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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Mulheres já podem ir à escola e
ao médico sem consentimento dos homens
Rei da Arábia Saudita ordenou uma revisão das normas da tutela masculina sobre as mulheres
O rei da Arábia Saudita emitiu um
decreto de revisão do sistema de tutela a que estão sujeitas as
mulheres, necessitando de autorização de um guardião masculino para
arrendar uma casa, estudar e trabalhar, entre outras coisas.
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A
agência noticiosa oficial saudita SPA informou de que o decreto real de
Salman bin Abdelaziz pede aos órgãos estatais que revejam a lei num
prazo de três meses desde a emissão do mesmo.
O
decreto estabelece que as mulheres não têm que dispor de uma
autorização do seu guardião masculino para contratar serviços do governo
ou proceder a trâmites administrativos, no caso de não haver um
"precedente legal" na legislação islâmica que assim o estabeleça.
Segundo
os jornais locais, citados pela Reuters, isto significa que as mulheres
poderão ter acesso à educação e serviços de saúde, como tratamentos
hospitalares, sem terem de pedir o consentimento de um homem. Poderão
também trabalhar no setor público e privado e representarem-se em
tribunal, sem a autorização de um homem - normalmente o pai ou o marido.
De
acordo com as primeiras análises do diploma, continuará a ser
obrigatório que as mulheres tenham autorização do guardião masculino
para obterem o passaporte ou para viajarem para fora do país.
Por
outro lado, o decreto solicita às administrações que facultem
transporte às funcionárias do Estado e também às empresas privadas, para
que as suas empregadas possam deslocar-se aos seus locais de trabalho.
A
aplicação do decreto poderá ter efeitos positivos sobre a situação da
mulher, mas ativistas locais consideram que a linguagem ambígua do texto
pode levar também a uma interpretação mais severa, o que se analisará
nos próximos meses.
O decreto foi
emitido na altura da visita à Arábia Saudita do relator especial da ONU
para os direitos humanos e a luta contra o terrorismo, Ben Emmerson, que
se reuniu com representantes governamentais e defensores das liberdades
no país.
Nos últimos anos, as mulheres
sauditas mobilizaram-se nas redes sociais e pediram às autoridades para
acabarem com o sistema de tutela, bem como com a proibição de conduzir
veículos, entre muitas outras restrições.
Devido
às pressões internas e externas, a Arábia Saudita passou a permitir em
2013 que as mulheres fizessem parte do denominado Conselho da Shura, um
órgão consultivo, e em 2015 puderam votar e candidatar-se às eleições
municipais pela primeira vez na história do país.
* A figura jurídica da mulher na Arábia Saudita é comparável à figura jurídica dum cão em Portugal, fixe.
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