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HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
OCDE
Quebra de 0,5 pontos percentuais no crescimento do PIB mundial em 2020
A desaceleração nas principais economias europeias deverá limitar crescimento da Zona Euro a 0,8%.
A Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu esta segunda-feira em baixa de
0,5 pontos percentuais, para 2,4%, as estimativas para o crescimento
mundial este ano, devido ao surto do novo coronavírus.
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“Na assunção que os picos de epidemia na
China no primeiro trimestre de 2020 e os surtos noutros países se provem
moderados e contidos, o crescimento mundial poderia ser decrescido em
cerca de 0,5 pontos percentuais [p.p.] este ano relativamente ao
esperado nas previsões económicas de novembro de 2019”, pode ler-se no
relatório das previsões económicas intercalares hoje divulgado.
Segundo o documento hoje conhecido, o
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na zona euro para 2020 também
foi revisto em baixa, mas de 0,3 p.p., sendo agora estimado em 0,8%, à
boleia das desacelerações da Alemanha (0,1 p.p. para 0,3%), França (0,3
p.p. para 0,9%) e Itália (0,4 p.p para uma estagnação da atividade
económica – 0%).
O crescimento económico do Reino Unido foi
também revisto em baixa de 0,2 p.p. para 0,8%, o dos Estados Unidos em
0,1 p.p. para 1,9%, o do Japão em 0,4 p.p. para 0,2% e o da Coreia do
Sul, um dos países mais afetados pela doença Covid-19, em 0,3 p.p. para
2,0%.
Relativamente à China, a OCDE prevê reviu em baixa de 0,8 p.p. o
crescimento económico de 2020, estimando agora 4,9% de aumento do PIB.
Apesar da revisão em baixa de 0,5 p.p. do crescimento económico mundial
em 2020 devido ao surto do novo coronavírus, a OCDE adverte que um surto
“mais duradouro e intensivo, alargado às regiões Ásia-Pacífico, Europa e
América do Norte enfraqueceria as perspetivas consideravelmente”.
“Neste caso, o crescimento mundial poderia descer para 1,5% em 2020,
metade do número projetado antes do surto do vírus”, assinala a
organização sediada em Paris.
Relembrando que a província chinesa de Hubei, origem do novo
coronavírus, contribui para 4,5% da produção local, a OCDE destaca que
“os declínios na produção na China foram sentidos rapidamente pelas
empresas por todo o mundo, dado o papel chave da China nas cadeias de
produção mundiais como produtora de bens intermediários, particularmente
computadores, eletrónica, fármacos e equipamento de transporte”.
“Restrições às viagens e o cancelamento de muitas visitas, voos e
eventos de trabalho e lazer estão a afetar severamente muitos serviços. É
provável que isto persista por algum tempo”, segundo a OCDE, que
assinala que os turistas chineses representam cerca de 10% do turismo
internacional.
A organização presidida por Ángel Gurría defende ainda, no seu
relatório, que “estímulos à política macroeconómica nas economias mais
expostas ajudarão a restaurar a confiança, à medida que os efeitos do
surto do vírus e as disrupções no lado da oferta desvanecem”.
“As baixas taxas de juro devem ajudar a amortecer a procura, apesar do
impacto das mudanças recentes e projetadas na política de taxas de juro
na atividade [económica] deva permanecer modesto nas economias
avançadas”, segundo a OCDE.
Tanto na China como nas economias mais afetadas, a OCDE recomenda ainda
que no curto prazo seja providenciada “liquidez ao sistema financeiro”
por parte dos bancos, particularmente às pequenas e médias empresas, e
que não deixem empresas abrir falência durante a aplicação de medidas de
contenção do surto.
* Temos de consciencializar que a globalização não é só economia, não é só consumismo, também é doença.
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