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HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
BCE considera que riscos económicos
de saída sem acordo são “geríveis”
BCE defende que são várias as instituições europeias que "já adotaram medidas com o objetivo de minimizar o impacto de uma saída sem acordo"
O vice-presidente do Banco Central Europeu
(BCE), De Guindos, considerou esta segunda-feira que os efeitos
económicos de uma saída sem acordo do Reino Unido da União Europeia são
“geríveis”, mas alertou que “os mercados não gostam desta
possibilidade”.
“Um cenário de ‘no deal’ [não acordo] apresenta riscos que são geríveis,
mas estas fragilidades podem ter efeitos desfavoráveis se interagirem
com os riscos que dizem respeito à zona euro”, afirmou Luis De Guindos,
que falava numa audição na comissão dos Assuntos Económicos e Monetários
do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
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Segundo o responsável, as consequências
poderão, assim, “ser geridas” já que “as várias instituições europeias
já adotaram medidas com o objetivo de minimizar o impacto de uma saída
sem acordo, que é o pior cenário possível”, ao mesmo que tempo que “o
setor privado está preparado há seis meses para esta hipótese”.
Porém, Luis De Guindos ressalvou: “É algo que não podemos subestimar
[porque] os mercados não gostam desta possibilidade”.
Acresce que “um ‘hard Brexit’ ainda não foi quantificado pelos mercados e
poderá ser um potenciador da desaceleração da economia europeia”, notou
Luis De Guindos, relacionando este processo com “riscos” como o
abrandamento do comércio mundial.
“Podemos dizer que um Brexit sem acordo é algo que terá efeitos, não é
irrelevante de todo”, adiantou.
Luis De Guindos apontou ainda que “os resultados do Brexit contribuíram
para incerteza nas políticas da UE” (União Europeia).
A Câmara dos Comuns realiza hoje um dia de votações indicativas para
estabelecer opções alternativas do Brexit, depois do acordo da
primeira-ministra britânica, Theresa May, ter sido chumbado três vezes.
O Reino Unido, que tinha previsto sair da UE em 29 de março passado,
conseguiu um adiamento até 12 de abril próximo, para quando o Governo
poderá pedir uma extensão maior, a fim de negociar possivelmente outro
acordo, ou sair do bloco sem qualquer acordo.
Luis De Guindos falava naquela comissão parlamentar no âmbito da
apresentação da atividade do BCE em 2018, tendo destacado que, no ano
passado, foi possível alcançar “taxas de juro mais sólidas” na UE, bem
como uma “estabilidade dos preços” e “condições de financiamento
favoráveis” às empresas e às famílias.
A seu ver estão, contudo, por resolver questões como a conclusão da
União Bancária, setor para o qual defendeu a existência de “mais bancos a
funcionar em vários países”, assinalando que, recentemente, se
registaram “alguns negócios entre Espanha e Portugal” nesse âmbito.
“Na Europa, temos um setor bancário com muitos agentes e isto faz com
que haja oferta em excesso, o que afeta a competitividade dos bancos,
pelo que a consolidação do setor poderia permitir reduzir custos e
aumentar a eficiência”, apontou Luis De Guindos.
* Nós sabemos que os banqueiros gerem muito bem as crises mais as vigarices.
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