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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Deputadas do PSD que picaram ponto
por colegas constituídas arguidas
Emília
Cerqueira e Maria das Mercês Borges foram constituídas arguidas no caso
do escândalo dos registos de falsas presenças na Assembleia da
República. As social-democratas perderam a imunidade parlamentar, assim
como José Silvano e Feliciano Barreiras Duarte, em nome de quem ambas
picaram o ponto.
O Parlamento
levantou esta sexta-feira a imunidade a Emília Cerqueira e Mercês
Borges, deputadas do PSD que originaram uma das maiores polémicas da
legislatura: as assinaturas das falsas presenças de José Silvano e
Feliciano Barreiras Duarte no hemiciclo. Ambas são arguidas pelos crimes
de abuso de poder e falsidade informática, apurou o JN.
Silvano e Feliciano também perderam a imunidade para serem ouvidos no âmbito do mesmo inquérito.
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Emília
Cerqueira usou a "password" de Silvano para lhe assinar as presenças
nos plenários nos dias 18 e 24 de outubro de 2018. Duas semanas depois,
quando estalou o escândalo, o deputado e secretário-geral do PSD
garantiu que ninguém conhecia a sua "password" e que não tinha pedido a
ninguém que lhe assinasse as suas presenças. Só que, sob pressão, no dia
seguinte, a 9 de novembro, Cerqueira assumiu que "inadvertidamente"
havia picado o ponto ao "amigo" de longa data.
Já
Mercês Borges votou em nome de Feliciano no debate do Orçamento do
Estado, a 30 de outubro de 2018. Confrontada com o episódio, a Borges
admitiu ter já votado em nome de várias pessoas até à data, deitando por
terra a teoria de que os usos de "passwords" de uns deputados pelos
outros no Parlamento fossem uns meros incidentes que se circunscrevessem
a estes dois episódios.
Ao JN, a
Procuradoria-Geral da República escusou-se a dar mais detalhes sobre o
caso. "O inquérito encontra-se em investigação e está sujeito a segredo
de justiça", confirmou.
Cristovão Norte, do PSD, também foi autorizado a ser ouvido pela Justiça, mas no caso das viagens pagas pela Galp ao Euro 2016.
O
levantamento da imunidade aos cinco parlamentares, após os pareceres
favoráveis da Subcomissão Parlamentar de Ética - de quem depende estes
processos - foi aprovado por unanimidade no último dia plenário da
sessão legislativa, antes de os deputados irem de férias.
* Estes parlamentares vão pagar por todos os seus pares que durante as décadas da democracia se fartaram de aldrabar o Estado. A comunicação social tem ao longo dos anos registos das mentirosices.
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