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ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
Alicate para medir gordura coporal
é único representante português
em salão de invenções
Uma ferramenta parecida com um alicate que serve para medir o índice de gordura corporal vai ser a representante exclusiva de Portugal no 40.º Salão Internacional de Inventos de Genebra, que decorre na cidade suíça a partir de quarta-feira
O invento foi produzido por uma equipa de cientistas de duas faculdades da Universidade do Porto, liderados pela professora Teresa Restivo, do Departamento de Mecânica da Faculdade de Engenharia daquela instituição de ensino superior.
Numa altura em que a obesidade é considerada um problema de saúde pública nos países ocidentais, o lipocalibrador surge como uma ferramenta de fácil e rápida utilização ao dispor dos técnicos de saúde, salientam os seus autores.
Além de permitir avaliar com grande precisão o índice de gordura corporal nas pessoas com um simples aperto de uma prega da pele com as suas pinças, o equipamento digital tem várias outras utilizações, ao nível da veterinária ou até das ciências forenses.
Teresa Restivo disse à agência Lusa que o lipocalibrador pode ser utilizado, por exemplo, para determinar o desenvolvimento de gado em explorações pecuárias ou ajudar a indicar quando ocorreu uma morte pressionando a pele do cadáver.
O invento, que é uma evolução de outros sistemas para medir a gordura corporal através do uso de uma corrente elétrica, tem a vantagem de não ser intrusivo nem ter as contra-indicações do uso da eletricidade, designadamente em pessoas que usem sistemas "by-pass".
O sistema funciona através de uma ligação sem fios entre o alicate e um computador, que pode ser também portátil, onde está o programa que apresenta os resultados das medições feitas pelas extremidades das pinças.
Outra aplicação do equipamento, batizado Lipo Toll, é a medição da quantidade de líquidos no corpo das pessoas antes de se sujeitarem a tratamentos de hemodiálise.
Atualmente, já estão a funcionar seis lipocalibradores em unidades de saúde portuguesas, em fase de estudo, acrescentou a cientista.
O projeto de investigação que levou à produção do invento teve um custo entre os 25 mil e os 30 mil euros e cada um dos equipamentos está a ser vendido por cerca de 1.000 euros, valor que deverá baixar quando a sua produção passar a ser feita em série, revelou Teresa Restivo.
Com registo de patentes nacional e internacional a decorrer, o sistema reuniu já duas distinções em Portugal: o primeiro prémio da edição de 2010 dos prémios atribuídos pela Associação Portuguesa de Nutricionistas e o "FEUP Colheita 75", atribuído pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
É com as verbas correspondentes a esses prémios que os seus autores decidiram mostrar o invento no mais importante salão do género a nível mundial, onde vai repartir as intenções com um milhar de outras invenções provenientes de 46 países.
Tiago Faustino Andrade, engenheiro mecânico, será o elemento da equipa de investigadores que se deslocará à Suíça e deverá ser o único representante de Portugal na edição deste ano, de acordo com a representação em Lisboa do salão helvético.
A equipa é ainda constituída pelos professores Maria de Fátima Chouzal e Manuel Quintas e pelo investigador Carlos Moreira da Silva, todos do Departamento de Mecânica da Faculdade de Engenharia portuense, e pela professora de Nutrição Teresa Freitas do Amaral, também da Universidade do Porto.
* Se só existe apenas um invento português neste certame será porque o governo dá imenso apoio aos nossos criativos.
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