ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
"VISÃO"
Hidratação a mais?
Conheça o sinal de que é altura
de parar de beber água
Ao combater a desidratação pode estar a prejudicar o seu corpo com excesso de água. Surpreendido? É a ciência que o diz
No
dia-a-dia, são cada mais as pessoas dependentes da sua garrafa de água,
seguindo a recomendação dos profissionais de saúde, e levam-na para
todo o lado: no carro, no metro, na rua, no escritório, no ginásio e
mesmo na casa de banho.
.
O consumo de água é tradicionalmente recomendado com a referência ao limite mínimo diário. Mas o que acontece ao seu organismo quando bebe demasiada água? É que se a desidratação pode causar danos, o excesso de água também.
"A percentagem de pessoas que bebe menos água do que deveria é muito maior do que o número de pessoas que excede. Mas é curioso que, nos últimos anos, observamos este fenómeno de pessoas que seguem certos hábitos de vida saudáveis e levam a garrafa de água para todo o lado", concorda, em declarações ao El País, o professor Lluís Serra-Majem, diretor da Cadeira Internacional de Estudos Avançados em Hidração da Universidade da Las Palmas.
O especialista, também membro do Centro de Investigación Biomédica en Red (CIBEROBN), explica que, do ponto de vista cardiovascular ou metabólico, beber mais água que o recomendado não deveria representar um problema sério, porque o corpo tem a capacidade de filtrar. Não conheço patologias associadas à hidratação, exceto casos de atletas profissionais que excederam consideravelmente o consumo de água e sofreram de falência cardiovascular."
Mas e quando isso acontece? A Universidade de Monash, na Austrália, levou a cabo um estudo que consistia no registo, através de ressonância magnética, da atividade cerebral e do esforço que implicava beber água em duas situações distintas: com sede, após a prática de exercício físico e sem sede, depois do consumo de grandes quantidades de água.
A investigação concluiu que o cérebro é dotado de mecanismos de defesa que se ativam quando ingerimos demasiado conteúdo líquido. Os testes revelaram, em casos de consumo excessivo, uma sensação de "garganta fechada", podendo triplicar o esforço para engolir. E o problema agrava-se porque muitas vezes essa sensação é erradamente interpretada como a necessidade de ingerir mais água...
"No estudo, verificamos o esforço que fazemos quando bebemos demais, o que significa que temos de superar algum tipo de resistência cerebral", esclarece Michael Farrell, coordenador da pesquisa.
Casos de risco
Os primeiros casos de desportistas que morreram por excesso de hidratação surgiram na década de 80, em competições de longa duração. Este fenómeno chama-se Hiponatremia Associada ao Exercício, ou EAH (sigla em inglês).
Nestes casos, o excesso de hidratação provoca um distúrbio hidroeletrolítico e um aumento da pressão intracraniana, dores de cabeça, náuseas, vómitos, confusão mental e, sem situações mais extremas, pode causar convulsões, coma e morte.
Cynthia Lucero é um dos casos de EAH. A atleta que participou na Maratona de Boston em 2002, faleceu após a corrida, com excesso de hidratação.
Um grupo de investigadores da Universidad de Oakland (EE UU), publicou recentemente uma revisão atualizada sobre a incidência de casos de EAH, que revelou factos inquietantes: Se nos anos 80 os casos de hiponatremia afetavam mais os atletas de triatlo, escalada e ultramaratona, ultimamente observou-se um aumento destes casos em maratonas, desportos de equipa e até mesmo na prática de yoga.
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O consumo de água é tradicionalmente recomendado com a referência ao limite mínimo diário. Mas o que acontece ao seu organismo quando bebe demasiada água? É que se a desidratação pode causar danos, o excesso de água também.
"A percentagem de pessoas que bebe menos água do que deveria é muito maior do que o número de pessoas que excede. Mas é curioso que, nos últimos anos, observamos este fenómeno de pessoas que seguem certos hábitos de vida saudáveis e levam a garrafa de água para todo o lado", concorda, em declarações ao El País, o professor Lluís Serra-Majem, diretor da Cadeira Internacional de Estudos Avançados em Hidração da Universidade da Las Palmas.
O especialista, também membro do Centro de Investigación Biomédica en Red (CIBEROBN), explica que, do ponto de vista cardiovascular ou metabólico, beber mais água que o recomendado não deveria representar um problema sério, porque o corpo tem a capacidade de filtrar. Não conheço patologias associadas à hidratação, exceto casos de atletas profissionais que excederam consideravelmente o consumo de água e sofreram de falência cardiovascular."
Mas e quando isso acontece? A Universidade de Monash, na Austrália, levou a cabo um estudo que consistia no registo, através de ressonância magnética, da atividade cerebral e do esforço que implicava beber água em duas situações distintas: com sede, após a prática de exercício físico e sem sede, depois do consumo de grandes quantidades de água.
A investigação concluiu que o cérebro é dotado de mecanismos de defesa que se ativam quando ingerimos demasiado conteúdo líquido. Os testes revelaram, em casos de consumo excessivo, uma sensação de "garganta fechada", podendo triplicar o esforço para engolir. E o problema agrava-se porque muitas vezes essa sensação é erradamente interpretada como a necessidade de ingerir mais água...
"No estudo, verificamos o esforço que fazemos quando bebemos demais, o que significa que temos de superar algum tipo de resistência cerebral", esclarece Michael Farrell, coordenador da pesquisa.
Casos de risco
Os primeiros casos de desportistas que morreram por excesso de hidratação surgiram na década de 80, em competições de longa duração. Este fenómeno chama-se Hiponatremia Associada ao Exercício, ou EAH (sigla em inglês).
Nestes casos, o excesso de hidratação provoca um distúrbio hidroeletrolítico e um aumento da pressão intracraniana, dores de cabeça, náuseas, vómitos, confusão mental e, sem situações mais extremas, pode causar convulsões, coma e morte.
Cynthia Lucero é um dos casos de EAH. A atleta que participou na Maratona de Boston em 2002, faleceu após a corrida, com excesso de hidratação.
Um grupo de investigadores da Universidad de Oakland (EE UU), publicou recentemente uma revisão atualizada sobre a incidência de casos de EAH, que revelou factos inquietantes: Se nos anos 80 os casos de hiponatremia afetavam mais os atletas de triatlo, escalada e ultramaratona, ultimamente observou-se um aumento destes casos em maratonas, desportos de equipa e até mesmo na prática de yoga.
* Os exageros matam.
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