12/07/2012

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HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"

Garantia do primeiro-ministro no debate 
do Estado da Nação 
Governo não prepara aumento de impostos 
 O primeiro-ministro disse não ver 'nenhuma razão 
para que os portugueses se sintam assustados', 

Seguro fala na falta de consenso. O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, garantiu ontem que o Governo 'não está nesta altura a preparar qualquer aumento de impostos', e que recusa 'por porcaria na ventoinha para assustar os portugueses', 
 
As palavras do chefe do Governo PSD/CDS-PP foram proferidas durante o debate do estado da Nação, na Assembleia da República, após o líder do BE, Francisco Louçã, ter interrogado Passos Coelho sobre 'o segredinho', do Orçamento do Estado para 2013 após o Tribunal Constitucional ter considerado inconstitucionais os cortes dos subsídios de férias e Natal.

 'Acha que pode sair daqui porta fora sem dizer a todo o país o que é que vai fazer na política orçamental, vai cortar nos impostos, aumentar o IRS, aumentar o IVA, prejudicar outra vez a economia mais degradada?', questionou Louçã. 

Pedro Passos Coelho respondeu: 'Não estamos a por porcaria na ventoinha e a assustar os portugueses'.

O primeiro-ministro disse não ver 'nenhuma razão para que os portugueses se sintam assustados', e garantiu que 'se for necessária', mais austeridade, 'na altura própria', o anunciará pessoalmente ao país, realçando que 'sempre que foi necessário', apresentar medidas duras não mandou 'ninguém fazê-lo'.

'O Governo não está nesta altura a preparar qualquer aumento de impostos', reforçou, garantindo ainda que 'o Estado e o Governo não utilizarão nenhum dos elementos de dificuldade adicional, venham eles de fora ou de efeitos das políticas internas para fugir, se ir embora, para virar a cara ou para dizer que não vai cumprir',.

Depois, o chefe do executivo usou da ironia para dizer que Louçã 'conseguiu apresentar um dado positivo para o país', ao referir-se à balança comercial. O líder do BE tinha acusado o Governo de equilibrar a balança comercial reduzindo as importações à custa do aumento dos impostos e do desemprego. 

'Podemos ao fim de vários anos atingir um excedente comercial e nem essa boa notícia o senhor consegue digerir e vem logo dizer que uma coisa que só aconteceu no tempo de Salazar, imaginem, este Governo é Salazar e portanto o melhor é ter défices externos, ter défice comercial, não ter grandes exportações, importar o que não se pode pagar, conduzir os portugueses para a dívida', afirmou Passos. 

Depois, no mesmo tom, o primeiro-ministro quis 'traduzir para os portugueses a teoria Louçã', sobre os 'juros excessivos', cobrados pela «troika». 
'Eu estou falido e não tenho maneira de pagar os meus compromissos, mas tenho aqui um amigo que apesar de não ter dinheiro tem crédito, que é uma coisa que eu não tenho, então eu digo assim ao meu amigo, vais ali ao banco porque tens crédito e eu não, pedes um empréstimo, pagas os juros, e dás-me o dinheiro que eu quando puder lá te hei-de pagar mas sem os juros', ironizou. 

'É esta a teoria Louçã para que Portugal possa cumprir as suas metas, é este o grande contributo positivo do BE para a atual situação', concluiu. 

 * O sr. Primeiro-ministro afirmou ontem que o governo não está a preparar aumento de impostos, nada o impede de daqui a umas semanas de dizer que já está a preparar aumento de impostos, socorrendo-se da inevitabilidade da situação económica. Este governo foi sempre assim, hoje não assalta amanhã talvez...
Quanto ao excedente comercial é puro folclore, bem ao gosto dum líder dum rancho.

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