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ESTA SEMANA NO
"O JORNAL ECONÓMICO"
Cadeia de Lisboa fecha até 2020,
abrindo a porta a negócio de milhões
Cadeia de Lisboa será encerrada até 2020, apurou o JE. Terreno situado em pleno coração da capital vale mais de 200 milhões de euros e deverá acolher o novo Campus da Justiça. Parte do terreno ficará para a CML e poderá ter lugar a venda a privados.
O Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) vai ser encerrado de
forma gradual, segundo o Orçamento do Estado para 2019. Ao que o Jornal
Económico apurou, o Governo espera que o processo esteja concluído até
2020 e o imóvel, situado em pleno coração da capital, poderá ser a nova
localização do Campus da Justiça. A Câmara Municipal de Lisboa (CML)
deverá ficar também com uma parte e poderá ter lugar a venda a privados,
dado o elevado encaixe financeiro que o Estado poderá assegurar com a
venda deste ativo extremamente apetecível para investidores portugueses e
estrangeiros.
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INÍCIO SEC XX |
“O Governo toma as medidas necessárias
para a execução do plano que visa o encerramento gradual dos
estabelecimentos prisionais de Lisboa e de Setúbal, bem como a
reinstalação dos serviços centrais do Ministério da Justiça e dos
tribunais de Lisboa”, refere a proposta de lei do Orçamento do próximo
ano.
Ao que o Jornal Económico apurou, com vista ao encerramento
do EPL, tem tido lugar uma redução gradual do número de reclusos. Há
dois anos, a prisão, que necessita de obras profundas de recuperação,
contava com cerca de 1.200 reclusos. Hoje, são à volta de 850 e esta
redução vai acentuar-se ao longo dos próximos meses, com a transferência
dos atuais presos para outras cadeias.
A prisão de Tires será um
dos destinos dos reclusos do EPL: aquela cadeia, hoje ocupada apenas por
mulheres, vai passar a ter também detidos do sexo masculino, que
ficarão alojados num pavilhão atualmente abandonado, que será
reabilitado para o efeito.
Quando o processo de transferência dos
detidos estiver concluído, o terreno do EPL deverá ser utilizado para
instalar os futuros tribunais de Lisboa, sabe o Jornal Económico.
A
decisão de retirar o Campus da Justiça do Parque das Nações deve-se ao
facto de ocupar edifícios arrendados, com um custo anual de 12 milhões
de euros para o Estado. A mudança para o terreno do EPL permitirá ter os
tribunais de Lisboa junto ao Palácio da Justiça, dando corpo a uma
ideia antiga, que remonta aos anos 50 do século passado.
Terreno valerá mais de 200 milhões de euros
Até
ao fecho da edição, não foi possível obter uma confirmação se está
prevista a venda de uma parte dos terrenos do EPL, após o encerramento
da prisão. Mas as fontes contatadas pelo Jornal Económico concordam que
se trata de um imóvel extremamente valioso, dada a sua localização
central.
“É um imóvel que vale ouro. Está situado no centro de
Lisboa, num terreno onde se pode construir. Vale seguramente mais do que
os terrenos da antiga Feira Popular, ou seja, mais de 200 milhões de
euros”, defendeu uma das fontes contatadas pelo JE. “Não acredito que o
Estado perca a oportunidade de fazer um negócio destes”, acrescentou.
O
mesmo responsável frisou que, a concretizar-se a venda a privados, este
será o próximo grande negócio imobiliário na capital, após a venda, em
hasta pública, dos terrenos da Feira Popular, prevista para o próximo
dia 12 de novembro, com um preço base de 188,5 milhões de euros.
EPL pertence à Parpública
Em
2006, a Estamo, subholding da Parpública para o setor imobiliário,
comprou o EPL por 62 milhões de euros, numa transação entre entidades
públicas que teve como objetivo reduzir o défice desse ano. Deste então,
o Ministério da Justiça tem de pagar à Estamo uma indemnização
compensatória de 2,8 milhões de euros por ano, em troca da utilização do
edifício. Em 2006, esta solução foi adotada como uma medida provisória,
mas entretanto os anos passaram e não se encontrou uma localização
alternativa para o EPL, continuando o Estado a pagar uma renda à Estamo.
Por esta razão, o Governo anunciou, em 2016, a intenção de reverter a
venda à Estamo, trazendo o edifício novamente para a esfera do
Ministério da Justiça. Mas até ao momento essa reversão não se
concretizou.
Até ao fecho da edição, não foi possível obter esclarecimentos de fontes oficiais do Ministério da Justiça e da Parpública.
* Eles comem tudo, eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada!
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