HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Trabalhadores em armazém
sem condições já estão a ser alojados
Os trabalhadores das obras do centro de dados da Portugal Telecom, na
Covilhã, a viver num armazém sem condições de habitabilidade, já estão a
ser alojados em casas, de acordo com um responsável da obra.
Os cerca de 50 operários de construção civil, armadores de ferro, são
naturais de países africanos e afrodescendentes e apontam o dedo à
empresa Açomonta, que acusam de ali os ter colocado desde meados de
maio, sem água, muitas vezes sem eletricidade, nem condições sanitárias.
O
responsável pelo consórcio Opway/Somague, Luís Ferreira, começou por
explicar à Lusa que o agrupamento de empresas que venceu o concurso para
a construção do centro contratou vários subempreiteiros de diversas
especialidades que, por sua vez, contratam subempreiteiros fornecedores
de mão-de-obra. A empresa Açomonta é uma das subempreiteiras, no caso,
responsável pela armadura em ferro do edifício do centro de dados.
"Chegou
ao nosso conhecimento há uns dias que havia um espaço que não teria as
condições necessárias para ser habitado, porque era um armazém. De
imediato contamos com a empresa que trabalha para nós, a Açomonta, que
contatou com esse seu subempreiteiro a dizer que a situação tinha de ser
resolvida", disse o responsável.
Luís Ferreira adiantou que a
Açomonta "começou, de imediato, a procurar algumas casas na Covilhã",
tendo já arrendado algumas casas.
A Açomonta "alugou casas, teve
de fazer os contratos de água e de luz, o que demorou dois ou três dias,
e já obrigou esse subempreiteiro a mudar os trabalhadores para as
casas", explicou, adiantando que "grande parte (dos operários) já saíram
e os restantes vão sair até ao fim de semana".
O responsável
afirmou não conseguir precisar o número de trabalhadores que já foi
alojado, nem quantos ainda permanecem no armazém.
Luís Ferreira
disse ainda que esta situação é um "caso único", referindo que trabalham
cerca de 250 pessoas na obra e "todos vivem em apartamentos e casas
alugados na Covilhã".
A situação dos cerca de 50 operários foi
denunciada na edição online do "Jornal do Fundão" e os operários
contaram no local à agência Lusa, na quarta-feira, que receberam
promessas de que iriam sair do pavilhão "em breve".
A GNR está a
investigar as circunstâncias em que cerca de 50 trabalhadores foram
colocados no armazém sem condições de habitabilidade, disse fonte
daquela força de segurança à Agência Lusa.
O centro de dados da
Portugal Telecom tem inauguração prevista até final do ano e será um dos
maiores do mundo, funcionando como uma "caixa-forte" de dados
informáticos de empresas a nível global.
*Esclavagismo
existe em Portugal e o expoente máximo acontece nas empresas de obras
públicas e construção civil. Não é a primeira vez que a comunicação
social relata factos semelhantes.
Estranha-se que nem o consórcio nem a PT tenham fiscalizado os estaleiros e só a denúncia e o medo do assunto ser notícia, felizmente foi, os obrigou a mudar de atitude para com a "carne p'ra canhão" que tinham contratado..
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