15/04/2012

.

VILA VERDE
DISTRITO DE BRAGA

















Vila Verde é uma vila portuguesa pertencente ao distrito de Braga, região Norte e sub-região do Cávado, com cerca de 4 600 habitantes.

É sede de um município com 228,67 km² de área e 47 888 habitantes (2011)[2], subdividido em 58 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Ponte da Barca, a leste por Terras de Bouro, a sueste por Amares, a sul por Braga, a oeste por Barcelos e a noroeste por Ponte de Lima.

COMO CHEGAR

Lisboa - Vila Verde:
km
Em Lisboa seguir pela Auto-estrada (A1) em direcção ao Porto.
No Porto continuar pela Auto-estrada (A3) no sentido de Braga.
Em Braga seguir pela EN101 até Vila Verde,
Ou
No Porto continuar pela Auto-estrada (A3) no sentido de Braga e sair em Vila Verde.
 
305
 
52
 
13
 
64
Porto - Vila Verde:
km
No Porto seguir a Auto-estrada (A3) no sentido de Braga
Em Braga seguir pela EN101 até Vila Verde
Ou
No Porto continuar seguir a Auto-estrada (A3) no sentido de Braga e sair em Vila Verde
 
52
 
13
 
 
 
64
Braga - Vila Verde:
km
Em Braga seguir pela EN101 até Vila Verde
 
13
Viana do Castelo - Vila Verde:
km
Seguir pela IP9 em direcção a Ponte de Lima e sair para Braga
Seguir pela EN 201 até Vila Verde ou
Seguir na Auto-estrada (A3) em direcção ao Porto e sair para Vila Verde
20
 
25
 
 
 
40
Galiza (Espanha) - Vila Verde:
km
Seguir na Carretera (A2) em direcção a Valença (Portugal)
Em Valença seguir na Auto-estrada (A3) em direcção ao Porto e sair para Vila Verde
33
 
83

HISTÓRIA
O actual território de Vila Verde foi constituído, em 24 de Outubro de 1855, com a extinção de outros antigos coutos ou concelhos medievais: Aboim da Nóbrega, Cervães, Larim, Penela, Pico de Regalados, Prado, Valdreu e Vila Chã.

O território de Vila Verde [...] ofereceu sempre condições propícias à instalação de comunidades humanas desde os mais remotos tempos pré-históricos. De facto, nas plataformas montanhosas centrais - Monte do Borrelho, desenvolvem-se extensas chãs onde abundam vestígios da época megalítica, sobretudo na sua forma funerária: as mamoas e antas. 

Ocupando situações estratégicas privilegiadas numa região potencialmente agrícola pela abundância dos cursos de água, revelam também importantes testemunhos da ocupação desde o período Proto-histórico ao Medieval (S. Julião, Barbudo, Santa Helena, Santo Ilus) numerosos montes e outeiros de média altitude espalhados um pouco por todo o concelho. Nestes "lugares antigos", castros, castelos ou citânias, sítios arqueológicos bem conhecidos das populações, correspondem a uma forma de ocupação específica do Noroeste da Península Ibérica, durante a idade do Ferro.

Muitos destes povoados sobreviveram à chegada dos romanos, encontrando-se em muitos destes vestígios que testemunham a aculturação das populações indígenas, mantendo-se nalguns casos (S. Julião e Barbudo) ocupados até à época medieval. Outros foram abandonados, tendo os seus habitantes sido integrados na organização socio-económica do mundo romano. No ano 173 a.C., as legiões romanas alcançaram pela primeira vez os territórios desconhecidos do Noroeste da Hispânia. Será, no entanto, necessário mais um século para pacificar as aguerridas tribos que ocupavam estes territórios. No concelho de Vila Verde, a presença dos romanos está testemunhada, quer nos castros quer nas terras baixas e associam-se a um dos aspectos mais significativos da romanização: a construção de pontes e estradas. As fundações da Ponte Velha de Goães e Caldelas, os vestígios da via Braga-Tuy, a 4ª do Itinerário de Antonino e os marcos miliários de Prado, constituem os testemunhos mais importantes da presença dos romanos nestas paragens.

Gentílico vila-verdense
Área 228,67 km²
População 47 888 hab. (2011)
Densidade populacional 209,42 hab./km²
N.º de freguesias 58
Presidente da Câmara Municipal Não disponível
Fundação do município
(ou foral)
1855
Região (NUTS II) Norte
Sub-região (NUTS III) Cávado
Distrito Braga
Antiga província Não disponível
Feriado municipal 13 de Junho
Código postal 4730
Endereço dos
Paços do Concelho
Não disponível
Sítio oficial cm-vilaverde.pt
Endereço de
correio electrónico
geral@cm-vilaverde.pt

No século V da nossa era, povos bárbaros, oriundos da Europa Central, põem fim ao domínio imperial romano no Ocidente, iniciando-se então um novo período na História da Europa, a Idade Média. Os vestígios dessa época traduzem as características históricas dominantes: o estado de guerra generalizada e a insegurança das populações, a sólida implantação do cristianismo e o nascimento das nações europeias. Em Vila Verde, os testemunhos mais antigos deste período, reflectindo um empobrecimento da vida material e cultural, surgem-nos essencialmente sob a forma de vestígios de redutos ou povoados fortificados, alguns como exemplos específicos da ocupação medieval - Castelo roqueiro de Aboim da Nóbrega, a atalaia do Borrelho em Dossãos, local fortificado de S. Miguel de Prado -, outros como provável readaptação de castros e castelos - Castelo de Barbudo, Castelo do Monte dos Francos em Rio Mau e Côto dos Mouros em Dossãos ou ainda o Castelo do Vairão, em Gomide. Da fase mais adiantada da Idade Média, tempo em que se desenham já elementos culturais novos a par de uma progressiva abertura sócio-económica, existem numerosos testemunhos monumentais entre pontes, vias, torres e igrejas de traça românica.
CÂMARA MUNICIPAL

