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"PÚBLICO"
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Stress no trabalho:
uma combinação fatal para o coração
Ter um trabalho que exija muitos momentos de stress ou ter dificuldade
em lidar com tarefas de maior pressão pode representar um risco
acrescido de desenvolver problemas cardiovasculares, segundo um estudo
que acaba de ser publicado na revista científica Lancet.
O estudo, que resulta da revisão de 13
investigações europeias sobre o mesmo tema previamente publicadas – e
que tem como base a análise de cerca de 200 mil pessoas –, conclui que a
tensão no local de trabalho está associada a um aumento de 23% no risco
de ataques cardíacos ou outros problemas do foro cardiovascular.
Porém,
de acordo com a equipa de investigação do University College London o
tabaco e o sedentarismo continuam a ser de longe factores de risco muito
maiores para o desenvolvimento de doença cardíaca. Já a British Heart
Foundation, salientou em declarações à edição online da BBC, que, além
do tipo de trabalho, a forma como os colaboradores lidam com as
situações também é determinante.
Trabalhadores menos qualificados com mais problemas
Os
investigadores do Reino Unido dizem que é possível existir stress em
qualquer profissão, mas que foi nos trabalhadores menos qualificados que
se sentiu mais o efeito dessa pressão e a dificuldade em lidar com a
tensão. E dão como exemplo que os médicos que tomam várias decisões
diárias relacionadas com a vida apresentam menos sintomas de stress do
que muitas pessoas que trabalham em linhas de produção de fábricas.
Apesar
de muitos estudos estabeleceram já a correlação entre o stress no
trabalho e os problemas cardiovasculares outros diziam que não existia
evidência científica suficiente. Mas com a análise dos estudos – onde
foi sempre perguntado aos participantes se tinham tempo suficiente para
desempenhar as suas funções e liberdade para tomar decisões – a equipa
do Reino Unido diz ter condições para associar as duas variáveis.
“A
nossa descoberta indica que o stress no trabalho está associado a um
pequeno mas significativo aumento consistente do risco de experienciar
um evento coronário primário, como um ataque cardíaco”, explica à BBC
Mika Kivimaki, um dos autores do estudo. De acordo com os
investigadores, a eliminação do stress permitiria prevenir 3,4% dos
casos. Um valor muito abaixo do deixar de fumar: 36%. Kivimaki destaca,
no entanto, que o stress no trabalho também foi associado a outras
escolhas de estilos de vida com impacto negativo na saúde
cardiovascular, como o tabagismo, ou o sedentarismo.
Em meados de
2010, Mika Kivimaki já tinha conduzido um estudo que mostrava que
trabalhar três a quatro horas a mais por dia eleva em 60% o risco de
doença cardíaca, como angina de peito e enfarte agudo de miocárdio. Mas,
na altura, os cientistas não conseguiram explicar qual o mecanismo por
trás desta relação entre o excesso de horas de trabalho diárias e o
aumento de risco de doenças do coração.
Há várias explicações
possíveis, embora nenhuma satisfaça. Por exemplo, quem tende a trabalhar
horas a mais pode sofrer de hipertensão silenciosa, que não seja
detectada durante exames médicos. Estas pessoas têm também tendência a
ir trabalhar mesmo quando não se sentem bem, ignorando os sintomas
quando estão doentes, sem procurar ajuda médica.
* O PIOR PARA O CORAÇÃO É ESTE GOVERNO DE INCOMPETENTES
.
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