30/10/2012

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HOJE NO
"PÚBLICO"

Consumidores menos confiantes 
em relação à economia 

Os consumidores estão mais pessimistas em relação à economia e à sua situação financeira daqui a um ano. Os indicadores de clima económico e de confiança medido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) caíram em Outubro com o esperado aumento da carga fiscal em 2013. 

O sentimento negativo dos consumidores continua muito baixo. Embora o indicador estivesse a recuperar desde Fevereiro, interrompeu esse movimento ascendente em Setembro e reduziu-se ainda mais em Outubro.

O Inquérito de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores revelado esta terça-feira pelo INE mostra, no caso destes últimos, um recuo do indicador de -51,4 no mês passado, para -55,3 em Outubro.

Os consumidores mostram-se menos confiantes tanto em relação à situação económica do país daqui a um ano, como à sua própria situação financeira. Os dados do inquérito indicam que os consumidores estão menos optimistas face à capacidade de poupar dinheiro nos próximos 12 meses e à “situação financeira no lar” até Outubro do próximo ano.

Este agravamento coincide com o período em que o Governo deu a conhecer uma nova dose de austeridade para 2013, com um aumento dos impostos sobre os contribuintes, as empresas, a propriedade ou as transacções financeiras.

O Governo e a troika prevêem, para o próximo ano, um prolongamento da recessão, com uma queda de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), um cenário que oposição e alguns economistas consideram optimista, face ao receio de agravamento da conjuntura externa e ao impacto do esforço de consolidação orçamental na actividade económicas.

Também o indicador de clima económico diminuiu pelo segundo mês consecutivo – de forma mais significativa em Outubro –, contrariando a tendência de recuperação que se verificava desde Março. O indicador baixou agora de -4,2 para -4,6.

Nas empresas, o indicador de confiança baixou em todos os sectores abrangidos neste inquérito pelo INE, desde a construção e obras públicas, à indústria transformadora, ao comércio e aos serviços.

A confiança neste último sector voltou a cair para o nível mais baixo em mais de 11 anos – desde Abril de 2001, o início desta série de inquéritos do INE. Houve uma degradação da confiança em relação à actividade empresarial e à carteira de encomendas nos últimos três meses e à procura nos três seguintes.

No comércio, houve um agravamento de todos os indicadores de confiança. Seja no comércio por grosso, seja no comércio a retalho, baixou o indicador relativo ao volume de vendas, à actividade nos próximos três meses e ao nível de existências em armazém.

* Não existe uma única razão para se confiar.

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