12/07/2012



HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

Trabalhadores em armazém 
sem condições já estão a ser alojados

 Os trabalhadores das obras do centro de dados da Portugal Telecom, na Covilhã, a viver num armazém sem condições de habitabilidade, já estão a ser alojados em casas, de acordo com um responsável da obra.
Os cerca de 50 operários de construção civil, armadores de ferro, são naturais de países africanos e afrodescendentes e apontam o dedo à empresa Açomonta, que acusam de ali os ter colocado desde meados de maio, sem água, muitas vezes sem eletricidade, nem condições sanitárias.
O responsável pelo consórcio Opway/Somague, Luís Ferreira, começou por explicar à Lusa que o agrupamento de empresas que venceu o concurso para a construção do centro contratou vários subempreiteiros de diversas especialidades que, por sua vez, contratam subempreiteiros fornecedores de mão-de-obra. A empresa Açomonta é uma das subempreiteiras, no caso, responsável pela armadura em ferro do edifício do centro de dados.
"Chegou ao nosso conhecimento há uns dias que havia um espaço que não teria as condições necessárias para ser habitado, porque era um armazém. De imediato contamos com a empresa que trabalha para nós, a Açomonta, que contatou com esse seu subempreiteiro a dizer que a situação tinha de ser resolvida", disse o responsável.
Luís Ferreira adiantou que a Açomonta "começou, de imediato, a procurar algumas casas na Covilhã", tendo já arrendado algumas casas.
A Açomonta "alugou casas, teve de fazer os contratos de água e de luz, o que demorou dois ou três dias, e já obrigou esse subempreiteiro a mudar os trabalhadores para as casas", explicou, adiantando que "grande parte (dos operários) já saíram e os restantes vão sair até ao fim de semana".
O responsável afirmou não conseguir precisar o número de trabalhadores que já foi alojado, nem quantos ainda permanecem no armazém.
Luís Ferreira disse ainda que esta situação é um "caso único", referindo que trabalham cerca de 250 pessoas na obra e "todos vivem em apartamentos e casas alugados na Covilhã".
A situação dos cerca de 50 operários foi denunciada na edição online do "Jornal do Fundão" e os operários contaram no local à agência Lusa, na quarta-feira, que receberam promessas de que iriam sair do pavilhão "em breve".
A GNR está a investigar as circunstâncias em que cerca de 50 trabalhadores foram colocados no armazém sem condições de habitabilidade, disse fonte daquela força de segurança à Agência Lusa.
O centro de dados da Portugal Telecom tem inauguração prevista até final do ano e será um dos maiores do mundo, funcionando como uma "caixa-forte" de dados informáticos de empresas a nível global.


 







*Esclavagismo existe em Portugal e o expoente máximo acontece nas empresas de obras públicas e construção civil. Não é a primeira vez que a comunicação social relata factos semelhantes.
Estranha-se que nem o consórcio nem a PT tenham fiscalizado os estaleiros e só a denúncia e o medo do assunto ser notícia, felizmente foi, os obrigou a mudar de atitude para com a "carne p'ra canhão" que tinham contratado.

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