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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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"Segurança não foi e não é uma prioridade" em
Portugal, diz responsável da OSCOT
Portugal, diz responsável da OSCOT
Falta de investimento em segurança foi criticada numa altura em que se fala em escassez de funcionários no SEF
António
Nunes, presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade
Organizada e Terrorismo (OSCOT), considera que a "segurança não foi e
não é uma prioridade" em Portugal. Na conferência desta sexta-feira
organizada pelo sindicato que representa os inspetores do Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a opinião geral foi que há falta de
investimento na segurança nacional e que Portugal não está livre do
perigo da ameaça terrorista.
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Para o
responsável, a "avaliação efetiva da ameaça" terrorista em Portugal é
baixa, e isto relaciona-se depois com os investimentos nas forças de
segurança.
"No momento em que,
porventura, houver de facto um incidente real em Portugal vamos estar
todos aqui neste palco talvez chorando a mágoa do 'por que não se fez
mais'?", continuou o responsável.
Na perspetiva de todos os oradores,
independentemente da cor política, a "bênção de termos até agora sido
esquecidos pelo flagelo do terrorismo", como colocou o deputado Carlos
Abreu, do PSD, não significa que a segurança nacional possa ser
descurada.
Apesar de ser visto pela
maioria como um país seguro, a falta de investimento em segurança por
parte dos governos, o atual e os anteriores, foi criticada.
Esta
semana foi noticiado que o SEF não tem agentes suficientes para lidar
com o constante aumento de entradas no país. Desde 2011, o número de
passageiros fiscalizados pelo SEF no aeroporto de Lisboa aumentou 46%,
mas o número de inspetores só cresceu 6%.
António
Gameiro, do PS, admitiu a necessidade de uma "atenção especial nesta
área" e referiu que os anteriores governos foram "pouco intensos" no
reforço das medidas de segurança.
Agora,
"a questão de segurança está em cima de mesa como prioridade nacional e
europeia" e ninguém põe em causa a importância dos serviços de
fronteira, continuou o socialista.
"O
governo devia ir mais longe", afirmou António Rebelo de Sousa, que
defende que a segurança pessoal dos cidadãos devia estar ao nível da
educação, da saúde e da segurança social, sendo sustentada pelo modelo
de estado-providência.
Segundo o
professor, há em Portugal o "síndrome de enquanto não tivermos grandes
problemas, fazer o mínimo necessário para as pessoas se sentirem
minimamente seguras".
"É impossível
durante os últimos 14 anos não ter entrado um inspetor para o SEF e isto
ser considerado uma situação normal", afirmou o deputado do PCP António
Filipe. O deputado comunista diz haver um défice de funcionários em
vários setores e que, simultaneamente, os programas dos partidos
continuam a querer "emagrecer o estado". "Na prática, a teoria é outra",
continuou António Filipe.
"Não há
coisas certas na teoria e erradas na prática", rematou Telmo Correia,
deputado do CDS-PP. "Temos de saber o que queremos fazer" e "falta peso
político na resolução" desta questão, criticou. "O orçamento [de
Estado] será prova de algodão. Ou resolve ou não resolve. Ou há
investimento ou não há investimento", continuou Telmo Correia. O
deputado do CDS relembrou que no "período pior de intervenção económica -
memorando e troika -", cortou-se menos nas despesas da administração
interna do que nas outras pastas.
Telmo
Correio afirmou ainda que já houve situações de risco de terrorismo em
Portugal - como em 2004, quando foram detidos indivíduos terroristas
sinalizados por polícias estrangeiros, e recentemente com a deteção de
portugueses radicalizados e centros de radicalização em território
nacional. "Se o risco aumenta, o país tem de estar atento ao risco",
defendeu Telmo Correia.
Portugal está inserido no contexto da NATO e da União Europeia "não pode ignorar" esta ameaça, afirmou Carlos Abreu.
A
ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, anunciou
na mesma conferência uma nova lei orgânica e estatuto profissional para o
SEF, referindo que "a sua estrutura orgânica é muito pesada para a sua
dimensão" e "a gestão de pessoal revela-se muitas vezes absolutamente
inflexível".
* É fácil perceber o que diz o presidente da OSCOT, como não temos governos verdadeiramente laicos, são mais místicos, há a convicção que com os pés bem assentes na azinheira a senhora protegerá Portugal e fará o sol bailar no céu.
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