HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Anunciado primeiro curso privado
de Medicina que está por aprovar
A Câmara
de Cascais anunciou, esta quarta-feira, o nascimento do "primeiro curso
privado de Medicina em Portugal", mas nem a Agência de Avaliação e
Acreditação do Ensino Superior nem os ministérios com a tutela do Ensino
Superior e da Saúde têm conhecimento do mesmo.
Num
comunicado com o título "Primeiro curso privado de Medicina em Portugal
nasce em Cascais", a Câmara Municipal anuncia que "o dia 24 de
fevereiro de 2017 ficará para a História como a data em que foi assinado
o acordo para a criação do primeiro curso privado de Medicina em
Portugal".
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A Agência de Avaliação e
Acreditação do Ensino Superior (A3ES) não recebeu, no entanto, qualquer
pedido para criação de um novo curso de Medicina e o Ministério da
Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior (MCTES) respondeu ao JN não ter
"conhecimento de nenhum curso de ensino superior proposto na área da
Medicina".
O anúncio de um novo curso
de Medicina não passa, portanto, do anúncio de uma parceria entre quatro
instituições (Câmara Municipal de Cascais, Grupo Luz Saúde,
Universidade Católica Portuguesa e Universidade de Maastricht) para
desenvolverem o curso privado de Medicina num campus a construir no
concelho. O acordo será assinado na próxima sexta-feira, no Centro
Cultural de Cascais.
O JN sabe que a
informação avançada pela Autarquia não caiu bem junto do Ministério da
Saúde e que a anunciada presença do secretário de Estado da Saúde,
Manuel Delgado, no evento, pode não concretizar-se.
Há
30 anos que a Católica tem o "sonho" de abrir um curso de Medicina. A
construção de uma Faculdade de Medicina era um dos principais objetivos
da ex-reitora Maria da Glória Garcia, que a nova reitora, Isabel Capeloa
Gil, pretende concretizar.
Segundo o
comunicado de imprensa divulgado esta quarta-feira pela autarquia, o
curso corresponde a "um projeto internacional de Medicina, único em
Portugal, baseado no modelo de ensino (assente em Problem Based
Learning) que a Universidade de Maastricht tem vindo a desenvolver, com
sucesso, há 50 anos e totalmente lecionado em Inglês".
A
parceria anunciada há meses não chegou, no entanto, a avançar com o
pedido à A3ES em 2016 (o prazo para as candidaturas terminou a meados de
outubro).
"A criação de graus e
diplomas de ensino Superior está bem e completamente regulada em
Portugal e requer a aprovação prévia, com base em avaliação, a ser
conduzida pela A3ES. Só após esse processo os cursos podem ser
registados na Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) para posterior
funcionamento", esclareceu o MCTES ao JN.
Até
ao momento, nunca uma instituição privada conseguiu autorização para
criar um curso de Medicina, apesar de já ter havido várias tentativas,
nomeadamente da Lusófona, Fernando Pessoa e Instituto Piaget. A
Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU)
apresentou uma proposta à A3ES no ano passado, mas o processo ainda não
está finalizado.
* Depois dos hospitéis e do católico negócio, a faculdade de medicina privada está na sequência lógica de "arrebentar" com o número clausus.
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