HOJE NO
"OBSERVADOR"
Le Pen e Salvini pedem “revolução”
nas eleições europeias de maio
Líderes da extrema-direita italiana e francesa, pediram "uma revolução" nas próximas eleições europeias para fazer emergir uma "frente da liberdade" de partidos soberanistas.
Os líderes da extrema-direita italiana, Matteo Salvini, e francesa,
Marine Le Pen, pediram hoje “uma revolução” nas próximas eleições
europeias para fazer emergir uma “frente da liberdade” de partidos
soberanistas.
.
A líder da União Nacional francesa, ex-Frente
Nacional, e o vice-primeiro-ministro e ministro do Interior de Itália e
líder da Liga, ex-Liga do Norte, lançaram hoje juntos em Roma a campanha
eleitoral para as eleições europeias de 23 de maio.
Salvini afirmou que as eleições vão constituir “o final de um
percurso, de uma revolução no mesmo sentido que está a percorrer a
Europa” e o mundo e saudou a vitória na primeira volta das presidenciais
no Brasil do candidato de extrema-direita, Jair Bolsonaro.
“Estamos
aqui para dar sentido e alma a um sonho de Europa que os burocratas
europeus esvaziaram. Os salvadores da Europa estão aqui, não em
Bruxelas”, disse o político italiano.
Salvini e Le Pen rejeitaram a
ideia de uma lista eleitoral única de partidos “soberanistas”, mas o
primeiro propôs que tais partidos estejam unidos, após as eleições, para
nomear “candidatos comuns para os papeis mais delicados” na União
Europeia (UE).
Para Le Pen, “um momento histórico” aproxima-se,
que “verá emergir uma Europa diferente, a Europa das nações, do respeito
e da proteção”.
A política francesa distanciou-se do antigo
conselheiro de Donald Trump Steve Bannon, que anunciou a criação de uma
organização, “O Movimento”, para agregar as diferentes formações da
direita radical na Europa com vista às eleições europeias.
“O
senhor Bannon não vem de um país europeu, é um americano. Ele sugeriu a
criação de uma fundação que visa oferecer aos partidos soberanistas
europeus estudos, sondagens, análises. Mas a força política que vai
nascer das eleições na Europa somos nós, e apenas nós, quem a vai
estruturas”, disse Marine Le Pen.
“Porque estamos comprometidos
com a nossa liberdade, a nossa soberania. […] Que as coisas sejam
extremamente claras sobre este assunto”, acrescentou.
Os dois
políticos expuseram a sua ideia de uma Europa menos centralizada, com
mais soberania para os países, com fronteiras defendidas para travar a
imigração.
.
Salvini definiu como “inimigos” os “burocratas
entrincheirados no ‘bunker’ de Bruxelas”, “os Juncker, os Moscovici, que
trouxeram precariedade e medo à Europa e recusam abandonar a cadeira”.
O
dirigente italiano tem criticado repetidas vezes o presidente da
Comissão Europeia, Jran-Claude Juncker, e o comissário para os Assuntos
Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, pelas críticas que têm feito
ao projeto de Orçamento de Estado italiano, que prevê um aumento da
despesa e do défice público que não está em conformidade com os
compromissos assumidos até agora pela Itália.
Salvini propôs “uma
comunidade” europeia em vez de uma união, que “faça poucas coisas, mas
bem” e “reconheça a liberdade dos diferentes países, povos e governos”
em matérias como agricultura, educação, saúde ou família.
Le Pen
fez afirmações na mesma linha, afirmando que “a UE foi construída em
cima de muitas promessas”, “mas poucas concretizações e resultados”.
“Não lutamos contra a Europa, mas contra uma União Europeia que se tornou um sistema totalitário”, disse.
* Se Salvini e Le Pen tivessem por hipótese um quinto do poder conseguido por Hitler seriam cinco vezes piores que ele.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário