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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Empresa brasileira tentou exportar produtos com salmonela para a Europa
A bactéria
foi identificada nos contentores da BRF, mas a fábrica da empresa de
onde as carnes exportadas eram oriundas continuou a funcionar
normalmente graças a subornos
A
empresa brasileira BRF tentou exportar produtos contaminados com a
bactéria salmonela para a Europa, segundo conversas intercetadas no
âmbito da operação "Carne Fraca" sobre a venda ilegal de carne,
divulgaram hoje as autoridades judiciais.
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Segundo
informações do delegado Maurício Moscardi Grillo, da Polícia Federal,
um alto funcionário da BRF foi gravado a tentar libertar contentores de
produtos contaminados que foram barrados em Itália.
"Um
alto executivo desta companhia [BRF], inconformado com a fiscalização
em sete contentores que aparentemente tinham produtos com salmonela, que
estavam a ser enviados para Itália e Espanha, tentou desviar este
carregamento para o porto de Roterdão, na Holanda, porque estava a ter
dificuldade em entrar com esta mercadoria contaminada na Europa", contou
o delegado, em conferência de imprensa sobre a operação "Carne Fraca".
Segundo
a mesma fonte, a bactéria salmonela foi identificada nos contentores da
BRF, mas a fábrica da empresa de onde as carnes exportadas eram
oriundas continuou a funcionar normalmente por interferência de fiscais
do Ministério da Agricultura, que recebiam 'luvas' para proteger a
empresa.
Numa conversa gravada pela
polícia brasileira, um diretor da BRF chamado André Baldissera e um
interlocutor não identificado falam sobre infrações repetitivas
identificadas pela fiscalização italiana, que poderiam suspender as
exportações do grupo para a Europa.
Hoje
de manhã, a polícia federal do Brasil deu início à operação "Carne
Fraca" para recolher provas contra uma organização criminosa liderada
por fiscais, executivos e intermediários que estariam a vender carne
ilegal e até mesmo produtos estragados no país e para o exterior.
Segundo
as investigações, os agentes públicos, utilizando-se do poder de
fiscalização do cargo, recebiam 'luvas' para facilitar a produção de
alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer
fiscalização efetiva.
Aproximadamente
1.100 policiais federais cumpriram 309 mandados judiciais, sendo 27 de
prisão preventiva (sem tempo para a libertação do acusado), 11 de prisão
temporária, 77 de condução coercitiva (quando o acusado é preso e
obrigado a depor para depois ser libertado) e 194 de busca e apreensão
em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas
alegadamente ligadas ao suposto grupo criminoso.
* Em Portugal também há trambiqueiros, consta que existem habilidosos capazes de alterar os prazos de validade dos produtos alimentares.
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