14/05/2012

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Vinho 


é cultura


CULTURA É LIBERDADE





REGIÃO ALENTEJO  

O plantio da vinha nesta região data do período romano, como atestam vestígios vários dessa época, nomeadamente graínhas de uva descobertas nas ruínas de São Cucufate, perto da Vidigueira, e alguns lagares romanos.
Os primeiros documentos escritos sobre o plantio da vinha datam do século XII. Na imensidão de horizontes planos, ou quase planos, o Alentejo tem como acidentes orográficos mais importantes as serras de Portel (421 m), Ossa (649 m) e S. Mamede (1025 m). 
SERRA DA OSSA

É no entanto nas elevações isoladas que se geram os microclimas propícios ao plantio da vinha e que conferem qualidade às massas vínicas. A posição meridional e a ausência de relevos importantes são responsáveis pelas características Mediterrânica e Continental do clima. 
SERRA DE PORTEL

A insolação tem valores bastante elevados, o que se reflecte na maturação das uvas, principalmente nos meses que antecedem a vindima, conferindo às uvas uma desejável acumulação dos açúcares e de matérias corantes na película dos bagos. 
As vinhas localizam-se na sua maioria, em substrato geológico de rochas plutónicas (granitos, tonalitos, sienitos e sienitos nefelínicos), sendo contudo de salientar a diversidade de manchas pedológicas nas quais as vinhas são instaladas (nomeadamente manchas xistosas e argilo-calcárias). É igualmente importante referir que os melhores terrenos são eleitos para a cultura cerealífera e exploração agro-pecuária, enquanto que a vinha e a oliveira, dada a sua rusticidade, assentam nos solos com fraca capacidade de uso. 
A VINHA NO OUTONO

 A similitude das características organolépticas dos vários VQPRD do Alentejo acrescida pelo facto de o consumidor os associar genericamente à referida menção, justificam a Denominação de Origem "Alentejo", na qual estão incluídas as seguintes 8 sub-regiões: "Portalegre", "Borba", "Redondo", "Reguengos", "Vidigueira", "Évora", "Granja-Amareleja" e "Moura". 

HISTÓRIA 
A história do vinho e da vinha no território que é hoje o Alentejo exige uma narrativa longa, com uma presença continuada no tempo e no espaço, uma gesta ininterrupta e profícua que poucos associam ao Alentejo. 
S. CUCUFATE

Uma história que decorreu imersa em enredos tumultuosos, dividida entre períodos de bonança e prosperidade, entrecortados por épocas de cataclismos e atribulações, numa flutuação permanente de vontades, com longos períodos de trevas seguidos por breves ciclos iluministas e vanguardistas. É uma história faustosa e duradoura, como o comprovam os indícios arqueológicos presentes por todo o Alentejo, testemunhas silenciosas de um passado já distante, evidências materiais da presença ininterrupta da cultura do vinho e da vinha na paisagem tranquila alentejana. Infelizmente, por ora ainda não foi possível determinar com acuidade histórica quando e quem introduziu a cultura da videira no Alentejo. 
 O que se sabe, sim, é que quando os romanos aportaram a terras do sul de Portugal, ao território que é hoje o Alentejo, a cultura do vinho e da vinha já faziam parte dos hábitos e tradições das populações locais. Presume-se que os tartessos, civilização ibérica herdeira da impressionante cultura megalítica andaluza, terão sido os primeiros e principais propulsores da domesticação da vinha e posterior introdução do vinho na região. 
LIDER TARTESSO
 
Os fenícios, civilização sustentada e financiada pelo comércio marítimo, surgiram mais tarde, empenhados como sempre numa demanda obstinada por novas fontes de minérios que permitissem abastecer os mercados do mediterrâneo oriental. Navegando pelos estuários dos rios Guadiana, Sado e Tejo, apoderaram-se, lenta mas inexoravelmente, dos interesses comerciais dos tartessos, condenando a civilização tartessa a um longo declínio. 
Os gregos, cuja presença é denunciada pelas centenas de ânforas catalogadas nos achados arqueológicos do sul de Portugal, sucederam aos fenícios no comércio e exploração dos vinhosdo Alentejo. Por esta época, a cultura da vinha no Alentejo, apesar de incipiente, contava já com quase dois séculos de história. A persistência de uma cultura da vinha e do vinho, desde os tempos da antiguidade clássica, permite presumir, com elevado grau de convicção, que as primeiras variedades introduzidas no território nacional terão arribado a Portugal pelo Alentejo, a partir das variedades mediterrânicas. 
DIONISIUS DEUS GREGO DA VINHA