O século XVIII, nascido sob o signo da riqueza aparente do ouro do Brasil, manifesta-se em Vila Verde através de uma arquitectura civil e religiosa, de traça por vezes indefinida, que traduz a ostentação e a necessidade de ascensão social características desse tempo. Como exemplos mais significativos da arquitectura barroca encontramos o Solar de Carcavelos, a Casa da Madalena, o Solar de Febros, a Casa de Serrazim ou ainda o Solar do Fundão. Também o grupo escultórico e a Igreja de Soutelo, a Capela de S. Miguel-o-Anjo (Rio Mau) e a Capela de S. Sebastião (Sande), são exemplos da rica produção deste período. Finalmente e do séc. XIX são conhecidos neste concelho mais de cinquenta lugares e/ou elementos rurais com interesse antropológico e etnográfico - conjuntos rurais arcaicos, velhos caminhos, povoamentos de montanha, espigueiros, moinhos, azenhas, eiras, antigas formas de emparcelamento e um "fojo do lobo" em Gondomar. De Bezeguimbra a Aboim, de Mixões da Serra a Casais de Vide, vai toda uma tradição, uma cultura, uma forma de viver que merece ser estudada e visitada.
TRIBUNAL
O actual território de Vila Verde foi constituído, em 24 de Outubro de 1855, com a extinção de outros antigos coutos ou concelhos medievais: Aboim da Nóbrega, Cervães, Larim, Penela, Pico de Regalados, Prado, Valdreu e Vila Chã. Pico de Regalados, primitivamente, foi couto dado por D. Afonso Henriques ao Arcebispo de Braga, D. Paio Mendes. Foi tido como um dos mais antigos e aristocráticos do País. D. Manuel I concedeu-lhe foral em 13 de Novembro de 1513. Vila Chã e Larim foram os primeiros forais concedidos por D. Afonso III. A Penal, também conhecido por Penela, Portela de Penal ou Portela das Cabras, foi-lhe concedido foral por D. Manuel I, em 6 de Outubro de 1514. Prado recebeu foral de D. Afonso III, concedido em 1260. D. Manuel I confirmá-lo-ia em 1510. Nessa altura, boa parte do território do actual concelho aparece na posse da poderosa família da condessa Mumadona e do seu marido, o conde Hermenegildo Gonçalves. 

Durante o séc. XI, nota-se no território do actual concelho uma espécie de logradouro da alta nobreza portucalense, descendente directa da referida condessa. Até ao séc. XVII, a freguesia de Vila Verde não se distinguiu das outras do concelho a que pertencia. Porém, nos princípios do séc. XVIII, parece que seria já sede do concelho de Vila Chã, com uma importante feira mensal. Desde aí, continuou num progresso contínuo, até que, por ocasião das reformas administrativas de 1855, os antigos municípios foram extintos e unificados sob a designação de Vila Verde.

Textos de Henrique Regalo

DADOS ESTATÍSTICOS
Para melhor se compreender a situação de Vila Verde, ao nível demográfico e em termos sócio-económicos, traça-se aqui uma perspectiva da sua evolução.

Crescimento Populacional
Da análise dos dados provenientes dos Recenseamentos Gerais da População, depreende-se que a população, em Vila Verde, tem crescimentos positivos de 9.89%, no período de 1920-30, 7.62%, entre 1930-40, 7.51%, entre 1940-50, e 8.21% no período 1970-81; sendo que entre 1981 e 1991 a população estabilizou. 
BIBLIOTECA MUNICIPAL

De 1991 a 2001, e segundo o último Recenseamento Geral, a população aumentou cerca de 5.74%. Apesar de todo este percurso, na sua globalidade, se ter saldado pela positiva, houve períodos que se caracterizaram por decréscimos populacionais significativos, motivados pela Guerra Colonial, pelas fortes correntes emigratórias para os países industrializados da Europa, nas décadas de 60 e 70, e pelo exôdo rural, que ocorre principalmente no período compreendido entre 1981-91, responsáveis pela redução na taxa de natalidade.

No entanto, períodos houve em que se verificou um crescimento populacional motivado por uma redução dos fluxos emigratórios, entre 1920 e 1950, e pelo regresso da população das ex-colónias, na década de 1970-80. No período de 1991 a 2001, assiste-se a um ligeiro crescimento da população motivado pelos movimentos migratórios, uma vez que a parte sul do concelho, mercê das vias que o ligam aos grandes centros urbanos, tem vindo a tornar-se um espaço privilegiado de residência para famílias de dentro e fora do Concelho, que trabalham diariamente nesses centros. Ainda assim, a quebra da taxa de natalidade continua a verificar-se.

Distribuição por estrutura etária
Relativamente à estrutura etária da população, em 1991, o município apresentava uma pirâmide alargada no agrupamento dos 25-64 anos de idades, representando 42% da população total, sendo a pirâmide relativamente mais estreita na base, mais concretamente na classe dos 0-14 anos, representando 25,8%. 

Bastante reduzida era a classe oca dos 15-24 anos, com apenas 18,4% e, finalmente, a classe dos indivíduos com mais de 65 anos de idade, representando 13,1%, o que denotava o peso bastante importante de uma franja da população envelhecida.

Em 2001, o agrupamento compreendido entre os 0 e os 14 anos de idade corresponde a cerca de 19.65 % da população total, denotando uma quebra de cerca de 6.15% em relação a 1991. A classe entre os 15 e os 24 anos representa cerca de 16.83% da população total, enquanto que as idades compreendidas entre os 25 e os 64 anos são cerca de 48.64% da população total, denotando um aumento de 6.64% em relação a 1991. A população com mais de 65 anos corresponde a cerca de 14.79% da população total. Estes dados vêm comprovar o aumento da população idosa no concelho, assim como o decréscimo significativo das franjas mais jovens, contribuindo para o envelhecimento da população Concelhia.

Indicadores de Natalidade / Mortalidade
Em 1981, a taxa de natalidade era de 19,5 por mil habitantes, caindo, em 1991, para 14,8 por mil habitantes. Em 2000, a taxa de natalidade caiu, novamente, para 13.4 por mil habitantes. 

De entre os factores que poderão estar na base desta queda das taxas de natalidade, saliente-se, além dos encargos económicos que os filhos acarretam, a alfabetização da população, o crescente conhecimento dos métodos anti-concepcionais, o novo papel social da mulher com emprego fora do lar, a emigração em casais com idade de constituir família, assim como o facto do casamento ser, hoje em dia, cada vez mais tardio, encurtando o período de fecundidade.

É este o caso de Vila Verde, onde as mulheres se dividem entre a vida escolar e a vida activa. Relativamente à taxa de mortalidade, houve um ligeiro aumento de 9,3 por mil habitantes, em 1981, para 10,4 por mil habitantes, em 1991. Em 2000, a taxa de mortalidade cifra-se nos 9,0 por mil habitantes, o que revela um certo equilíbrio da esperança média de vida de há uns anos a esta parte.

PATRIMÓNIO

CONSTRUÍDO

SANTUÁRIOS

Santuário do Bom Despacho
 Localização: Cervães, Lugar do Bom Despacho
Tipologia: Santuário / Arquitectura religiosa
Classificação: Em vias de classificação
Data de Construção: Séc. XVII
Principais características: O Santuário do Bom Despacho apresenta uma fachada tipicamente minhota, de contornos simples e harmoniosos a que dois altos campanários conferem um aspecto algo imponente. De planta rectangular, o Santuário distingue-se pelo monumental retábulo em talha dourada que remata o conjunto da capela-mor.

Santuário do Alivio
Localização: Soutelo/ Lugar do Alívio
Tipologia: Santuário/ arquitectura religiosa
Classificação: Não tem
Data de construção: séc. XIX
Principais características: O Santuário de Nossa Senhora do alívio apresenta frontaria com duas torres, frontão triangular encimado pela imagem da virgem com o menino sobressaindo a rosácea e o pórtico. O interior é de grande simplicidade com seis arcos que formam a abóbada, entre as pilastras abrem-se janelões que permitem a santuário uma boa iluminação.

