ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
"SÁBADO"
Jovens exigem afastamento de padre devido a "atitudes indignas"
Um grupo de jovens de Darque, em Viana do Castelo, anunciou hoje que pediu uma audiência ao bispo da diocese para exigir o afastamento do pároco local, que acusam de tomar "atitudes indignas".
Um grupo de jovens de Darque, em Viana do Castelo, anunciou hoje que
pediu uma audiência ao bispo da diocese para exigir o afastamento do
pároco local, que acusam de tomar "atitudes indignas".
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"Queremos
reunir com o senhor bispo para lhe pedir o afastamento do padre de
Darque, que toma atitudes que não são dignas de um pároco. Queremos um
novo padre, porque em Darque o descontentamento é geral", disse hoje à
agência Lusa Mário Miguel, da direcção do grupo Sagitta Darque.
Segundo
Mário Miguel o pedido de audiência enviado a Anacleto Oliveira surge na
sequência da "suspensão", hoje, da actividade que o grupo de jovens
católicos realiza quinzenalmente na celebração dominical.
"Hoje, antes do início da celebração, estávamos a fazer os preparativos
para cantar durante a missa e fomos chamados à sacristia pelo ajudante
do senhor padre. No interior da sacristia o senhor padre comunicou-nos
que o nosso grupo estava "suspenso" e abandonou o local e fomos
destratados pelo seu ajudante", especificou Mário Miguel.
"Vimos
por este meio informar que hoje, dia 11 de março de 2018, pelas 10:25,
fomos expressamente proibidos de cantar nas celebrações da nossa
paróquia por expressar a falta de apoio que temos sentido pelo pároco e
pela comunidade paroquial", lê-se na publicação na página de Facebook do
Sagitta Darque, constituído há cinco anos e composto por cerca de 13
elementos.
Contactado pela agência Lusa, o padre Manuel Pinto disse tratar-se de "um grupo residual no meio da comunidade paroquial".
"A
vida da comunidade paroquial tem decorrido dentro da normalidade.
Nenhuma celebração deixou de se fazer. Tudo corre dentro da normalidade.
Essas pessoas, em vez de esclarecem pessoalmente têm-no feito nas redes
sociais, tecendo considerações caluniosas e insultos", afirmou.
Questionado
pela Lusa sobre o pedido de audiência enviado pelo grupo de jovens ao
bispo da diocese, o pároco disse tratar-se de "um direito que lhes
assiste".
O bispo da diocese de Viana do Castelo, através do
secretariado para a comunicação social, fez saber que "dedicou o domingo
a uma visita pastoral à serra d'Arga e que só depois de conhecer o teor
do pedido de audiência e após avaliação do mesmo, decidiria sobre o
assunto".
Na semana passada, um grupo de cidadãos lançou uma
petição pública na Internet a pedir o afastamento do pároco face às
"inúmeras atitudes lamentáveis para com a população" daquela freguesia
da margem esquerda do rio Lima.
A petição, assinada por mais de
260 pessoas, destaca "a indignação perante tanta falta de humildade,
cidadania e carácter" do pároco de 40 anos, nomeado para aquela
freguesia em julho de 2015, tendo assumido o cargo no final do verão
desse ano.
"Não foi isto que Deus nos ensinou", diz o documento
intitulado "Queremos outro pároco na freguesia de Darque", com mais de
7.800 habitantes, acrescentando que "cada vez mais os darquenses se
afastam da casa de Deus".
Já Mário Miguel esclareceu que o grupo
Sagitta Darque "nada tem nada a ver" com aquela iniciativa mas disse ter
"assinado o documento por se rever nos argumentos por ele invocados".
"Vamos
até ao fim na nossa pretensão. No próximo domingo, alguns elementos do
grupo vão participar na manifestação silenciosa, em frente à igreja
paroquial, que está a ser preparada na freguesia. Sei que o protesto
"ordeiro" está marcado para as 10:00 de domingo. Quero estar presente
para mostrar o meu descontentamento. As atitudes do padre são
lamentáveis".
A petição foi lançada na sequência de um caso
registado no final de Fevereiro. Numa denúncia pública feita através das
redes sociais, um jovem da freguesia lamentou o facto de o pároco ter
realizado, conjuntamente, a missa do sétimo dia do falecimento do pai e
as celebrações dos 25 anos de casamento de um casal da freguesia, sem
que, em ambos os casos, os paroquianos tenham sido informados
previamente da situação.
* Igreja sem tricas não é igreja que se preze.
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