 No entanto, foi com os romanos, profundamente letrados nas principais técnicas agrárias, que se generalizou a cultura do vinho e da vinha no Alentejo. É mesmo provável, se atendermos aos registos históricos existentes, que a produção alentejana tenha proporcionado a primeira exportação de vinhos portugueses para Roma, a primeira aventura de internacionalização de vinhos portugueses! A influência romana foi tão peremptória para o desenvolvimento da viticultura alentejana que ainda hoje, dois mil anos após a anexação do território, as marcas da civilização romana continuam a estar patentes nas tarefas do dia-a-dia, visíveis através da utilização de ferramentas do quotidiano, como o Podão, instrumento utilizado intensivamente até há poucos anos. 
BACO DEUS ROMANO

Mas foi no aproveitamento das talhas de barro, prática que os romanos divulgaram e vulgarizaram no Alentejo, que a influência romana deixou as suas marcas mais profundas. Talhas de barro para a fermentação de mostos e posterior armazenagem de vinho cuja praxis constitui, ainda hoje, uma prática corrente, parte integrante da afirmação cultural alentejana. Talhas de barro de todos os tamanhos e feitios, com extremos que podiam chegar a conter 2.000 litros de mosto, com pesos próximos da tonelada e uma altura de quase dois metros. 
Talhas de barro poroso que obrigavam à impermeabilização com pês, a resina natural de pinheiro, segundo processos ancestrais conduzidos por gerações sucessivas de pesgadores, profissão hoje quase extinta, segundo segredos passados de geração em geração, receitas misteriosas propriedade de cada clã, fórmulas mágicas que conferiam gostos e particularidades distintas a cada talha de barro. Com a emergência do cristianismo, credo disseminado quase instantaneamente por todo o império romano, e face à obrigatoriedade da presença do vinho na celebração eucarística da nova religião, abriram-se novos mercados e novas apetências para o vinho. A fé católica, ainda que indirectamente, afirmou-se como um factor de desenvolvimento e afirmação da vinha no Alentejo, estimulando o cultivo da videira na região. 
 Com o prelúdio do século VIII, sobreveio a invasão muçulmana e a subsequente islamização da península ibérica, um movimento inexorável que se manteve vivo durante séculos. Apesar de durante as primeiras primaveras a ocupação muçulmana se ter mostrado tolerante para com os costumes dos povos conquistados, consentindo na manutenção da cultura da vinha e do vinho, sujeitando-a a duros impostos mas autorizando a sua subsistência, logo nasceu uma intolerância crescente para com os cristãos e os seus hábitos, manifesta no cumprimento rigoroso e vigoroso das leis do Corão. Inevitavelmente, a cultura do vinho foi sendo progressivamente negada e a vinha gradualmente abandonada, reprimida pelas autoridades zelosas das regiões ocupadas. Com a invasão muçulmana a vinha sofreu o primeiro revés sério no Alentejo. A longa reconquista cristã da península ibérica, riscada de Norte para Sul, geradora de incertezas e inseguranças, com escaramuças permanentes entre cristãos e muçulmanos, sem definição de fronteiras estáveis, maltratou ainda mais a cultura da vinha, uma espécie agrícola perene que, por forçar à fixação das populações, foi sendo progressivamente abandonada.
Mapa demonstrativo das sucessivas fases da conquista do território aos mouros.

 Foi só após a fundação do reino lusitano, concorrendo através do poder real e das novas ordens religiosas, que a cultura do vinho regressou com eterminação ao Alentejo. Poucos séculos mais tarde, já em pleno século XVI, a vinha florescia como nunca no Alentejo, dando corpo aos ilustres e aclamados vinhos de Évora, aos vinhos de Peramanca, bem como aos brancos de Beja e aos palhetes do Alvito, Viana e Vila de Frades. Em meados do século XVII, eram os vinhos do Alentejo, a par da Beira e da Estremadura, que gozavam de maior fama e prestígio em Portugal. Desventuradamente, foi sol de pouca dura! 
A crise provocada pela guerra da independência, logo secundada por nova crise despertada pela criação da Real Companhia Geral de Agricultura dos Vinhos do Douro, instituída pelo Marquês de Pombal como justificação para a defesa dos vinhos do Douro em detrimento das restantes regiões, com arranques coercivos de vinhas em muitas regiões, deu matéria para a segunda grande crise do vinho alentejano, mergulhando as vinhas alentejanas no obscurantismo. A crise foi prolongada. Foi preciso esperar até meados do século XIX para assistir à recuperação da vinha no Alentejo, com a campanha de desbravamento da charneca e a fixação à terra de novas gerações de agricultores. 
CARTA DE FORAL DA VIDIGUEIRA

Nasceu então mais uma época dourada para os vinhos do Alentejo, período que infelizmente viria a revelar ser de curta duração. O entusiasmo despertou quando se soube que um vinho branco da Vidigueira, da Quinta das Relíquias, apresentado pelo Conde da Ribeira Brava, ganhou a grande medalha de honra na Exposição de Berlim de 1888, a maior distinção do certame, tendo sido igualmente apreciados e valorizados vinhos de Évora, Borba, Redondo e Reguengos. Pouco anos mais tarde, decorria o ano de 1895, edificou-se a primeira Adega Social de Portugal, em Viana do Alentejo, pelas mãos avisadas de António Isidoro de Sousa, pioneiro do movimento associativo em Portugal. Desafortunadamente, este período de glória viria a terminar abruptamente. Duas décadas passadas, já na primeira metade do século XX, sobreveio um conjunto de acontecimentos políticos, sociais e económicos que contribuíram decidida e decisivamente para a degradação da viticultura alentejana. 
 Ao embate da filoxera, somou-se a primeira das duas grandes guerras mundiais, as crises económicas sucessivas, e, sobretudo, a campanha cerealífera do estado novo que suspendeu e reprimiu a vinha no Alentejo, apadrinhando a cultura de trigo na região que viria a apelidar como "celeiro de Portugal". A vinha foi sendo sucessivamente desterrada para as bordaduras dos campos, para os terrenos marginais em redor de montes, aldeias e vilas, para as pequenas courelas em redor das povoações, reduzindo o vinho à condição de produção doméstica para autoconsumo. 
 Em poucos anos o vinho no Alentejo, salvo raras excepções, desapareceu enquanto empreendimento empresarial. Foi sob o patrocínio solene da Junta Nacional do Vinho, já no final da década de quarenta, que a viticultura alentejana ganhou a primeira oportunidade de recobro, ainda que de forma titubeante. Hoje pode afirmar-se com segurança que foi o movimento associativo que deu azo ao ressurgimento da actividade vitícola no Alentejo. Em 1970, sob os auspícios da Comissão de Planeamento da Região Sul, foi anunciado o estudo "Potencialidades das sub-regiões alentejanas", coadjuvado dois anos mais tarde pelo estudo "Caracterização dos vinhos das cooperativas do Alentejo. Contribuição para o seu estudo", do professor Francisco Colaço do Rosário, ensaios académicos determinantes para o reconhecimento regional e nacional do potencial do Alentejo. Associando várias instituições ligadas ao sector e tirando proveito das sinergias criadas, o Alentejo conseguiu estabelecer um espírito de cooperação e entreajuda entre os diversos agentes, característica que ainda hoje é uma das imagens de marca dos vinhos do Alentejo. Com a criação do PROVA (Projecto de Viticultura do Alentejo), em 1977, foram criadas as condições técnicas para a implementação de um estatuto de qualidade no Alentejo, enquanto a ATEVA (Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo), fundada em 1983, foi arquitectada para promover a cultura da vinha nos diferentes terroirs do Alentejo. 
 Em 1988 regulamentaram-se as primeiras denominações de origem alentejanas, fundamento para o estabelecimento, em 1989, da CVRA (Comissão Vitivinícola Regional Alentejana), garante da certificação e regulamentação dos vinhos do Alentejo. Beneficiando da ajuda financeira da União Europeia e do espírito empresarial dos agentes económicos da região, a enologia moderna rapidamente assentou arraiais no Alentejo, com as cubas de inox e o controlo de temperatura a permitirem apresentar vinhos modernos e atraentes, capazes de conquistar um país inteiro, de Norte a Sul, de Este a Oeste. É também justo enaltecer o papel primordial desenvolvido pelas adegas cooperativas alentejanas, responsáveis pelo sucesso inicial do Alentejo ao consagrarem vinhos com uma excepcional relação qualidade/preço que rapidamente conquistaram o coração dos portugueses. 

SUB-REGIÕES 

BORBA 
Borba é a segunda maior sub-região do Alentejo, espraiando-se ao longo do eixo que une Estremoz a Terrugem, estendendo-se por Orada, Vila Viçosa, Rio de Moinhos e Alandroal, terras pontuadas por solos únicos, depósitos colossais de mármore que marcam de forma indelével e decisiva a viticultura e o carácter dos vinhos da sub-região. 

