13/01/2020

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HOJE NO  
"OBSERVADOR"
Livre vota moção para retirar confiança política a Joacine Katar Moreira. Partido pode perder representação parlamentar

Elementos do Livre apresentaram uma moção ao Congresso do partido para que caso a deputada não renuncie às suas funções lhe seja retirada a confiança política.

A postura de Joacine Katar Moreira motivou alguns membros do partido a apresentar uma moção que será levada ao Congresso do partido, no próximo fim de semana. Numa das 18 moções apresentadas a congresso, disponibilizadas no site do partido, os subscritores da moção pretendem que a deputada “renuncie às suas funções” e, caso não aconteça, que lhe seja “retirada a confiança política”.
Eis-nos chegados a um ponto em que as causas defendidas pelo Livre parecem não conseguir sobrepor-se ao ruído constante provocado pelos faits divers mais estapafúrdios; em que o coletivo parece soçobrar numa desmedida exposição mediática do indivíduo; em que o partido se arrisca a ver a sua própria sobrevivência posta em causa. Assim sendo, no caso de a deputada não se dispuser a renunciar às suas funções, o LIVRE não tem outra alternativa a não ser retirar-lhe a confiança política“, pode ler-se no final da moção.
No Congresso do próximo fim de semana, serão eleitos os novos órgãos nacionais do partido e para os quais, já se sabia, não há qualquer candidatura de Joacine Katar Moreira que poderá assim ficar completamente desvinculada dos órgãos do partido — caso a moção seja aprovada.
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Caso Joacine Katar Moreira não renuncie ao cargo de deputada, o que permitiria substituir a deputada pelo número dois da lista candidata ao círculo de Lisboa, Carlos Teixeira, o partido arrisca-se a perder a representação parlamentar, ficando Katar Moreira como deputada não inscrita.

Na exposição de motivos, os cinco subscritores da moção afirmam que o partido ficou “conhecido devido às peripécias, atribulações e polémicas internas em que se viu envolvido de outubro até hoje, o que conduziu à degradação da imagem pública e da credibilidade do partido”.

“A falta de articulação entre os órgãos do partido e o gabinete parlamentar, agravada pelas constantes declarações à comunicação social, afetaram, de modo insanável, as relações institucionais entre os órgãos do Livre e a deputada eleita”, notam os subscritores acrescentando que também as relações “entre a deputada eleita e a generalidade dos membros” foram afetadas.

Os membros do Livre notam que “a eleição de uma deputada encheu todos de entusiasmo e esperança” porque passariam a ter “as condições para que os valores defendidos pelo partido passassem a ser conhecidos por mais e mais pessoas”, mas que “não foi assim que as coisas se passaram”.

Mas não é apenas no campo da relação entre a deputada e o partido que o texto da moção se centra. Os subscritores apontam uma “situação preocupante e confrangedora” no que diz respeito ao ponto de vista político, considerando que o trabalho de Joacine Katar Moreira no Parlamento “é manifestamente pouco” recordando ainda a entrega fora de prazo das alterações à lei da Nacionalidade.

“Apenas duas iniciativas foram apresentadas pela deputada (Projeto de Lei 126/XIV e Projeto de Resolução 64/XIV), sendo a primeira, o projeto de lei de alteração à lei da Nacionalidade, de particular relevância para o partido, foi apresentada fora do prazo. Mesmo tendo em conta que o trabalho parlamentar se estende para além do hemiciclo, é manifestamente pouco…”, escrevem os subscritores.

Os membros do Livre que subscrevem a moção afirmam ainda que “as intervenções da deputada no hemiciclo evidenciam falta de preparação” e que tal falta de preparação se explica pelo facto de o “gabinete parlamentar assumir uma postura dissidente em relação aos órgãos do partido, com destaque para o Grupo de Contacto”.

* O Livre surgiu como um partido humanista e moderado com Joacine apresenta um estranho extremismo quase a roçar o racismo.

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