IGREJAS

Igreja do Coucieiro
Localização: Coucieiro, Lugar da Igreja
Tipologia: Igreja / Arquitectura religiosa
Classificação: Em vias de classificação
Data de Construção: Séc. XII - construção inicial; séc. XIX - reconstrução
Principais características: Igreja românica de planta longitudinal, 1 nave, fachada principal em empena e portal aberto em gablete. Retábulos de talha neoclássica.

Igreja de Oriz Santa Marinha
Localização: Oriz (Santa Marinha), Lugar da Igreja
Tipologia: Igreja / Arquitectura religiosa
Classificação: Em vias de classificação
Data de Construção: Séc. XVIII (conjectural)
Principais características: Igreja rural barroca de uma nave e capela-mor. Decoração em talha dourada barroca, de "estilo nacional", embora já com influência joanina. Nave com lambril de azulejos industriais imitando azulejos seiscentistas.

Igreja Matriz de Aboim da Nóbrega
Localização: Aboim da Nóbrega, Lugar da Igreja
Tipologia: Igreja / Arquitectura religiosa
Classificação: Em vias de classificação
Data de Construção: Séc. XVI
Principais características: Igreja maneirista, com planta longitudinal composta por alpendre, nave única e capela-mor em eixo e torre, capela e sacristias adossadas lateralmente. Fachadas em empenas, portal de arco de volta inteira sobrepujado por janelão. Decoração interior com tectos barrocos, em caixotões com caixilhos de talha dourada envolvendo pinturas, e azulejos e retábulos de talha polícroma neoclássicos.

Igreja Matriz de Pico dos Regalados
Localização: Pico dos Regalados, Lugar da Igreja
Tipologia: Igreja / Arquitectura religiosa
Classificação: Sem classificação
Data de Construção: Séc. XVIII
Principais características: Igreja barroca, de planta longitudinal composta por nave, capela-mor e sacristia em eixo e torre, capela, sala e ante-sacristia adossadas lateralmente. Fachada com frontão de lanços, portal de verga recta ladeado por dois óculos quadrifoliados e encimado por nicho concheado com aletas, ladeado por dois janelões. Decoração interior com azulejos e retábulos de talha polícroma.

Igreja Matriz de Rio Mau
Localização: Rio Mau, Lugar da igreja
Tipologia: Igreja / Arquitectura religiosa
Classificação: Sem classificação
Data de Construção: Séc. XVIII
Principais características: Igreja barroca comum, de decoração simples, uma só nave, sacristia e torre sineira nas traseiras. Fachada com portal de frontão triangular, óculo e nicho com volutas. Empena saliente, pináculos e cruz sobre acrotério. O seu protótipo é a Igreja de São Victor na cidade de Braga.

Igreja Velha / Igreja de São Paio
Localização: Vila Verde, Lugar da Carvalhosa
Tipologia: Igreja / Arquitectura religiosa
Classificação: Imóvel de Interesse Público, despromovido em Outubro de 1979
Data de Construção: Séc. XVIII
Principais características: Igreja de proporções modestas, planta simples e desenvolvimento linear. É constituída por uma torre sineira, nave e capela-mor. A sacristia deverá ser de construção mais recente. A fachada com torre sineira anexa, muito simples, tem uma porta rectangular, a eixo, sem qualquer tipo de moldura. Na sacristia existe um sarcófago que serve de "depósito" de várias coisas.

CRUZEIROS

Cruzeiro de Cabanelas
Localização: Cabanelas, Lugar do Cruzeiro
Tipologia: Arquitectura Religiosa
Classificação: Sem classificação
Data de Construção: Séc. XVII
Principais características: Cruzeiro de caminho seiscentista, com base em prisma quadrangular, coluna de fuste circular, capitel toscano e cruz de braços trilobados. O capitel suporta um brasão, dos condes de Prado, e os remates da cruz são trilobados. Inscrição com data de construção na base.

Cruzeiro de Cervães
Localização: Cervães, Lugar do Sobral
Tipologia: Cruzeiro / Arquitectura religiosa
Classificação: Imóvel de Interesse Público
Data de Construção: Desconhecida
Principais características: Cruzeiro de base quadrangular e fuste liso sobre o qual apoia a cruz que tem esculpida dum lado Cristo crucificado ladeado por 2 imagens em oração e do outro, Nossa Senhora com o menino, igualmente ladeada por 2 imagens.

Cruzeiro de Mós
Localização: Mós, Lugar da Cruz
Tipologia: Cruzeiro / Arquitectura religiosa
Classificação: Sem classificação
Data de Construção: Séc. XVIII
Principais características: Cruzeiro de caminho, barroco, com base prismática decorada com almofadas em losangos, coluna de fuste circular, tendo no terço inferior fiadas de losangos e superiormente caneluras, capitel compósito e cruz com rectângulos incisos e terminais arredondados. Fuste decorado no terço inferior por losangos em relevo e estriado nos dois terços superiores.

CASAS NOBRES

Casa dos Vasconcelos
Localização: Vila do Prado, Lugar da Vila
Tipologia: Casa / Arquitectura Civil
Classificação: Em vias de classificação
Data de Construção: Séc. XVIII 
( Conjectural )
Principais características: Edifício de planta rectangular, massa simples, com dois pisos e desenvolvimento horizontal com cobertura em telhado de 2 águas. A fachada principal orientada a N., tem no piso térreo 3 portas iguais, duas delas juntas do lado esquerdo. Estas últimas ão ladeadas, à esquerda, por uma pequena janela quadrangular, gradeada e, à direita, por uma janela de formaquadrangular. Junto à porta do lado direito existe uma segunda janela estreita, rectangular e gradeada. Ao nível do 2º piso existem 6 janelas de forma quadrangular agrupadas. Todos os vãos têm moldura simples em cantaria de granito. Ao centro da fachada o plano do alçado eleva-se formando uma espécie de pequeno frontão triangular, mantendo no entanto o remate do telhado em beiral. Ao centro, no tímpano, foi colocada a pedra de armas.

Casa da Botica
Localização: Vila de Prado, Lugar de São Sebastião
Tipologia: Casa / Arquitectura Civil
Classificação: Imóvel de Interesse Público
Data de Construção: Séc. XVIII
Principais características: O edifício foi completamente remodelado. Da construção anterior mantém-se apenas a fachada principal e muro ameado com portal. A fachada, bastante simples, é "cortada" sensivelmente na terça parte por duas pilastras que enquadram a porta de acesso ao andar. O portal ameado, tem dupla padieira e é rematado por um frontão, apoiado sobre o friso e encimado por uma cruz. No extremo esquerdo da fachada uma escada de grande dimensão e um alpendre.

Casa da Madalena
Localização: Pedregais, Lugar da Madalena, EN 532
Tipologia: Casa / Arquitectura Civil
Classificação: Em vias de classificação
Data de Construção: Séc. XVII
Principais características: Solar barroco tipologicamente de planta comprida, alçados de 2 pisos e integrando ao centro capela volumetricamente distinta. O jogo de reentrâncias e saliências da estrutura da fachada insere-se na arquitectura doméstica barroca do séc. XVIII. Caracteriza-se pela simplicidade e sobriedade de linhas.

