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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Anacom acusa CTT de divulgar "informação enganosa"
O regulador acusa os CTT de terem prestado informações erradas sobre a evolução das reclamações. Acusações que os Correios já rejeitaram, tendo ainda reiterado os dados divulgados pela empresa no dia 13 de fevereiro.
A guerra entre a Anacom e a os CTT parece não ter mesmo um fim à
vista. E na base das mais recentes acusações estão as reclamações sobre o
serviço postal.
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Esta
terça-feira, o regulador acusou a empresa liderada por Francisco Lacerda
de ter divulgado "informação enganosa". Em causa está um comunicado
onde os CTT diziam que tinham registado uma redução no número de
reclamações, após a Anacom ter divulgado que as queixas tinham aumentado
em 2018. Nem uma hora depois, os Correios reagiram refutando as
acusações e retirando os dados divulgados pela empresa na passada
quarta-feira.
Na base do braço de ferro estão os dados publicados a 13 de fevereiro
pela entidade liderada por Cadete de Matos, que concluirão que o número
de reclamações no setor só tinha aumentado em 2018 (em 3%) devido ao
crescimento em 43% das queixas sobre o setor postal, já que no campo das
telecomunicações caíram.
No final da tarde desse mesmo
dia, os Correios emitiram um comunicado, onde defendiam que as
reclamações de serviços postais nos CTT tinham diminuído 7% em 2018.
Ora,
a pós esta comunicação, a Anacom "solicitou esclarecimentos aos CTT
sobre a informação que suportou o seu comunicado, tendo os elementos
recebidos no dia 18 de fevereiro permitido confirmar que os CTT
divulgaram informação enganosa", acusa o regulador.
Isto
porque, como explica a entidade, quer no texto quer no título
"induzia-se a conclusão de que tal redução respeitaria apenas a
reclamações, quando, na verdade, correspondia à soma das reclamações e
dos pedidos de informação relativos a serviços postais recebidos pelo
Grupo CTT", lê-se no recente comunicado emitido pela Anacom.
"Estas
duas categorias, que no seu conjunto terão tido uma redução de 7% em
2018 face a 2017, não podem nem devem ser confundidas, já que têm uma
natureza clara e completamente distinta entre si. Consideradas
separadamente, como não pode deixar de ser, observa-se que o Grupo CTT
registou no seu sistema interno um aumento de 9% das reclamações
recebidas (e uma redução de 40% dos pedidos de informação recebidos) ",
aponta o regulador.
Tendo em conta estes dados, a Anacom
não em qualquer dúvida que "em 2018 existiu um aumento do volume de
reclamações sobre serviços postais recebidos pelo Grupo CTT, tanto no
caso daquelas que são registadas no Livro de Reclamações físico e
eletrónico (19,9 mil em 2018 face a 14,6 mil em 2017), como das que o
Grupo CTT classificou como reclamações no seu sistema interno e que
recebeu por diversos canais (196 mil em 2018 face a 180 mil em 2017, o
que corresponde a um aumento de 9%)", concluiu o regulador.
Por
sua vez, os CTT aproveitaram o novo comunicado para esclarece que "os
pedidos de informação não são pedidos genéricos sobre os serviços
prestados, mas relativos a situações concretas de interação dos clientes
com os CTT. Na prática, corresponde às situações resolvidas, numa
primeira abordagem, sem necessidade de diligências posteriores", explica
a empresa liderada por Francisco Lacerda.
Os Correios
defendem ainda que a informação divulgada pela Anacom, "ao isolar
reclamações e considerar apenas as recebidas por alguns canais, dos
quais um implementado em meados de 2017 [livro eletrónico], não permite
ter uma visão global" e alega que o regulador "desconsidera o total das
solicitações". E "mesmo considerando apenas as reclamações não
respondidas imediatamente (reclamações em sentido estrito) o aumento é
de 9% e não de 43%", sustenta a empresa.
* O povo português deve agradecer a Passos Coelho e Paulo Portas terem cometido a imbecilidade de privatizar os CTT.
Seriam as alvíssaras tentadoras?
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