de organizações confessionais estão reunidos hoje e amanhã, 14 e 15 de Junho, em Washington com o objectivo de lançar um Apelo à Acção pela Sobrevivência Infantil – um fórum de alto nível organizado pelos governos da Etiópia, Índia e dos Estados Unidos, em colaboração com a UNICEF, a fim de lançar uma iniciativa global e sustentada para salvar a vida de crianças.



Ao longo dos últimos 40 anos, o desenvolvimento de novas vacinas, a melhoria das práticas de saúde, os investimentos na educação e o envolvimento dos governos, da sociedade civil e de outros parceiros contribuíram para a redução do número de mortes de crianças em mais de 50 por cento.


Um desafio lançado ao mundo....

O Apelo à Acção é um desafio lançado à comunidade internacional para reduzir a mortalidade infantil para 20/1.000 nados vivos, ou menos, em todos os países até 2035. Atingir esta meta histórica pode salvar mais 45 milhões de vidas de crianças até 2035, e colocar o mundo mais próximo do objectivo último que é acabar com as mortes evitáveis de crianças.

As projecções mostram que este objectivo pode ser alcançado através do reforço de esforços em 5 áreas prioritárias:

1. Geografia: aumentar os esforços em 24 países onde ocorrem 80% das mortes de crianças menores de cinco anos;
2. Populações mais gravemente afectadas: reforço dos sistemas de saúde nacionais para aumentar o acesso das populações mais desprotegidas, e abranger comunidades rurais e com baixos rendimentos;
3. Soluções de grande impacte: combater as cinco causas responsáveis por quase 60 por cento das mortes de crianças: pneumonia, diarreia, malária, nascimentos prematuros e as mortes perinatais
4. Educação das raparigas e mulheres: para além dos programas de saúde, investir na educação das raparigas e autonomização das mulheres e promover um crescimento económico do que possam aproveitar
5. Responsabilidade mútua: unir esforços em torno de um objectivo partilhado utilizando indicadores comuns para acompanhar o progresso.

 NR: Os textos inseridos a  seguir a cada foto foram retirados do site da UNICEF


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