Casa da Torre
Localização: Soutelo, EN 205
Tipologia: Casa / Arquitectura Civil
Classificação: Em vias de classificação
Data de Construção: Séc. XVIII
Principais características: Solar barroco do tipo casa - torre, em que esta surge num dos topos da ala residencial e no outro se dispõe a capela, com frontispício virado para a rua. Remate da torre composto por 6 pirâmides de granito, 28 merlões chanfrados e 6 trapeiras de empena angular saliente com janelas de guilhotina.

Casa de Carcavelos
Localização: Coucieiro, Lugar de Carcavelos
Tipologia: Casa / Arquitectura Civil
Classificação: Imóvel de Interesse Público
Data de Construção: Séc. XVIII
Principais características: Construção formada por dois corpos distintos e capela anexa. O primeiro corpo é rasgado, no primeiro piso por três vãos gradeados e no piso superior, por quatro janelas de verga redonda e uma porta. O segundo corpo, mais pequeno, é rasgado por duas janelas e uma porta. Na capela são de salientar, para além das cantarias trabalhadas dos vãos da fachada, o tecto apainelado, o altar e o retábulo.

Solar de Gondomil
Localização: Moure, Lugar de Gondomil
Tipologia: Solar / Arquitectura Civil
Classificação: Em vias de classificação
Data de Construção: Séc. XVIII / XIX (conjectural)
Principais características: Solar barroco de planta em L composta por vários corpos, em que o movimentado jogo de reentrâncias e saliências das fachadas principais contrasta com a linearidade das traseiras. Numa das alas integra capela avançada ao centro.

Casa das Fontainhas
Localização: Vila de Prado, Lugar da Vila
Tipologia: Casa / Arquitectura Civil
Classificação: Em vias de classificação
Data de Construção: Séc. XVIII (conjectural)
Principais características: Construção setecentista de boa qualidade, cujos traços principais não foram ainda apagados pela recente decadência. O edifício, de planta quadrangular, comporta dois pisos: o térreo, ocupado pela adega e pelo celeiro, e o primeiro andar reservado à habitação. Na extremidade direita do edifício existe uma escadaria nobre, de um lanço só, que termina num pequeno alpendre sustentado por duas colunas.

TORRES

Torre de Penegate
Localização: Carreiras (S. Miguel)
Tipologia: Torre / Arquitectura Civil Classificação: Em vias de classificação
Data de Construção: Séc. XIV
Principais características: Arquitectura militar. Exemplo típico da casa - torre medieval. Tornou-se no mais nobre e evidente sinal do senhorio sobre uma terra. Torre de planta quadrangular, ameada e com 3 pisos. A cobertura é em terraço plano. A porta de entrada, em arco quebrado, situa-se a um nível mais elevado do que o pavimento exterior, denunciando que, noutros tempos, o acesso se fazia por escada móvel.

Torre dos Coimbras / Torre de Oriz 
Localização: Oriz (Santa Marinha)
Tipologia: Torre / Arquitectura Civil Classificação: Em vias de classificação
Data de Construção: Séc. XIV (conjectural)
Principais características: Torre de habitação senhorial medieval de planta quadrangular. Caracteriza-se pelo seu aspecto robusto. O conjunto testemunha a evolução de um determinado estilo de habitação nobre rural minhota, que se expandiu a partir de um polo original de características defensivas. Adossado possui ala residencial de construção posterior.

Torre e Casa de Gomariz
Localização: Cervães, Lugar do Castelo
Tipologia: Solar / Arquitectura Civil
Classificação: Em vias de classificação
Data de Construção: Séc. XVI (conjectural)
Principais características: Solar de planta rectangular integrado na tipologia da chamada casa - torre, com torre quinhentista e ala residencial adossada setecentista. Integra capela barroca junto ao muro da propriedade. A torre constitui um testemunho imparcial, a um tempo do aproveitamento civil da arquitectura militar a partir dos finais da Idade Média, e também do processo evolutivo da estruturação da casa nobre rural minhota. A ala residencial caracteriza-se pela simplicidade de linhas em relação à torre.


PONTES

Ponte da Agrela
Localização: Covas, EN 101
Tipologia: Ponte / Arquitectura Civil Classificação: Sem classificação
Data de Construção: Sécs. XIV / XV
Principais características: Ponte medieval de perfil em cavalete assente sobre dois arcos desiguais de volta redonda, com aparelho em silhares de granito. Ponte de boa fábrica e siglada, na antiga estrada Galiza - Braga.

Ponte de Permedelos
Localização: Freguesia de Valões
Tipologia: Ponte / Arquitectura Civil Classificação: Sem classificação
Data de Construção: Idade Média
Principais características: Ponte medieval de tabuleiro horizontal sobre arco de volta perfeita. Tem dimensões muito semelhantes à Ponte da Agrela, muito próxima e de fábrica aparentemente similar, situadas na mesma antiga estrada Galiza - Braga.

Ponte do Couto
Localização: Freguesia de Moure
Tipologia: Ponte / Arquitectura Civil Classificação: Sem classificação
Data de Construção: Idade Média
Principais características: Ponte de construção medieval reconstruída, de tabuleiro horizontal sobre arco quebrado. Aduelas largas e pouco compridas formando extradorso algo irregular. Com excepção do arco, de silhares bem aparelhados, o aparelho é de alvenaria de granito. O pavimento foi asfaltado e a ponte recebeu guardas metálicas. A orientação é NO. / SE.

Ponte de Prado, sobre o Cávado
Localização: Vila de Prado
Tipologia: Ponte / Arquitectura Civil Classificação: Monumento nacional
Data de Construção: Idade Média - construção; Idade Moderna - reconstrução
Principais características: Ponte de construção medieval e reconstrução moderna, de tabuleiro em cavalete assente sobre nove arcos de volta perfeita, com possantes talha-mares triangulares a montante reforçados por talhantes a jusante. Recanto com bancos com espaldar e inscrição a envolver pedra de armas sobre um dos talhantes centrais da ponte; pequeno vão, rectangular, na margem esquerda.

Ponte Pedrinha
Localização: Goães, Lugar do Assento
Tipologia: Ponte / Arquitectura Civil Classificação: Em vias de classificação
Data de Construção: Idade Média - construção; séc. XVII - reedificação
Principais características: Ponte de arco medieval reedificada na época de seiscentos, de tabuleiro em cavalete assente sobre três arcos de volta perfeita, de dimensões desiguais e talha-mares triangulares. Possui um pequeno vão, em arco pleno, na margem direita, para melhor escoar a água na época das cheias.

