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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Presidente da Câmara de Celorico de Basto
.perde mandato em tribunal
.perde mandato em tribunal
O
presidente da Câmara de Celorico de Basto, Joaquim Mota e Silva, foi
condenado a três anos de prisão, com pena suspensa, e à perda de
mandato.
Segundo o Tribunal de
Guimarães, Joaquim Mota e Silva foi condenado pelo contrato feito com a
empresa do pai, Albertino Silva, para fazer o saneamento financeiro da
Câmara Municipal de Celorico de Basto (CMCB).
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Albertino
Silva é o ex-presidente da autarquia celoricense, que terá deixado a
câmara em má situação financeira. Foi contratado pelo filho, entretanto
eleito presidente, para sanear financeiramente a CMBC.
Joaquim
Mota e Silva foi condenado pelo crime de prevaricação em cargo
político. Para o tribunal, "estão reunidos os pressupostos dessa perda
de mandato". O presidente do coletivo de juízes sentenciou que o
presidente da Câmara contratou a empresa do pai para que este
"continuasse a auferir rendimentos da Autarquia sem lá exercer funções".
A
decisão do Tribunal de Guimarães é passível de recurso e, à saída do
tribunal, Joaquim Mota e Silva anunciou que vai recorrer: "Naturalmente
discordamos. Vamos, serenamente, fazer a nossa contestação para o
Tribunal da Relação e aguardar serenamente por aquilo que é a absolvição
que, estou certo, irá acontecer". Até que a sentença transite em
julgado, o autarca continuará a exercer funções na Câmara de Celorico.
Em
causa está a contratação da empresa "Casa do Portelo - Agroflorestal,
Turismo e Serviços" para o préstimo de serviços na área das finanças,
economia e gestão, por um período de dois anos, pelo valor de 56847,50
euros.
O ajuste aconteceu em 2009, um mês após a eleição de Joaquim Mota e Silva para presidente da Câmara, sucedendo ao próprio pai.
Em
tribunal, o autarca justificara que não tinha conhecimento que a "Casa
do Portelo" era da sua família e que assinou de cruz os documentos da
adjudicação, num dia em que estava com muitos afazeres porque era o seu
aniversário e tinha acabado de tomar posse.
Ora,
o tribunal entendeu que a desculpa não é suficiente pois "não colhe o
argumento de que um presidente de Câmara possa assinar um documento sem
sequer, pelo menos, ler os seus aspetos mais importantes".
O
tribunal também não ficou convencido que Joaquim Mota e Silva não tenha
conversado com o pai sobre o assunto, tendo em conta a relação familiar
próxima.
A sociedade Casa do Portelo
foi constituída a 5 de novembro de 2009 e o ajuste direto foi feito
poucos dias depois. Esta coincidência temporal é considerada "invulgar"
pelo coletivo de juízes e "legitima a conclusão de que a sociedade terá
sido constituída para este contrato".
Para
além disso, "não existem documentos que mostrem que Albertino Silva
tenha elaborado qualquer relatório referente ao serviço para o qual foi
contratado", lê-se no acórdão.
O
Tribunal de Guimarães condenou, ainda, o vereador Inácio Silva a três
anos de prisão, com pena suspensa. Em 2009, era vice-presidente da
Câmara.
Quanto à restituição dos
56847,50 euros gastos pela Câmara, o tribunal entendeu que não estão
reunidos os pressupostos para que o dinheiro seja devolvido. Para isso,
era preciso que o Município fizesse um pedido de indemnização cível no
valor do seu prejuízo. Ora, como o presidente da Câmara continua a ser
Joaquim Mota e Silva até que o processo termine, não é expectável que o
pedido venha a ser feito.
* Pena suspensa é um carinho.
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