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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Casal de Anadia que tinha plantação
de canábis pensava que era açafrão
Um casal
de Anadia confessou, esta terça-feira, no Tribunal de Aveiro, ter
plantado mais de mil plantas de canábis nos seus terrenos, pensando
inicialmente que se tratava de açafrão.
O
homem, de 55 anos, e a mulher, de 34 anos, estão acusados de um crime
de tráfico e outras atividades ilícitas, juntamente com um agricultor,
de 71 anos, que alegadamente ajudou o casal a plantar canábis duas
vezes, em 2015 e 2016.
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E se no regaço
levasse cannabis? |
Perante
o coletivo de juízes, a arguida contou que, após um vendaval, uma
estufa caiu para um terreno vizinho e o cunhado ficou "muito aflito",
tendo sido só nessa altura que descobriram que aquilo era droga.
"Ficámos
de boca aberta. Sabia que era ilegal, mas nunca pensei que fosse um
crime tão grande", afirmou a mulher, adiantando que, relativamente a
esta situação, a única participação que tiveram, foi no corte das
plantas, que o cunhado levou para Espanha, não tendo recebido nada em
troca.
Relativamente ao segundo
episódio, ocorrido em 2016, o casal garante que só fez a plantação,
negando ter participado na preparação, embalamento ou venda do produto
estupefaciente.
O homem contou que um
cidadão espanhol, que seria sócio do seu irmão, "apareceu com uma
carrinha carregada de vasos com plantas" de canábis para fazer uma
plantação, prometendo que lhe emprestaria cerca de três mil euros para
pagar as suas dívidas.
"Eu não queria
fazer nada daquilo, mas ele tanto insistiu que acabei por fazer a
plantação, sem saber o risco que estava a correr. Não sei como é que
aceitei uma proposta dessas", disse o arguido.
O
coletivo de juízes ouviu ainda o terceiro arguido, que admitiu ter
realizado uns trabalhos agrícolas para o irmão do elemento masculino do
casal, desconhecendo que se tratava de droga.
Segundo
a acusação do Ministério Público (MP), os arguidos dedicavam-se ao
cultivo de canábis, bem como à sua preparação e tratamento até ao
produto final, incluindo o embalamento e pesagem para distribuição e
venda a terceiros.
Os investigadores
dizem que os arguidos aumentaram a altura dos muros dos terrenos e
prepararam todas as instalações existentes para uma produção total de
canábis, desde a germinação da semente até à secagem das plantas.
A
investigação culminou com a realização de buscas domiciliárias em 30 de
maio de 2016, que permitiram apreender cerca de 1600 plantas e um saco
com cerca de 3,5 quilos de folhas de canábis.
A droga apreendida era suficiente para preparar mais de 27 mil doses e teria um valor de mercado estimado em 177 mil euros.
* E se estes aldrúbias tivessem plantado esparguete da Rio Forte...
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