Ponte de S. Vicente, sobre o Rio Homem
Localização: Ponte S. Vicente Tipologia: Ponte / Arquitectura Civil Classificação: Sem classificação
Data de Construção: Finais da Idade Média
Principais características: É formada por três arcos desiguais: dois pequenos, de volta inteira e ao centro, com um grande vão, um arco ligeiramente apontado. Muitas das suas pedras têm a marca do canteiro. Dois fortes talhamares a montante e dois contrafortes a jusante sustêm a força das águas. O leito da ponte está ladeado pelas velhas guardas de pedra, tão características das pontes medievais.

PELOURINHOS

Pelourinho de Larim
Localização: Soutelo, no jardim da Casa da Torre
Tipologia: Pelourinho / Arquitectura Civil
Classificação: Imóvel de Interesse Público
Data de Construção: Desconhecida
Principais características: Sobre uma plataforma de um degrau, parcialmente escondida por uma camada de musgo, ergue-se a base cúbica do pelourinho. A parte superior é um pouco afilada tendo, no remate, outra moldura larga. Sobrepuja-o uma pirâmide com o vértice em bola. De dimensões relativamente pequenas tem, a encimá-lo, desde data desconhecida, uma inestética e desproporcionada cruz de ferro torcido. Conserva ainda a velha corrente de ferro, presa por duas argolas, uma na parte superior e outra na parte inferior do fuste.

Pelourinho de Moure
Localização: Moure, Lugar de Gondomil
Tipologia: Pelourinho / Arquitectura Civil
Classificação: Imóvel de Interesse Público
Data de Construção: Séc. XVI
Principais características: Trata-se de um pelourinho de "pinha", segundo os cânones de Luis Chaves. Sobre uma plataforma quadrada, de dois degraus, ergue-se a base do pelourinho, igualmente quadrada, mas ligeiramente mais alta. O fuste é cilíndrico, liso, com escudo peninsular, de composição plena (heráldica de domínio, possivelmente representando as armas nacionais), na parte superior, e sem capitel. O remate é triangular.

Pelourinho do Prado
Localização: Vila de Prado, Lugar da Ponte
Tipologia: Pelourinho / Arquitectura Civil
Classificação: Imóvel de Interesse Público
Data de Construção: Séc. XVI
Principais características: Pelourinho manuelino. Sobre dois degraus quadrados e uma plataforma circular assenta um fuste cilíndrico. O capitel, de estilo clássico, termina num ábaco encimado pela esfera armilar, com as armas do Reino e dos Sousas do Prado. O conjunto é sobrepujado por fogaréus ostentando o central um catavento.

ARQUEOLÓGICO

MEGALITISMO
Alguns exemplos do Património Arqueológico do Período Megalítico.

Duas Igrejas - Lagoa - 1 Mamoa
Godinhaços - Porrinhoso - 3 Mamoas
Codeceda - 1 Mamoa
Gondomar - Penedos Mourinhos - 2 Mamoas
Gondomar - Fojo do Lobo - 1 Mamoa
Dossãos - Necrópole do Bustelo - 25 Mamoas
Dossãos - Chã do Couce - 1 Mamoa
Portela das Cabras - Penedos da Portela - 1 Menhir
Nevogilde - Moínho Velho - 1 Mamoa
Gondiães - Portelinha - 6 Mamoas
Coucieiro - Linhares - 1 Mamoa
Valbom S. Pedro - 1 Mamoa

CASTROS
Alguns exemplos de Castros e Fortificações do Património Arqueológico do concelho.

Aboim da Nóbrega - Castelo da Nóbrega - Castro
Gondomar - Penedos do Inferno - Vestígios de local fortificado
Rio Mau - Monte dos Francos - Castelo dos Mouros
Rio Mau - Castro da Moega
Duas Igrejas - Sobradelo - Reducto - Outeiro fortificado
Gomide - Monte de S. Tomé - Castro de Vairão
Ponte S. Vicente - Castro de S. Julião
Dossãos - Coto - Monte de Mouros - Castro
Portela das Cabras - Penedos de Portela - Vestígios de atalaia
Escariz S. Martinho - Castro de Santos Ilus
Barbudo - Monte do Castelo - Castro de Barbudo
Esqueiros - Sta. Engrácia - Castro de Sta. Engrácia
Atiães - Castro de S. Sebastião

ROMANIZAÇÃO
Alguns exemplos do Património Arqueológico do Período Romano.

Goães - Fundações da Ponte Velha de Goães
Depósito no Museu Pio XII (Braga) - Arcozelo - Marco miliário (Tibério)
Portela das Cabras - Rua - Troço de Via Romana
Ponte S. Vicente - Castro de S. Julião
Valdreu - S. Sebastião - Envasamento de coluna
Pedregais - Sabroso - Povoado romanizado
Atiães - Santa Marta - Marco miliário
Lage - Troço de via romana
Moure - Troço de via romana
Turiz - Quinta da Arca - Vestígios de romanização
Oleiros - 1 Marco miliário (Valentiniano I)
Vila de Prado - 1 Marco miliário (Tibério)

IDADE MÉDIA
Alguns exemplos do Património Arqueológico da Idade Média.

Aboim da Nóbrega - Castelo da Nóbrega - Castelo Roqueiro
Aboim da Nóbrega - Tenda - Carrancas românicas e Arcos de volta inteira
Aboim da Nóbrega - Vestígios da Torre de Aboim
Gondomar - Azenha e via
Gondomar - Igreja - Sarcófago antropomórfico
Valdreu - S. Salvador - Mosteiro românico
Valões - Ponte de Permedelos
Rio Mau - Monte dos Francos - Castelo dos Mouros
Godinhaços - Igreja - Cerâmica medieval
Rio Mau - Via antiga
Pedregais - Complexo viário
Pedregais - Igreja românica e sarcófago antropomórfico
Duas Igrejas - Inscrição alti-medieval
Goães - Ponte e via de Goães
Dossãos - Castelo do Borrelho - Vestígios de atalaia
Atães - Paço - Sarcófago antropomórfico
Atães - Estela e sepultura medieval
Barros - Igreja Paroquial de Barros
Turiz - Igreja - Pia medieval
Valbom S. Martinho - Igreja românica e sarcófago
Oriz Sta. Marinha - Torre de Oriz
Ponte S. Vicente - Ocupação medieval do Castro de S. Julião
Coucieiro - Ruínas do Paço de Linhares
Coucieiro - Igreja românica e inscrição medieval
Arcozelo - Ponte de Pedra
Carreiras S. Miguel - Torre de Penegate
Atiães - Vestígios de torre
Nevogilde - Costa - Via antiga
Barbudo - Monte do Castelo - Vestígios de cerâmica medieval
Moure - Local possível do Mosteiro de Sto. Antoninho
Prado S. Miguel - Outeiro fortificado
Turiz - Ponte de Covas - Via
Vila Verde - Igreja Velha
Sabariz - Necrópole de Sabariz
Cervães - Torre de Gomariz
Cervães - Igreja e inscrição
Ponte S. Vicente - Ponte de Caldelas

NATURAL
Inserido na Província do Minho, o concelho de Vila Verde alberga no seu seio dos mais pitorescos trechos desta região.

