HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Amnistia Internacional denuncia
"excessiva utilização da força"
policial em países da UE
A Amnistia Internacional denunciou esta quinta-feira a "excessiva
utilização da força" pela polícia contra manifestantes pacíficos que
protestam contra as medidas de austeridade em países da União Europeia.
No relatório "Atuação policial nas manifestações na UE",
divulgado esta quinta-feira, e que inclui relatos de participantes em
protestos em Espanha, Grécia e na Roménia, a AI também denunciou a
ausência de sanções contra as forças da ordem responsáveis por estes
abusos.
"Pessoas que se manifestam pacificamente contra as
medidas de austeridade adotadas nos países da União Europeia foram
atingidas, agredidas com pontapés, agredidas com gás lacrimogéneo e
balas de borracha, num contexto em que a utilização excessiva da força
pelos polícias não é alvo de qualquer investigação nem é sancionada",
declarou a Amnistia Internacional num comunicado.
A organização
de defesa dos direitos humanos criticou não só "a utilização excessiva
da força contra manifestantes e jornalistas", mas também "as detenções
arbitrárias e os entraves ao acesso à assistência médica".
A
Amnistia também "pediu aos governos para investigarem violações dos
direitos humanos e impedirem que novos incidentes se produzam".
A
organização, com base em Londres, cita vários exemplos, designadamente
Bucareste, Madrid ou ainda Atenas, onde o jornalista Manolis Kypreos
perdeu um olho depois de ter sido vítima de uma "granada incapacitante"
quando fazia a cobertura de uma manifestação em junho de 2011.
Virginia
Álvarez, responsável da AI para questões de direitos humanos manifestou
preocupação pelo facto de, sempre que há denúncias dos manifestantes
contra a polícia, "não há mecanismos para a prestação de contas", sendo
que os "abusos" dos agentes ficam impunes.
Entre os protestos
citou como exemplo o de Madrid do passado 25 de setembro em torno ao
Congresso dos Deputados e na estação de Atocha, onde, segundo a AI a
polícia agrediu "de forma indiscriminada" a passageiros e jornalistas
que se encontravam ali.
Sobre a possibilidade de que o Governo
proíba a transmissão na Internet de imagens de agentes que os ponham em
risco, a diretora adjunta da AI em Espanha, Eva Suárez-Planos,
considerou que isso só aumentará "a impunidade" da Polícia.
"Os
governos devem reafirmar claramente que os polícias não estão
autorizados a recorrer à força senão em casos de estrita necessidade",
referiu Fotis Filippou, coordenador de campanha para a Europa e a Ásia
central da Amnistia Internacional.
"A polícia, que é geralmente o
braço mais visível do Estado, deve conseguir conciliar a proteção do
direito à liberdade de expressão e a manutenção da ordem pública",
adiantou.
* São os donos do dinheiro que mandam nas polícias, os governos são apenas empregados de luxo do capital privado para destruir o sector público.
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