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Álcool é "de longe" a droga mais
.consumida pelos portugueses
.consumida pelos portugueses
O álcool
é, "de longe", a substância mais consumida pelos portugueses que
responderam ao maior inquérito online sobre consumo de drogas, com mais
de 14% dos homens a descreveram padrões considerados problemáticos,
segundo os resultados divulgados esta sexta-feira.
A Ação do Álcool no Cérebro Humano
FONTE: Mariel H. O.
.
Esta
percentagem baixa para 9,8% quando são analisados os resultados das
mulheres, de acordo com parâmetros usados pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) para avaliar padrões de consumo considerados problemáticos.
Os
dados do "Global Drug Survey 2017" (GDS) mostram que 27% dos
portugueses que participaram neste trabalho assumiram que gostariam de
diminuir o consumo no próximo ano e 8% gostavam de obter ajuda para
lidar com o problema.
A canábis
continua a ser "a substância ilícita mais usada no mundo" e Portugal não
é exceção: 65% dos portugueses que responderam ao questionário são
consumidores desta droga e destes 31% consomem todos os dias.
"As
mudanças na legislação face a esta substância em algumas partes do
mundo têm permitido o desenvolvimento de novas formas mais seguras de
consumir canábis, mas há ainda um longo caminho a percorrer", lê-se no
documento de apresentação dos resultados.
A
vaporização, considerada uma das formas menos danosas de consumo, é
apenas usada por 5% da amostra total deste inquérito, constituída por
cerca de 120 mil pessoas, em 50 países.
Em
Portugal, com 900 participantes, 88% dos que fumam canábis misturam a
droga com tabaco, "aumentando assim os riscos associados ao consumo".
Apenas 2,5% afirmam usar um vaporizador.
As
conclusões retiradas por Helena Valente, investigadora da Faculdade de
Psicologia e Ciências de Educação da Universidade do Porto, apontam
ainda para "uma forte tendência" em quase todos os países no aumento dos
níveis de pureza de substâncias como a cocaína e o ecstasy (MDMA).
Este
fenómeno, de acordo com a mesma fonte, "tem trazido riscos acrescidos
aos consumidores", uma vez que "nem sempre as drogas mais puras são as
mais seguras".
No relatório hoje
divulgado defende-se que é fundamental dar às pessoas a possibilidade de
acederem a serviços de análise de substâncias (drug checking), "onde
possam conhecer o real conteúdo das suas drogas" e receber
aconselhamento.
Em Portugal, 22% da amostra já consumiram cocaína e mais de 30% já consumiram ecstasy, 18% no último ano.
No
que diz respeito às chamadas novas substâncias psicoativas,
verificou-se uma alteração. Enquanto em anos anteriores os consumidores
preferiam substâncias estimulantes, com efeitos parecidos com os do MDMA
e da cocaína ou canabinoides sintéticos, este ano deu-se um aumento da
procura de produtos com efeitos psicadélicos.
"É
igualmente notório um aumento no interesse por psicadélicos mais
tradicionais, como o LSD e os cogumelos mágicos", sublinha-se no
documento.
* O problema não é consumir álcool, emborcá-lo é a questão.
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