A beleza natural, fielmente traduzida no seu nome, Vila Verde, é recheada de grandes variedades de perspectivas visuais, sejam os caminhos cobertos com ramadas de videiras ou os aglomerados rurais de montanha, seja nos percursos viários de onde, regra geral, se vislumbram extensos panoramas.

Assenta este facto na diversidade morfológica, onde, a Norte, a barreira montanhosa forma um anfiteatro natural, o que concede ao concelho uma insolação excelente.

Se, da primitiva paisagem natural, grande parte foi alterada com a ocupação humana do território para satisfação das necessidades de cultivo, essa ocupação, de tão sabiamente integrada no meio ambiente, veio apenas enriquecê-lo, embora recentemente se venha assistindo a um processo de degradação da paisagem.

A zona baixa do concelho, constituída pelos vales dos rios Cávado e Homem e rios afluentes e ainda o vale do Neiva, foi sendo objecto de regularização para cultivo. As construções de habitação e de apoio agrícola constituem um habitat disperso, com grandes casas senhoriais ligadas à agricultura. Ligados a vias de comunicação e a mercados daí inerentes originaram-se pequenos aglomerados de cariz urbano: Vila de Prado, Vila Verde e Pico de Regalados.

A zona da meia encosta assiste a um processo de socalcamento e terraciamento do seu solo, enquanto na zona alta do território, mais montanhosa, a parca existência de solos propícios à agricultura gera o aparecimento de pequenos habitats concentrados, tais como Cabaninhas, Azedo, Mixões da Serra ou Porrinhoso.

A introdução de novas espécies da flora continental, atlântica e mediterrânea, que aqui encontraram ambiente propício ao seu desenvolvimento, veio pouco a pouco substituir a flora primitiva.

O pinheiro bravo e mais recentemente o eucalipto têm vindo a substituir o carvalho, o castanheiro e demais vegetação que dominava as áreas serranas. Este processo de substituição da flora, os incêndios, os efeitos dos pesticidas e ainda a caça desportiva têm sido a causa directa da diminuição progressiva de várias espécies de fauna regional (lobo, javali, corça, raposa, lebre, coelho, aves de rapina, galinholas, etc.), que, apesar de constituírem um elevado potencial cinegético, vêem hoje comprometida a sua sobrevivência.

Nas zonas altas subsistem áreas consideráveis onde os elementos primitivos ainda prevalecem, merecendo um cuidado especial na sua protecção.

TRADIÇÕES  
(2 exemplos)

A Corrida do Galo
A Corrida e o Testamento do Galo assumem a figura de sátira social, que remonta - segundo a memória dos mais antigos - a meados do século XIX.

Corrida do Galo e o testamento Esta começou por ser uma festa da comunidade com o propósito de reunir a população numa actividade lúdica e recreativa em pleno Domingo Gordo.
Várias localidades assinalavam o momento com a leitura do Testamento do Galo, que anunciava o seu triste destino e regozijava por poder ser comido pelos seres humanos em vez de acabar debaixo da terra: Deixo, e é minha vontade/Seja a minha sepultura/Dentro dos corpos humanos, /Que é melhor que terra dura. Após a leitura do testamento, o Galo era lançado à população - que se reunia, por norma, no local mais amplo e central da freguesia -, que se precipitava na tentativa de agarrá-lo e poder desfrutar da sua deliciosa carne.
A maioria das localidades acabou por abandonar esta prática, mas a comunidade escolar da escola EB 1 de Francelos, na Vila de Prado, mantém-na bem viva e animada. Trajadas com a indumentária tradicional minhota (nada de máscaras e outras indumentárias contemporâneas), as crianças reúnem-se, pela manhã, no dia que antecede a partida para as férias escolares de Carnaval, para aí cumprirem, mais uma vez, a tradição.

Porém, a tradição manda que os alunos de cada ano escolar comprem o melhor Galo junto dos agricultores da terra, que será entregue, no final, à professora. Note-se que, inicialmente, o Galo era levado à casa da professora que, por norma, era residente na freguesia, mas fora deste dia lectivo. Agora, a professora recebe-o em plena escola e logo após a récita do testamento e da corrida do Galo.
Os Galos são colocados em carrinhos ornamentados e retirados para iniciar todo o ritual. Ou seja, os alunos colocam o Galo num buraco do recreio da escola e, depois de libertado, inicia-se a correria para agarrá-lo e entregá-lo, posteriormente, à professora. Trata-se de um momento hilariante que acaba por ser uma jornada de convívio e grande animação para toda a comunidade escolar.

Os Lenços de Namorados
Julga-se que a origem dos lenços de namorados remonta aos trajes das senhoras nobres dos sécs. XVII e XVIII, a partir dos quais foram adaptados pelas mulheres do povo; adquiriram, assim, expressões de maior simplicidade ao nível das técnicas e materiais utilizados na sua elaboração, com o fim de conquistar o seu namorado.

O linho foi parcialmente substituído pelo algodão, o que deu origem aos chamados "lenços da tropa" que se vendiam nas feiras; o bordado a ponto de cruz foi parcialmente substituído pelo ponto corrido ou de pé-de-flor, de cadeia e canutilho, de mais fácil execução e até as cores foram alteradas.

O preto e o vermelho foram substituídos por uma grande variedade de cores que vieram introduzir uma enorme riqueza cromática. Os motivos bordados eram de grande diversidade, ao gosto de cada bordadeira que recorria a símbolos religiosos, corações e chaves, borboletas, par de namorados e outros. Quanto aos textos, estes podiam assumir a forma de palavras soltas, frases ou quadras. Neles, a sua autora, de uma forma mais ou menos explícita, assumia os seus sentimentos pelo rapaz que, se estivesse interessado no namoro, iria usar o lenço ao pescoço.

LENDAS  
( 3 exemplos)

Lenda da Ponte de Prado
A Ponte de Prado, que muito tem já de antiga, evoca célebres amores de um Rei Leonês com uma ilustre dama natural desta vila.
Depois de uma enorme cheia que quase havia destruído a ponte e verificando o monarca o mau estado da mesma, enviou imediatamente ordens para a sua reconstrução.

Consta desde então que o motivo que levara o rei Leonês, residente em Braga, a tomar tal atitude, fora o facto de ter obrigatoriamente de atravessar a ponte aquando das suas visitas à tão amada dama.Pensa-se, no entanto, que os célebres amores de D. Branca Guterres com o monarca Leonês não são lendários, aconteceram mesmo, do que aliás nos dá notícia uma inscrição que apareceu numa pedra na referida vila.

Assim, o rei Leonês podia visitar D. Branca de dia ou de noite, acompanhado da sua polícia ou disfarçado em homem do povo, sem ter sequer de admitir que seus amores fossem prejudicados por uma ponte que causava pânico a quem sobre ela passava.

Lenda das Cobras do Alívio
Conta-se que, certo dia do ano de 1818, um emigrante português residente no Brasil caminhava pelas estradas brasileiras, quando se sentiu cansado e resolveu sentar-se no que lhe pareceu um tronco de árvore.

