HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Primeiro exercício europeu de Guardas Costeiras reúne 25 países em Tróia
Cerca de 750 operacionais de 32 organizações, representantes de 25 países, participaram esta semana, em Tróia, Grândola, no primeiro exercício europeu de atividades de Guardas Costeiras, sendo esta cooperação fundamental para enfrentar crises como a do Mar Mediterrâneo.
O exercício, denominado COASTEX 17, começou na terça-feira e decorreu até hoje em Tróia, tendo terminado com uma simulação de operações que frequentemente acontecem nos mares europeus, como o controlo de derrame de petróleo, busca e salvamento, evacuações marítimas, combate ao narcotráfico ou salvamento de imigração irregular.
A bordo da fragata Bartolomeu Dias -- a partir da qual foi possível assistir a grande parte das simulações -- o subchefe do Estado-Maior da Armada, o almirante Simões Marques, explicou aos jornalistas que "não é comum ter tantas agências envolvidas num evento único, o primeiro ao nível da União Europeia".
"Normalmente, a nível nacional, cada país tem as suas entidades competentes e trabalha autonomamente, mas para enfrentar situações de crise como temos vindo a viver atualmente no Mediterrâneo é muito importante haver colaboração, coordenação e todas as agências estarem habituadas a trabalhar em rede e colaborarem entre si e aquilo que hoje estamos a demonstrar é que isso é possível", considerou. Para o subchefe do Estado-Maior da Armada, responsável pelo desenho do exercício, "este exercício é importante tanto para ver as capacidades existentes, como para identificar ainda as lacunas em termos de cooperação e de colaboração".
"Temos tido bons indicadores de que temos já forças prontas, sistemas que são capazes, mas para termos uma resposta que seja eficiente também precisamos de ter estas ligações", justificou. Se este foi o primeiro exercício europeu de atividades de Guardas Costeiras, também foi a primeira vez em que 11 entidades nacionais, com responsabilidades em diferentes domínios desta área, estiveram reunidas num único ponto e a trabalhar em conjunto.
O secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello, acompanhou toda a demonstração de hoje e, aos jornalistas, quis "assinalar a importância deste exercício, o primeiro que junta as três agências europeias com responsabilidades sobre o mar: a agência europeia das pescas, da segurança marítima e de fronteiras", destacando ainda que a iniciativa envolve 32 agências, 25 países e 750 pessoas.
"É um exercício que recria situações que todos os dias acontecem nos mares europeus, com que todos os dias, as agências europeias e nacionais, que operam para garantir a segurança dos nossos mares, são confrontadas", explicou o governante, realçando a satisfação ao ver "a Marinha Portuguesa a liderar este exercício no âmbito da sua missão de presidência do Fórum Europeu de Guardas Costeiras".
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O primeiro simulacro aconteceu logo a bordo do ferryboat que levou a comitiva de Setúbal até Tróia, tendo elementos do grupo de ações táticas da Polícia Marítima intercetado a embarcação para neutralizar um homem que estava armado e a provocar distúrbios.
Já a partir da fragata Bartolomeu Dias, foi possível assistir à atuação de um helicóptero da Marinha, que fez chegar fuzileiros do Destacamento de Ações Especiais a uma lancha suspeita de tráfico de estupefacientes.
Depois da simulação de uma operação sobre migração irregular e de um controlo de derrame de petróleo, o último simulacro foi de uma evacuação médica de um militar da fragata através do uso de um helicóptero.
* Guardas Costeiras imprescindíveis na defesa dos países.
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