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"OBSERVADOR"
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Era opositor de Maduro, foi preso e terá morrido
com 38 lesões no corpo.
com 38 lesões no corpo.
Fala-se em tortura
A informação relativa às lesões — "escoriações, queimaduras, fraturas", entre outras — apareceu na autópsia, revelada por um jornalista venezuelano. Arévalo era considerado um preso político.
Esteve pouco mais de uma semana detido, mas por um mau
motivo: a 29 de junho, oito dias depois de ter sido preso por
alegadamente ter participado numa tentativa de golpe de estado (e de
assassinato, segundo o regime) contra Nicolás Maduro, o militar e
capitão venezuelano Rafael Acosta Arévalo morreu no hospital militar do
complexo de Fuerte Tiuna, onde fica a sede do ministério da Defesa do
país.
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A morte originou de imediato
acusações de tortura ao regime de Maduro, difundidas pela oposição.
Esta quarta-feira, a polémica aumentou com a revelação de uma autópsia
ao corpo do antigo capitão, curiosamente feita por um jornalista (Eligio
Rojas) do tablóide venezuelano pró-Maduro (Ultimas Notícias). A
autópsia, cujo conteúdo foi revelado através de fotografias tiradas ao
documento original, indica que o corpo de Arévalo registaria indícios de
38 lesões, 30 das quais em zona frontal e oito nas costas, quando
morreu.
A autópsia terá sido feita pela diretora do Serviço Nacional de
Medicina e Ciências Forenses da Venezuela (Senamecf), Sinue Villalobos,
em conjunto com outros especialistas que determinaram que o corpo
apresentava “contusões, escoriações, queimaduras e hematomas”. O corpo
tinha ainda sinais de “hemorragias internas (no aparelho digestivo, no
pescoço e no cólon)”, “fraturas nas costas” e um “tromboembolismo
pulmonar, isto é, artérias obstruídas por um coágulo sanguíneo”, aponta
ainda o tablóide Ultimas Noticias. A principal causa de morte apontada
terá sido “um edema cerebral profundo, resultante de insuficiência
respiratória aguda”, causada pelo tromboembolismo pulmonar.
Rafael
Costa Arévalo é o segundo homem detido pelo regime por motivos
políticos a morrer na sequência da detenção. O primeiro foi um vereador
do partido político Justiça Primeiro, Fernando Albán, que segundo o
governo suicidou-se a 8 de outubro de 2018. A versão é disputada pela
oposição, que acusa o regime de o ter torturado até à morte.
A morte deste antigo capitão venezuelano, no passado dia 29 de junho,
provocou reações quer da oposição quer das autoridades do regime —
sobretudo porque três dias antes Diosdado Cabello, homem forte do
regime, tinha declarado na televisão que o capitão estava em boas
condições de saúde.
Cerca de 15 horas antes da morte, Rafael Costa
Arévalo ter-se-á mesmo apresentado a um tribunal militar “desorientado e
praticamente imóvel, pedindo simplesmente ajuda e assentindo ao seu
advogado, que lhe perguntava se tinha sido torturado”, indica o jornal
de oposição El Nacional. O mesmo órgão de comunicação acrescenta que
Arévalo “foi detido sem ordem judicial” e sem que os seus advogados ou
familiares “tivessem [inicialmente] contacto com ele”.
O regime
não ficou indiferente às acusações de tortura a um preso político,
reforçadas pelo líder da oposição Juan Guaidó — que disse, num vídeo
difundido nas redes sociais, que o capitão fora “assassinado” depois de
ter sido “torturado de forma brutal e selvagem” —, pelos EUA, pelo
chamado Grupo de Lima (que reúne representantes de Argentina, Brasil,
Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México,
Panamá, Paraguai e Peru, países com governos habitualmente críticos do
regime de Maduro), pela União Europeia e pela alta comissária da ONU
para os direitos humanos, Michelle Bachelet.
O regime prometeu levar a cabo uma investigação “objetiva,
independente e imparcial, respeitando plenamente o Estado de Direito”.
Foram entretanto detidos dois elementos da Guarda Nacional, acusados de
“homicídio premeditado”. As detenções não satisfizeram Michelle
Bachelet e a oposição venezuelana a Maduro, que têm questionado o porquê
de os dois detidos — Zárate, de 22 anos, e Tarascio, de 23 anos — não
serem também acusados de tortura. Com as acusações que lhes foram
imputadas, os militares arriscam uma pena de prisão de seis a 12 anos.
A
diplomata da ONU e várias organizações internacionais têm apelado
também a uma investigação independente, isto é, que não seja dirigida
pelo poder judicial e policial venezuelano, que tem relações estreitas
com o poder político.
* O que se espera dum cobarde assassino como Maduro? Tarda a apodrecer.
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