 As manchas alargadas de xisto vermelho, distribuídas heterogeneamente por terras pobres e austeras, constituem a tipologia alternativa marcante de Borba, naquela que é uma das sub-regiões mais dinâmicas do Alentejo. O microclima especial de Borba assegura índices de pluviosidade levemente superiores à média, bem como níveis de insolação ligeiramente inferiores à média alentejana, proporcionando vinhos especialmente frescos e elegantes. 

ÉVORA 
Num passado longínquo, durante o remate final do século XIX, Évora gozou de um prestígio inimaginável, tendo sido reconhecida como uma das sub-regiões mais vistosas e admiradas do Alentejo, berço de muitos dos vinhos mais cobiçados da região. 
 A filoxera, primeiro, logo seguida pelo estigma da campanha cerealífera do Estado Novo, encarregaram-se de suprimir quase por inteiro a vinha na sub-região, relegando Évora a um esquecimento forçado. Foi preciso esperar até ao final da década de oitenta do século passado para assistir ao renascimento de Évora, capital e parte integrante do Alentejo central. A paisagem é dominada pelos solos pardos mediterrânicos, numa paisagem quente e seca que é berço de alguns dos vinhos mais prestigiados do Alentejo. 

GRANJA-AMARELEJA
A Granja-Amareleja espraia-se pela zona da raia, paredes-meias com a fronteira espanhola, disposta em redor da vila de Mourão, condicionada por um dos climas mais áridos e inclementes de Portugal. 
 Os solos paupérrimos são forrados a barro e xisto, oferecendo produções e rendimentos baixíssimos, traídos pela recorrente falta de água, pela quase ausência de matéria orgânica e pela superficialidade da cobertura vegetal. É uma zona de extremos que dá corpo a vinhos pejados de personalidade. Os Verões muito quentes e secos implicam maturações precoces, dando azo a vinhos quentes e suaves, de grau alcoólico elevado. A casta Moreto, uma das variedades mais características da sub-região, adaptou-se especialmente bem à região. 

MOURA 
O clima revela uma forte tendência continental, com amplitudes térmicas dilatadas, Invernos frios e rigorosos e Verões tórridos, secos e prolongados. 
Os solos são especialmente pobres, com o barro e o calcário a alternarem na paisagem, solos pouco profundos, duros e inclementes para a vinha mas com boa capacidade de retenção de água. A casta Castelão domina a paisagem por inteiro, bem adaptada aos rigores de um clima tão extremado. Os vinhos de Moura apresentam um perfil quente e macio, com graduações alcoólicas consequentes. 

PORTALEGRE 
Portalegre é uma sub-região muito diferenciada das restantes sete. É aquela que mais se diferencia pela originalidade e condição. 
 Em Portalegre tudo é distinto, desconforme com a realidade tradicional do Alentejo, dos solos às vinhas, da altitude à idade das cepas. As vinhas, dispostas maioritariamente nos contrafortes da Serra de S. Mamede, em fragas cujos picos chegam a transpor os mil metros de altitude, beneficiam com o clima moderado pela altitude, muito mais fresco e húmido que o calor das planícies do sul, proporcionando vinhos frescos e elegantes... mas igualmente poderosos. Os solos predominantemente graníticos surgem intercalados, nas zonas mais baixas, com pequenas manchas de xisto. Nas vinhas da serra a propriedade encontra-se muito fragmentada, dividida em inúmeras courelas semeadas por vinhas muito velhas, com idades que chegam a atingir os setenta anos. Curiosamente, as castas Cinsault e Grand Noir sempre fizeram parte do encepamento, mais uma das muitas excentricidades de Portalegre. 

REDONDO 
 A Serra d´Ossa, um dos maiores acidentes orográficos do Alentejo, eleva-se a cerca de 600 metros de altitude, dominando e delimitando a sub-região do Redondo, resguardando as vinhas a Norte e Nascente, proporcionando Invernos frios e secos compensados por Verões quentes e ensolarados. Os solos, apesar de heterogéneos, como é regra no Alentejo, privilegiam os afloramentos graníticos e xistosos dispostos em encostas suaves com predominância na exposição a Sul. É uma das sub-regiões mais consistentes face à protecção que a Serra da Ossa oferece. 

REGUENGOS 
É a maior e uma das mais prestigiadas sub-regiões do Alentejo, assente em terrenos pobres e pedregosos, repleta de afloramentos rochosos que marcam de forma dramática a paisagem de Reguengos. 
Os solos xistosos e o clima profundamente continental, com Invernos muito frios e Verões extremamente quentes, condicionam a viticultura, oferecendo vinhos encorpados e poderosos, com boa capacidade de envelhecimento. Apesar da dimensão, Reguengos é uma das sub-regiões onde a propriedade se encontra mais fragmentada, com áreas médias de vinha reduzidas para as referências tradicionais alentejanas. Reguengos é reduto de algumas das vinhas mais velhas do Alentejo, reservas únicas de clones e variedades hoje quase perdidas. 

