ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
"VISÃO"
Clima de conspiração na maçonaria:
Grão-mestre acusa vice de falta
.de lealdade e demite-o
.de lealdade e demite-o
O socialista Júlio Meirinhos afastou José Motta Veiga do
cargo de vice-grão-mestre, alegando traição. Acusa-o de querer ocupar o
seu lugar e de andar a fazer campanha nas lojas às escondidas. A pouco
tempo das eleições para a liderança da Grande Loja Legal de Portugal, o
clima de tensão está instalado. Sucedem-se os processos de suspensões e
as trocas de acusações. Meirinhos desvaloriza e diz que "é livre" de
fazer o que entende
O clima de guerra e conspiração
instalou-se na maçonaria regular. O socialista Júlio Meirinhos,
grão-mestre da Grande Loja Legal de Portugal (GLLP), suspendeu o seu
vice-grão-mestre, o advogado José Motta Veiga, maçon da Loja Anderson,
alegando falta de confiança.
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Isto numa altura em que dentro da obediência se começam a perfilar os candidatos à sucessão de Meirinhos para as eleições que vão decorrer em junho ou julho. Motta Veiga, apurou a VISÃO, será um dos candidatos. Num dos decretos de demissão, o atual grão-mestre acusa o seu número dois de andar à revelia a fazer campanha eleitoral, nomeadamente numa loja maçónica no Algarve.
"Há pessoas que são melhores para umas funções do que outras", justifica Júlio Meirinhos à VISÃO, dizendo que a demissão do seu braço direito nada teve a ver com as eleições que, alega, "nem sequer estão marcadas". No entanto, o decreto que o próprio grão-mestre assina contraria este argumento. No documento, pode ler-se que Motta Veiga andava "em campanha eleitoral" sem que o "período eleitoral estivesse aberto". Meirinhos acrescenta ainda que Motta Veiga tem um plano pessoal. Como prova, revela que o então vice da GLLP, "numa ação inédita", terá ido, no dia 21 de fevereiro, à sede da Grande Loja, enquanto Meirinhos estava numa viagem para participar numa conferência de grão-mestre da América do Norte, para tentar obter informações junto do Grande Secretário. Motta Veiga tomou esta atitude "sem o consultar" e para tentar evitar a publicação do primeiro decreto que previa a sua demissão, emitido precisamente no dia 21.
No entanto, esta ordem foi contestada internamente por não respeitar algumas regras, como a de ter a assinatura do Grande Secretário, José Oliveira e Silva. Por isso, Meirinhos, que pertence à Loja Rigor, de Bragança, emitiu um segundo decreto, no dia seguinte (22 de fevereiro), onde foi mais duro, chegando mesmo a acusar Motta Veiga "de falta de lealdade" e de ter tentado assumir o papel de grão-mestre. Quanto a estes decretos – que internamente têm o número 436 e 437 –, Meirinhos diz que não entende o interesse que possam ter, considerando que são apenas mais dois de entre os "mais de quatrocentos" que fez "nos últimos quatro anos" – desde que tomou posse como líder dos maçons regulares. Para enterrar a polémica, lembra ainda à VISÃO que o grão-mestre "é livre" de tomar a decisão de demitir o seu vice.
Suspensões e expulsões
As zangas e intrigas estão a dominar o dia-a-dia desta obediência. E agora atingiram o próprio grão mestrado, um dos principais órgãos da GLLP, sinal do mal-estar interno. "Há uma grande tensão", esclarece um maçon, explicando que nos últimos tempos, vários "irmãos" têm sido suspensos. Um dos últimos a ser alvo de um processo por parte de Júlio Meirinhos foi Nuno Nazareh Fernandes, um dos fundadores da obediência e membro da Loja Fernando Pessoa. Recentemente, também o venerável da Loja Anderson, José Leandro, e o maçon António Cupertino Marques, de Tomar, foram suspensos. "Ao todo, terão sido afastadas perto de 10 pessoas, o que não é comum", diz outro elemento da GLLP, recordando que em tempos Meirinhos expulsou um grupo de maçons por alegadamente praticarem nas reuniões um rito português que não estava regularizado. Entre eles estava Paulo Cardoso, um maçon que não escondia a vontade de se candidatar a grão-mestre. Depois de sair da GLLP, formou uma outra obediência, a Grande Loja Unida de Portugal, que lidera e da qual fazem parte vários maçons, como o cantor Fernando Pereira, que decidiram deixar a GLLP depois de Meirinhos ter decidido afastar Paulo Cardoso.