Então, subitamente, o tronco começou a movimentar-se e, olhando, o emigrante viu que se tinha transformado numa cobra gigantesca. Nessa hora de aflição, o homem apelou para a boa vontade da Senhora do Alívio, prometendo-lhe a pele da cobra, caso a santa a matasse.Com a força da Senhora, o emigrante conseguiu pegar na faca de mato que levava à cintura e lutou muito com a possante criatura, até a matar. Em agradecimento e cumprimento da promessa, trouxe a pele da cobra para Portugal, oferecendo-a à Nossa Senhora do Alívio, no seu santuário. Aí estão hoje expostas outras peles de cobra, vindas de diversas partes do Mundo, de lugares onde portugueses passaram apuros e apelaram à ajuda da Nossa Senhora do Alívio, como por exemplo os soldados que foram defender a pátria, em África, durante a guerra colonial.

Lenda da Fonte do Sardão
Das mouras que viviam antigamente no Monte do Castelo (...), havia uma que costumava muitas vezes vir de noite, sozinha, beber da água daquela fonte.

Numa época de excessiva estiagem foi-se a água reduzindo a ponto tal que desapareceu e a moura não deixava de prantear a ausência da sua água favorita. Volvido enfim o Inverno e restituída à fonte e à moura a deliciosa água continuou ela no seu inalterável hábito.
Um frade do convento de Santo António, que estava situado na margem do Castelo para a Fonte, recolhia-se uma vez muito tarde de regresso de uma aldeia muito longínqua onde fora missionar com outro companheiro que, morrendo no caminho, deu causa a tanta demora; avistando um vulto estranho de mulher, fora de horas e desacompanhada, pôs logo em observação toda a sua curiosidade de frade-confessor e foi seguindo à distância e em silêncio o objecto que tanto o espantava.

Chegada à fonte a moura que era formosa na sua cor (...) deu pela presença do frade que se aproximava demais e perguntou-lhe com que direito e para que fim a espreitava; ao que o frade respondeu: que vendo uma mulher tão formosa, só, a horas tão remotas e em lugares tão ermos, vinha protegê-la contra qualquer eventualidade perigosa que porventura lhe sucedesse. A moura agradeceu penhoradíssima.

Nada mais disse a moura e nada mais disse o frade. Adormeceram... Este diálogo e mais outros pormenores deram rebate no Castelo onde tudo se ouvia por encanto e a moura-mestra (...), tirando-se dos seus cuidados, apareceu repentinamente no local do sinistro e, vendo apenas folhas de laranjeira na grinalda de folhas e flores que antes ornava a fronte da sua subordinada, condenou ao encanto eterno o frade, que então se transformou em sardão, e fez da moura uma roseira que ainda hoje dá sombra e camélias, junto da fonte.

O QUE VISITAR

Museu das Terras de Regalados
 O Museu Terras de Regalados foi inaugurado no dia 22 de Junho do ano de 2008. O museu reúne o espólio de arte sacra da paróquia. Alberga cerca de uma centena de peças de culto e uso religioso. O seu espólio, datado entre o séc. XVI e o séc. XX, varia entre a estatuária, os paramentos, a talha, os metais, a bibliografia e documentos.

GASTRONOMIA
O legado gastronómico é manifestamente um factor cultural fundamental e, como tal, no concelho de Vila Verde, marcado pelas raízes do Minho, a diversidade e a riqueza culturais reflectem-se na criatividade gastronómica do município.
 Durante vários séculos as mulheres e homens têm sabido transmitir os saberes da nossa gastronomia mantendo viva esta tradição cultural.
Aqui, abrimos as portas aos paladares do concelho de Vila Verde para partilhar, com todos aqueles que nos visitam, velhos sabores que surpreendem pela sua autenticidade e suculência.

Surpreenda-se, assim, com o pão de milho, em tempos riqueza de muitas casas, e saboreie-o logo pela manhã na cevada/leite ao pequeno-almoço, ao meio-dia no caldo e à merenda com o presunto. Com a broa de milho mais dura, experimente uma “sopa de burro cansado” com vinho verde tinto e açúcar amarelo e sinta-se mais revigorante.

Surpreenda-se também com a diversidade de sabores, cores e odores dos caldos à lavrador, de abóbora, de nabiças, de nabos e o caldo verde retemperadores de energia e que em tempos foram o suporte da alimentação minhota.

Sendo uma região de montanha e de muitos os cursos de água que a atravessam, os pratos de carne dominam a nossa gastronomia, numa mistura com sabores e ingredientes da terra, têm paladares únicos. Experimente o arroz de frango "pica-no-chão", o coelho à caçador, o cabrito assado no forno, os rojões à moda do Minho, as papas e o sarrabulho, o cozido à portuguesa, a posta barrosã, o arroz de pato e a massa de coelho. Acompanhe este último com um arroz de ervilhas ou de tomate malandro.

Já nos pratos de peixe o cardápio também apresenta uma variada e rica oferta. Surpreenda-se com a açorda de bacalhau, o arroz malandro com pataniscas ou bolinhos de bacalhau, o arroz de sardinhas, o arroz de polvo, as punhetas de bacalhau, o arroz fresco de bacalhau, o arroz de feijão vermelho com netos e postas de bacalhau, a posta de bacalhau à portuguesa com grelos salteados.

Para marcar a experiência gustativa, recomenda-se que regue os pratos com os aromas delicados e sabores frescos do vinho verde branco ou tinto da região.

Termine esta viagem pelos sabores de Vila Verde, deliciando-se com a diversidade de doces seculares. Saboreie o pudim “Abade de Priscos”, o pudim de leite, o creme de leite queimado, as rabanadas, os formigos, os sonhos, a aletria e o bolo rei (época natalícia), o pão-de-ló (época pascal), o arroz doce, o doce branco e amarelo, a maçã assada e uma diversidade de outros doces que poderá encontrar nas excelentes pastelarias existentes no município.

Receitas de sopas (2 exemplos)

SOPA DE PERDIZ
Ingredientes:
1 perdiz
100 g de feijão branco
6 batatas médias
3 cenouras médias
½ ramo de salsa pequeno
100 g de presunto
1 cebola média
sal
Preparação:
Põe-se a perdiz a cozer com o feijão, depois acrescenta-se as batatas e as cenouras cortadas aos bocadinhos e um fio de azeite. Quando tudo estiver bem cozido, retira-se a perdiz e desfia-se retirando os ossos e a pele e volta-se a deitar novamente a perdiz na sopa com o presunto cortado aos bocados e a salsa que depois de estar cozida se retira e tempera-se com sal. Deixa-se cozer um pouco mais até o presunto estar bem cozido e acrescenta-se um fio de azeite.
A perdiz deve ser brava de preferência.

CALDO DE CASTANHAS
Ingredientes:
3 Litros de água
1 Kg de batatas
500 gr de castanhas
250 gr de cebolas
Sal
500 gr. de feijão
100 gr de carne de porco
Preparação:
Põe-se os feijões a cozer juntando-lhes um fio de azeite. Decorridos 20 minutos acrescentam-se as batatas, a carne de porco e as cebolas. Quando estiver tudo bem cozido, esmaga-se tudo muito bem. Por fim, tempera-se com sal e acrescentam-se as castanhas assadas partidas em quatro partes e retira-se de imediato do lume...

