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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Associação de Hospitalização Privada diz que ainda "há espaço" para voltar atrás
A
Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) considerou hoje
que "ainda há espaço" para três grandes grupos de saúde privada voltarem
atrás relativamente ao fim das convenções com a ADSE, abrindo a porta
ao diálogo com o Estado.
Em
declarações aos jornalistas no parlamento, depois de reuniões com as
bancadas parlamentares de PSD e CDS-PP, o presidente da APHP, Óscar
Gaspar, afirmou que "com certeza que há espaço" para os hospitais
privados recuarem na decisão de cessar a prestação de serviços ao abrigo
da ADSE.
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"A
Associação Portuguesa dos Hospitais Privados sempre esteve aberta para o
diálogo, e aquilo que nos espanta é que, de facto, tenha havido apenas
silêncio do lado da ADSE pelo menos desde outubro", referiu.
Óscar
Gaspar salientou que, "se a ADSE quiser negociar, embora de forma
firme, como disse o senhor primeiro-ministro, e de forma muito correta,
obviamente que há condições" de chegar a "uma convenção que seja
equitativa e transparente" na ótica dos hospitais privados.
O
primeiro-ministro, António Costa, garantiu hoje que a ADSE não vai
acabar e reafirmou a intenção do Governo de negociar preços justos com
os grupos privados prestadores de cuidados de saúde.
O
presidente da APHP considerou que foi "uma intervenção muito positiva
da parte do senhor primeiro-ministro", que vem em linha com os apelos do
"Presidente da República, do bastonário da Ordem dos Médicos, até do
presidente da Associação de Administradores Hospitalares", que apelaram
ao diálogo e ao retomar das negociações.
Óscar
Gaspar salientou "até agora" não sentiu "abertura da parte do Governo
para essa fase de negociação" e, por isso, espera que "a ADSE também
tenha tomado boa nota e esperamos a qualquer momento então que se inicie
esse período de negociação, que é importante que se faça".
Porém, até hoje ainda não foram notificados para nenhum encontro.
Os
grupos José de Mello Saúde (rede CUF), Luz Saúde e Lusíadas Saúde
comunicaram esta semana que vão romper as convenções com a ADSE, o
subsistema de saúde dos funcionários públicos, com efeito a partir de
abril.
Aos jornalistas, o presidente da
APHP assinalou que na reunião de Assembleia-Geral da associação, "não
foram dois, nem três, nem quatro, nem cinco os hospitais privados que
disseram que com esta atual convenção não há condições de prosseguir", o
que demonstra que este "não é um problema de dois ou três grupos, é um
problema mais alargado".
Apontando que
não responde "por aqueles três grupos", Óscar Gaspar referiu que "aquilo
que fizeram foi comunicar em devido tempo à ADSE o que é que ia
acontecer", recusando que estejam a fazer chantagem.
"Não
há nenhum tipo de chantagem. A questão é muito clara e nem sequer é do
conhecimento da ADSE há uma semana ou há um mês ou há dois meses",
salientou o dirigente.
Apontando que os
hospitais privados são "contra esta regra das regularizações desde o
início", o responsável recordou que "no ano passado" foi interposto "um
processo em tribunal que corre os seus trâmites".
"Aquilo
que os grupos que já comunicaram à ADSE disseram foi que, com esta
convenção, não há condições de prosseguir. Não há nenhuma ameaça, é
apenas a realidade dos factos", vincou.
Já
no final de dezembro, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada
revelou que alguns prestadores admitiam deixar de ter convenção com a
ADSE, após esta ter exigido 38 milhões de euros por excessos de
faturação em 2015 e 2016, pedindo a anulação desse processo ao Governo.
O
Conselho Geral e de Supervisão da ADSE aprovou na terça-feira, por
unanimidade, uma resolução em que apela para um "urgente diálogo" entre
os prestadores de saúde e o conselho diretivo do instituto público.
Hoje,
estava também previsto que a APHP se reunisse com o PS, mas tal acabou
por não acontecer "por indisponibilidade" do grupo parlamentar. Na
sexta-feira, a associação encontra-se com o BE.
* Toda esta cenaça é um teatro muito mal representado, a verdade é que os hospitais privados não sobrevivem sem o abono do Estado e mais, quando num hospital privado não há competência técnica e de equipamento os doentes são recambiados para o SNS.
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