VIDIGUEIRA 
A falha da Vidigueira, um acidente natural que marca a divisão entre o Alto e o Baixo Alentejo, determina a razão de ser da Vidigueira, a sub-região mais a Sul do Alentejo. 
As escarpas de orientação Este-Oeste, com cerca de 50 quilómetros de comprimento, condicionam o clima da Vidigueira, convertendo-a, apesar da localização tão a Sul, numa das sub-regiões com o clima mais temperado do Alentejo. Os solos pouco produtivos, predominantemente de origem granítica e xistosa, escondem uma das variedades mais misteriosas do Alentejo, a Tinta Grossa que alguns apontam como heterónimo para a casta Tinta Barroca. Apesar dos extremos e da localização tão a Sul, durante anos a Vidigueira foi palco privilegiado para os vinhos brancos do Alentejo, fruto da protecção da escarpa da Vidigueira. 

CASTAS 
Brancas | Tintas 
A videira é um arbusto, uma planta trepadeira, com um ciclo de vida relativamente longo. 
 Cada variedade natural, cada casta, apresenta folhagem própria, com cachos distintos no tamanho e na forma, oferecendo sabores diferenciados que dão origem a mostos diferentes e, necessariamente, a vinhos com perfis, sabores e aromas distintos. Embora os vinhos raramente cheirem ou saibam exclusivamente a uvas, as variedades de uvas de que cada vinho é feito, em extreme ou em lote, constituem a influência primordial no estilo e carácter de cada vinho. 
Existem mais de 4.000 variedades de uvas identificadas e catalogadas, apresentando-se Portugal como o segundo país do mundo com maior número de castas indígenas, variedades únicas e exclusivas do território nacional, inexistentes em qualquer outra parte do mundo. No Alentejo, para além das muitas castas autóctones que imprimem um forte carácter regional, variedades perfeitamente adaptadas à geografia e às condicionantes da paisagem alentejana, primam outras variedades forâneas, de introdução relativamente recente, castas de valor reconhecido que reforçam a liderança vitivinícola do Alentejo. 

Castas Brancas 
Antão Vaz | Arinto | Fernão Pires | Roupeiro |

Castas Tintas 
Alfrocheiro | Alicante Bouschet | Aragonez | Cabernet Sauvignon | Castelão | Syrah | Touriga Nacional | Trincadeira |

ROTA DOS VINHOS DO ALENTEJO
 Vale a pena conhecer o Alentejo. É verdade que o Alentejo é luz, é sol inclemente, é secura, são planícies onduladas sem fim, sobreiros e azinheiras, vinho e azeite, açorda e ensopado de borrego, coentros e beldroegas, grandes vinhos modernos e antiquíssimos vinhos da talha; e gente, boa e hospitaleira. É tudo isso o Alentejo, mas é tanto mais do que isso, que só mergulhando nele a fundo, com tempo, poderemos usufruir das coisas, conhecer as pessoas e os lugares extraordinários que fazem dele uma das regiões portuguesas com mais carácter.
A planura sem fim, apelando à contemplação e à calma, as pequenas povoações carregadas de história (Marvão, Monsaraz, Avis, Crato), os grandes centros urbanos monumentais (Évora, Beja, Elvas, Portalegre), a deslumbrante costa atlântica semeada de praias, concorridas e populares umas, escondidas e discretas outras, as serras da Ossa, de Portel e de S. Mamede, os vales dos rios Guadiana e Sado e, agora, a nova paisagem líquida construída pelas águas retidas na barragem do Alqueva. E há as pastagens e as coutadas de caça, os campos de golfe, as rotas e provas de vinhos, os desportos náuticos, os percursos históricos.

Em terra de vinhas cultivadas por fenícios, gregos, romanos e, hoje, por grandes casas agrícolas e produtores que vêm afirmando a marca Alentejo entre os grandes vinhos portugueses, há uma das mais saborosas e originais tradições culinárias. Um mundo de sabores diferentes que exige, como tudo o resto no Alentejo, tempo para o perceber e apreciar.



IN: 
- IVV 
- VINI PORTUGAL 
- INFOVINI 
- COMISSÃO VITIVINICOLA DA REGIÃO DO ALENTEJO
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