HOJE
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Crianças e adolescentes transexuais
vão poder usar na escola nome
que escolherem
As crianças e adolescentes
transexuais vão poder escolher, para usar na escola, o nome com que se
identificam, independentemente da mudança no Registo Civil só poder ser
feita a partir dos 16 anos, disse hoje o ministro-Adjunto.
A
medida faz parte da iniciativa legislativa do atual Governo de alteração
à Lei de Identidade de Género, levada a cabo pelo gabinete do
ministro-Adjunto, Eduardo Cabrita.
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A ser ouvido na Comissão de
Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, na
Assembleia da República, o ministro Eduardo Cabrita adiantou que as
alterações à Lei de Identidade de Género vão incluir medidas especificas
para o período de vida das crianças até aos 16 anos, altura a partir da
qual pode haver mudança de nome no Registo Civil.
De acordo com o
ministro, vai estar previsto o "reconhecimento ao direito de
identificação com um género diferente daquele que está no registo civil
em contexto escolar", ou seja, vai ser permitido que as crianças ou
adolescentes escolham e possam usar na escola o nome com o qual se
identificam.
Eduardo Cabrita adiantou que será feito um trabalho
com a comunidade educativa para que a opção da criança seja devidamente
acompanhada e reconhecida, "mesmo quando não há alteração jurídica", mas
há uma situação de transexualidade que é reconhecida pela família e
pela criança ou adolescente em causa.
Por outro lado, Eduardo
Cabrita revelou que passarão a ser proibidas à nascença as cirurgias de
determinação de sexo, no caso em que os órgãos genitais externos ou
internos não estão claramente definidos, intervenções que o ministro
classificou de "atentatórias dos direitos fundamentais".
Disse,
por outro lado, que serão criados protocolos médicos que permitam
intervir e limitar a realização destas cirurgias apenas em
circunstâncias "em que exista um bem fundamental que lhe sobreponha,
designadamente a salvaguarda da vida do recém-nascido ou da criança
intervencionada".
"Estabelecendo como padrão a impossibilidade de intervenção", sublinhou.
O
ministro-Adjunto disse também que a iniciativa legislativa incluirá
igualmente uma mudança nas regras que permitem a alteração no registo
civil dos mecanismos de reconhecimento das situações de transexualidade.
Acrescentou que espera que durante o mês de fevereiro a iniciativa legislativa dê entrada na Assembleia da República.
* Mais humanidade, precisa-se.
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