Receitas de peixe (2 exemplos)

PUNHETAS DE BACALHAU
Ingredientes:
2 postas médias de bacalhau do lombo
1 cebola média
2 colheres de sopa de azeite
1 colher de sopa de vinagre
2 dentes de alho
Preparação:
Cortam-se postas do lombo do bacalhau sem demolhar e desfia-se.
Passa-se por água várias vezes para retirar o excesso de sal, depois enxuga-se com um pano.
Coloca-se numa travessa e por cima colocam-se rodelas de cebola, azeite, alhos cortados muito pequenos e o vinagre.
Pode ser também servido com miolo de pão milho desfeito colocado por cima do bacalhau.

ARROZ DE NETOS
Ingredientes:
400 g de arroz
4 postas médias de bacalhau
3 colheres de sopa de azeite
2 cebolas médias
2 dentes de alho
Espigos de couves (netos)
Preparação:
Faz-se o estrugido com bastante cebola, quando estiver loura deita-se um pouco de água e deixa-se ferver um bocadinho, depois acrescenta-se o bacalhau desfeito com pele e espinhas já demolhado e o alho. Deixa-se refogar e depois acrescenta-se um pouco mais de água para ficar solto, deita-se o arroz e os espigos, prova-se para ver se necessita de sal.
Este prato pode ser também confeccionado com o bacalhau por demolhar no entanto terá de ser muito bem lavado para retirar o excesso de sal.

Pratos de carne (3 exemplos)

PAPAS DE SARRABULHO
Ingredientes:
1 galinha caseira
1 pernil de porco temperado
200 g carne de vaca
200 g sangue de porco cozido (verde)
8 pães (deve ser um pouco duro)
4 cebolas médias
2 dentes de alho
1 colher de sopa de cominhos
1 colher de café de pimenta
1 fio de azeite
2 folhas de louro
½ ramo de salsa
sal
Preparação:
Deitam-se as carnes a cozer numa panela em água temperada com sal, quando estiverem muito bem cozidas desfiam-se, retirando as peles e os ossos.
Na água, deitam-se as cebolas picadas, os alhos, o louro, um fio de azeite, cominhos, pimenta e salsa. Acrescenta-se o sangue cozido (verde), bem desfeito, o pão, também muito bem desfeito, e as carnes desfiadas, mexendo sempre para não agarrar. A salsa e o alho retiram-se antes de servir.

ARROZ PICA NO CHÃO
Ingredientes:
1 frango caseiro com cerca de 1.200 kg
0,5 kg arroz
1 cebola
5 hastes de salsa
2 dentes de alho
Pimenta
3 colheres de sopa de azeite
1 folha de louro
Sangue do frango com 2 colheres de sopa de vinagre de vinho ou 3 colheres de sopa de vinho tinto
Preparação:
Faz-se o estrugido com a cebola e o azeite, quando a cebola estiver a ficar loura deita-se um pouco de água e deixa-se ferver um pouco. Junta-se o frango cortado aos bocados, a salsa, os alhos, a pimenta e o louro e tempera-se com sal. Deixa-se estufar em lume brando, quando estiver quase cozido acrescenta-se mais água e junta-se o arroz. Depois em lume brando deita-se o sangue mexendo bem e em lume brando.

ROJÕES COM SARRABULHO
A acompanhar as papas de sarrabulho servem-se os rojões , os farinhotes e as tripas fritos, cortados ás rodelas pequenas, bem como o fígado e o verde também fritos cortados aos bocados.

Sobremesa

PUDIM ABADE DE PRISCOS
Ingredientes:
½ lit. água
½ kg açúcar
1 casca de limão
15 ovos
50 g de presunto
1 pau de canela
1 cálice de vinho do Porto
Preparação:
Põe-se a água a ferver com a casca de limão, pau de canela, açúcar e o presunto. Quando esta calda estiver em meio ponto passa-se por um coador de rede fina. Separam-se 15 gemas e batem-se bem batidas, junta-se um cálice de vinho do Porto e batem-se novamente. À calda junta-se as gemas com o vinho do Porto.
Deita-se numa forma barrada de açúcar queimado e vai a cozer em banho-maria tapada durante cerca de quarenta e cinco minutos.

ARTESANATO 
(3 exemplos)
O artesanato é considerado um processo em que predomina o trabalho manual, embora, por vezes, seja renovado através do recurso a máquinas que libertam o artesão das fases mais duras do processo produtivo. A sua produção, no entanto, nunca é em série, pois esta caracteriza a técnica dos processos industrializados.

O artesanato é uma actividade em que o homem intervém com a sua imaginação e criatividade, na qual se dá primazia aos traços da cultura popular.
Com uma importância económica crescente na vida das populações, a actividade artesanal é geradora de objectos de grande expressividade, beleza e utilidade, que vão de encontro às características de um mercado cada vez mais exigente, que procura objectos personalizados com uma origem cultural específica, ligados a determinadas maneiras de pensar, sentir e agir de um povo e a certas condições materiais de existência.
No concelho de Vila Verde, o artesanato é muito variado: lenços de namorados, artigos em linho, tecelagem, cestaria, miniaturas e brinquedos em madeira, cangas, jugos e instrumentos musicais.
A produção cerâmica é também uma actividade importante desta região que se caracteriza pela diversidade das formas e pelo seu carácter utilitário.
A visita a estes locais constitui uma oportunidade não só para adquirir produtos artesanais, mas também para conhecer os espaços, o processo de produção e os próprios artesãos.

- Lenços de Namorados, bordados e rendas
O Minho é a região do nosso país mais rica em bordados, que constituem um trabalho de difícil execução e muito rigoroso que necessita de mãos hábeis e delicadas.

Lenços de namorados, lençóis, travesseiros, fronhas de almofadas, toalhas de mesa e rosto e peças de vestuário são de uma beleza impressionante, tanto pelas cores como pelos motivos decorativos e bordados.
Com as rendas criam-se produtos de igual qualidade e beleza.

- Produtores de Linho 
A produção do linho é um processo muito trabalhoso e moroso que passa por várias etapas: semeado, mondado, regado, arrancado, ripado, alagado, seco, espadelado, restelado, assedado, fiado, chegando, por fim, ao tear para serem produzidas as mais variadas peças. Todo este trabalho é quase sempre feito por mulheres.

Madeiras
A madeira sempre foi uma matéria-prima muito utilizada para o fabrico dos mais diversos produtos, por ser fácil de trabalhar e por existir no meio rural.

Utilidades domésticas, miniaturas, jugos e cangas de bois, são alguns dos objectos ainda hoje produzidos. Os brinquedos constituem uma expressão desta actividade em desenvolvimento.


 .

IN:
- WIKIPEDIA
- SITE DO MUNICÍPIO

.

Sem comentários: