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Como melhorar o futebol
IN "A BOLA"
20/06/20
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Como melhorar o futebol
feminino em Portugal
A FPF não faz regulamentos sobre homens ou mulheres. Todos os anos, a FPF
analisa as suas competições, em conjunto com as associações e parceiros
de classe, e introduz alterações. De resto, é assim em todo o mundo.Não
existe, pois, qualquer regulamento que discrimine por género. Nem podia
haver.
A
FPF decidiu, face ao período extremamente delicado que atravessamos,
introduzir diversas mudanças nos regulamentos das provas que organiza.
Mudanças nos formatos e nos regulamentos. O objetivo é sempre o mesmo:
tornar a competição melhor, mais equilibrada, e assim potenciar o
desenvolvimento de jogadores, treinadores e clubes.
O campeonato feminino é um desses casos.
A
FPF decidiu introduzir um limite para o número de inscritas por
plantel, para que os clubes mais poderosos financeiramente não possam
limitar a circulação de jogadoras, mantendo-as no plantel mas com pouca
utilização.
A FPF impôs medidas de controlo que obrigam os clubes a
garantir que cumprem os compromissos assinados com as jogadoras, não
permitindo atrasos.
A FPF aumentou o número de jogadoras formadas
localmente na ficha de jogo, para garantir que existe espaço para as
jogadoras da formação.
A FPF alargou o número de clubes na divisão
principal e alterou o modelo competitivo para garantir maior equilíbrio
entre as equipas e mais apoio para as jogadoras.
A FPF iniciou em
2019/2020 - e vai manter - um projeto de apoio a todas as equipas do
campeonato feminino que envolve a entrega de 600 mil euros ao conjunto
de clubes, mediante o investimento em formação e incentivo ao
desenvolvimento da jogadora portuguesa.
A FPF decidiu também, de
forma transitória, incluir a seguinte medida no regulamento para
2020/2021. «Face às circunstâncias excecionais decorrentes da pandemia
Covid-19 e à necessidade de garantir o equilíbrio dos clubes e a
estabilidade da competição, é estabelecido o limite máximo de 550 mil
euros para a massa salarial das jogadoras inscritas na temporada
2020/2021. Entende-se por massa salarial do plantel a soma dos salários
e/ou subsídios declarados no contrato de cada jogadora». Como resulta
claro da leitura do artigo, não existe qualquer teto salarial. Nem podia
existir. Os clubes são livres de fazer os contratos que entenderem com
as jogadoras.
A base ainda é frágil
Esta
medida foi tomada porque, infelizmente, o campeonato feminino é a prova
sénior mais desequilibrada do futebol português. Na época 2019/20
realizaram-se 89 jogos: apenas 45 foram equilibrados. Houve 21
desequilibrados e 23 muito desequilibrados.
Uma competição com
estas características precisa de ser constantemente melhorada e
justifica a introdução de medidas que aproximem as equipas no campo de
jogo.
O futebol feminino é uma área em grande crescimento, mas é
importante que não esqueçamos que a base é, ainda, muito frágil. Jogam
em Portugal pouco mais de mil jogadoras seniores. Apenas cinco clubes
inscreveram jogadoras profissionais na época passada, num total que se
aproximou das 70.
A FPF está, mais do que nunca, comprometida
com a evolução sustentada do futebol feminino, que seja a tradução
visível do plano estratégico de desenvolvimento delineado em sintonia
com os clubes e as associações distritais e regionais de futebol.
Ao
contrário do que acontecia no passado, as jogadoras portuguesas têm
agora mais espaços e competições apropriadas para desenvolverem o seu
potencial e agarrarem um projeto ligado à sua grande paixão.
As
seleções nacionais femininas dos escalões de formação começam a ser a
verdadeira base do futuro, como atestam os apuramentos para as fases
finais nos escalões sub-17 e sub-19 e os percursos vitoriosos nos
Torneios de Desenvolvimento da UEFA sub-16.
O mesmo acontece com a
Seleção A feminina, que participou pela primeira vez numa fase final do
Campeonato da Europa feminino, na Holanda, em julho de 2017.
Uma
equipa que tem alcançado as suas melhores classificações no ranking
feminino da FIFA e conquistado notoriedade internacional, ao ser
sucessivamente convidada a defrontar as melhores seleções do Mundo.
A
FPF acredita que um campeonato mais competitivo e equilibrado só
reforçará a dimensão de estabilidade que é absolutamente essencial para o
crescimento do futebol feminino em Portugal, e para a evolução das
nossas seleções nacionais.
Muitas jogadoras deste campeonato estão
ativas em diferentes escalões das seleções de Portugal. A aposta na
formação e no desenvolvimento da jogadora portuguesa é sempre uma
prioridade para a FPF.
Ao longo dos últimos anos, a FPF
nunca hesitou em tomar medidas que promovam o desenvolvimento de um
setor com especificidades e necessidades próprias. Fê-lo sempre depois
de prestar atenção à opinião dos intervenientes. Assim continuará a ser.
IN "A BOLA"
20/06/20
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