17/04/2020

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HOJE  NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Abandono de doentes 
"agrava-se". Hospital de Gaia 
pondera apresentar queixas

O Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho sinalizou junto da Segurança Social e do Ministério Público "casos sociais" ou seja pessoas abandonadas pela família, estando a ponderar apresentar queixas, indicou esta sexta-feira fonte deste hospital.

"Em momentos difíceis deparamo-nos com o melhor que há em nós, e percebemos que somos capazes do inacreditável, tornando-nos heróis. Infelizmente, o oposto também se verifica. O CHVNGE tem sido confrontado com a permanência de pessoas internadas sem necessidade clínica, abandonadas pela própria família", lê-se na mensagem publicada nas redes sociais do CHVNG/E.

Já em resposta à agência Lusa, fonte deste centro hospitalar revelou que "neste momento" estão 12 doentes sinalizados como "casos sociais".
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 Em causa estão utentes cujo estado de saúde não implica cuidados, ou seja, estão em condições de ter alta clínica.

"No entanto, são pessoas que necessitam de cuidador, por razões de dependência, o que não permite uma alta clínica com segurança", descreve o CHVNG/E, recordando que "a situação torna-se mais dramática atualmente, uma vez que, se já em circunstâncias e condições regulares, o perigo de contrair infeções é elevado, esse perigo aumentou substancialmente" com a pandemia covid-19.

O CHVNG/E alerta que este abandono "não só põe em causa a vida de pessoas saudáveis, como pode impedir o tratamento de quem mais necessita, uma vez que há uma ocupação de cama sem necessidade clínica".

De acordo com os serviços sociais deste hospital, esta é uma realidade que não é nova, porque, referem, "este problema sempre existiu infelizmente", mas tem vindo a ser "uma constante nos últimos anos", registando um "agravamento acentuado neste período de contingência".

"Temos casos mais recentes de portadores de covid-19, dependentes de terceiros, que ainda não foi possível reintegrar nos seus domicílios, por ainda não haver resposta familiar e/ou social", referiu à Lusa fonte do hospital.

Assim, o CHVNG/E sinalizou estes "casos sociais" junto do Instituto de Segurança Social e do Ministério Público (MP).

"O MP, na generalidade dos casos, acaba por solicitar ao CHVNG/E que o processo dê entrada não como queixa formal, mas como 'solicitação do estabelecimento do estatuto e maior acompanhado' - que não implica qualquer consequência para cuidadores negligentes", é descrito na resposta à Lusa.

* Em primeiro lugar constitui um nojo abandonar familiares clinicamente estáveis nos hospitais.
Depois entendemos a posição do MP, pode averiguar as condições que muitas famílias não têm para receber pessoas doentes.

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