Entretanto Luís Pombo, membro da Loja Miramar, do Porto, foi nomeado vice grão-mestre, substituindo Motta Veiga.
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Isto numa altura em que dentro da obediência se começam a perfilar os candidatos à sucessão de Meirinhos para as eleições que vão decorrer em junho ou julho. Motta Veiga, apurou a VISÃO, será um dos candidatos. Num dos decretos de demissão, o atual grão-mestre acusa o seu número dois de andar à revelia a fazer campanha eleitoral, nomeadamente numa loja maçónica no Algarve.
"Há pessoas que são melhores para umas funções do que outras", justifica Júlio Meirinhos à VISÃO, dizendo que a demissão do seu braço direito nada teve a ver com as eleições que, alega, "nem sequer estão marcadas". No entanto, o decreto que o próprio grão-mestre assina contraria este argumento. No documento, pode ler-se que Motta Veiga andava "em campanha eleitoral" sem que o "período eleitoral estivesse aberto". Meirinhos acrescenta ainda que Motta Veiga tem um plano pessoal. Como prova, revela que o então vice da GLLP, "numa ação inédita", terá ido, no dia 21 de fevereiro, à sede da Grande Loja, enquanto Meirinhos estava numa viagem para participar numa conferência de grão-mestre da América do Norte, para tentar obter informações junto do Grande Secretário. Motta Veiga tomou esta atitude "sem o consultar" e para tentar evitar a publicação do primeiro decreto que previa a sua demissão, emitido precisamente no dia 21.
No entanto, esta ordem foi contestada internamente por não respeitar algumas regras, como a de ter a assinatura do Grande Secretário, José Oliveira e Silva. Por isso, Meirinhos, que pertence à Loja Rigor, de Bragança, emitiu um segundo decreto, no dia seguinte (22 de fevereiro), onde foi mais duro, chegando mesmo a acusar Motta Veiga "de falta de lealdade" e de ter tentado assumir o papel de grão-mestre. Quanto a estes decretos – que internamente têm o número 436 e 437 –, Meirinhos diz que não entende o interesse que possam ter, considerando que são apenas mais dois de entre os "mais de quatrocentos" que fez "nos últimos quatro anos" – desde que tomou posse como líder dos maçons regulares. Para enterrar a polémica, lembra ainda à VISÃO que o grão-mestre "é livre" de tomar a decisão de demitir o seu vice.
Suspensões e expulsões
As zangas e intrigas estão a dominar o dia-a-dia desta obediência. E agora atingiram o próprio grão mestrado, um dos principais órgãos da GLLP, sinal do mal-estar interno. "Há uma grande tensão", esclarece um maçon, explicando que nos últimos tempos, vários "irmãos" têm sido suspensos. Um dos últimos a ser alvo de um processo por parte de Júlio Meirinhos foi Nuno Nazareh Fernandes, um dos fundadores da obediência e membro da Loja Fernando Pessoa. Recentemente, também o venerável da Loja Anderson, José Leandro, e o maçon António Cupertino Marques, de Tomar, foram suspensos. "Ao todo, terão sido afastadas perto de 10 pessoas, o que não é comum", diz outro elemento da GLLP, recordando que em tempos Meirinhos expulsou um grupo de maçons por alegadamente praticarem nas reuniões um rito português que não estava regularizado. Entre eles estava Paulo Cardoso, um maçon que não escondia a vontade de se candidatar a grão-mestre. Depois de sair da GLLP, formou uma outra obediência, a Grande Loja Unida de Portugal, que lidera e da qual fazem parte vários maçons, como o cantor Fernando Pereira, que decidiram deixar a GLLP depois de Meirinhos ter decidido afastar Paulo Cardoso.
Entretanto Luís Pombo, membro da Loja Miramar, do Porto, foi nomeado vice grão-mestre, substituindo Motta Veiga.
* Preferimos ir à mercearia do que à maçonaria, há menos inveja nos merceeiros do que nos maçoneiros.
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