.
.
HOJE NO
"OBSERVADOR"
Livre vota moção para retirar confiança política a Joacine Katar Moreira. Partido pode perder representação parlamentar
Elementos do Livre apresentaram uma moção ao Congresso do partido para que caso a deputada não renuncie às suas funções lhe seja retirada a confiança política.
A postura de Joacine Katar Moreira motivou alguns membros do partido a
apresentar uma moção que será levada ao Congresso do partido, no
próximo fim de semana. Numa das 18 moções apresentadas a congresso,
disponibilizadas no site do partido, os subscritores da moção pretendem
que a deputada “renuncie às suas funções” e, caso não aconteça, que lhe seja “retirada a confiança política”.
Eis-nos chegados a um ponto em que as causas defendidas pelo Livre parecem não conseguir sobrepor-se ao ruído constante provocado pelos faits divers mais estapafúrdios; em que o coletivo parece soçobrar numa desmedida exposição mediática do indivíduo; em que o partido se arrisca a ver a sua própria sobrevivência posta em causa. Assim sendo, no caso de a deputada não se dispuser a renunciar às suas funções, o LIVRE não tem outra alternativa a não ser retirar-lhe a confiança política“, pode ler-se no final da moção.
No Congresso do próximo fim de semana, serão eleitos os novos órgãos nacionais do partido e para os quais, já se sabia, não há qualquer candidatura de Joacine Katar Moreira que poderá assim ficar completamente desvinculada dos órgãos do partido — caso a moção seja aprovada.
.
Caso Joacine Katar Moreira não renuncie ao cargo de
deputada, o que permitiria substituir a deputada pelo número dois da
lista candidata ao círculo de Lisboa, Carlos Teixeira, o partido
arrisca-se a perder a representação parlamentar, ficando Katar Moreira
como deputada não inscrita.
Na exposição de motivos, os cinco
subscritores da moção afirmam que o partido ficou “conhecido devido às
peripécias, atribulações e polémicas internas em que se viu envolvido de
outubro até hoje, o que conduziu à degradação da imagem pública e da credibilidade do partido”.
“A falta de articulação entre os órgãos do partido e o gabinete
parlamentar, agravada pelas constantes declarações à comunicação social,
afetaram, de modo insanável, as relações institucionais entre os órgãos
do Livre e a deputada eleita”, notam os subscritores acrescentando que
também as relações “entre a deputada eleita e a generalidade dos
membros” foram afetadas.
Os membros do Livre notam que “a eleição
de uma deputada encheu todos de entusiasmo e esperança” porque passariam
a ter “as condições para que os valores defendidos pelo partido
passassem a ser conhecidos por mais e mais pessoas”, mas que “não foi
assim que as coisas se passaram”.
Mas não é apenas no campo da relação entre a deputada e o partido que o texto da moção se centra. Os subscritores apontam uma “situação preocupante e confrangedora” no que diz respeito ao ponto de vista político, considerando que o trabalho de Joacine Katar Moreira no Parlamento “é manifestamente pouco” recordando ainda a entrega fora de prazo das alterações à lei da Nacionalidade.
“Apenas duas iniciativas foram apresentadas pela deputada (Projeto de
Lei 126/XIV e Projeto de Resolução 64/XIV), sendo a primeira, o projeto
de lei de alteração à lei da Nacionalidade, de particular relevância
para o partido, foi apresentada fora do prazo. Mesmo tendo em conta que o
trabalho parlamentar se estende para além do hemiciclo, é
manifestamente pouco…”, escrevem os subscritores.
Os membros do
Livre que subscrevem a moção afirmam ainda que “as intervenções da
deputada no hemiciclo evidenciam falta de preparação” e que tal falta de
preparação se explica pelo facto de o “gabinete parlamentar assumir uma
postura dissidente em relação aos órgãos do partido, com destaque para o
Grupo de Contacto”.
* O Livre surgiu como um partido humanista e moderado com Joacine apresenta um estranho extremismo quase a roçar o racismo.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário