HOJE NO
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Comissão.
Juncker de corda ao pescoço
pode sair já em 2017
Aumentam as pressões para que o presidente da
Comissão Europeia interrompa o mandato a meio. A sua intervenção no
rescaldo do referendo britânico e as negociações difíceis com Londres
podem levar Angela Merkel a forçar o seu afastamento rapidamente
Um ministro
do governo alemão, sob anonimato, adiantou ao “The Sunday Times” a
sentença de morte de Jean-Claude Juncker como presidente da Comissão
Europeia: “A pressão sobre ele [Juncker] para se demitir só vai aumentar
e a chanceler terá eventualmente de lidar com isso no próximo ano”,
revelou domingo a fonte governamental, citada pelo “Expresso” online,
dizendo que a chanceler está “furiosa” com a atitude “gabarola” de
Juncker perante o resultado do referendo.
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O homem, que foi primeiro--ministro do Luxemburgo durante 20 anos e
presidiu ao Eurogrupo, foi nomeado presidente da Comissão Europeia em
junho de 2014 no meio de um processo conturbado que dividiu
profundamente os partidos do Partido Popular Europeu, vencedor das
eleições europeias desse ano. Depois dos dois mandatos de Durão Barroso,
o PPE tinha a responsabilidade de propor ao Conselho Europeu o nome do
seu sucessor.
Numa primeira fase, Jean-Claude Juncker teve o apoio total da
poderosa Alemanha e da sua chanceler, Angela Merkel. Mas o entusiasmo
com a nomeação do político luxemburguês foi arrefecendo e só muito
contrariada é que Merkel deu o aval a Juncker. Ainda por cima, do outro
lado do canal da Mancha, o primeiro-ministro inglês, David Cameron,
opunha-se à sua nomeação de forma pública e notória e chegou a ir falar
com Merkel a Berlim. Cameron tinha vencido as legislativas britânicas,
com maioria absoluta, com a promessa de fazer um referendo sobre a
presença do Reino Unido na União Europeia e ia iniciar um longo e
difícil processo de negociações com a Comissão Europeia para garantir
mais autonomia e soberania do seu país em diversas matérias,
nomeadamente sobre a livre circulação de pessoas e a entrada de
emigrantes europeus na Grã-Bretanha. Para Cameron, a nomeação de um
representante da “velha guarda” comunitária iria ser um obstáculo às
pretensões britânicas e uns trunfos mais para os defensores da saída do
Reino Unido da União Europeia.
Cameron perdeu a batalha, conseguiu depois umas poucas vitórias nas
negociações com Bruxelas, avançou mesmo para o referendo de 23 de junho
com uma posição a favor da Europa, perdeu essa batalha e sai em setembro
do poder.
Mas se Cameron perdeu em toda a linha, Juncker não é propriamente um
vencedor. As suas posições logo a seguir à vitória do Brexit irritaram
profundamente Angela Merkel e outros líderes europeus. O espetáculo que
Juncker deu no Parlamento Europeu, ao perguntar aos eudeputados
britânicos porque é que ainda ali estavam, e outros comentários avulso
foram a gota de água.
Os sinais de que algo vai mudar em Bruxelas começaram logo a ser
dados pela chanceler alemã a seguir ao Brexit, ao receber em Berlim o
presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, o presidente francês,
François Hollande, e o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, e
ignorar ostensivamente o presidente da Comissão Europeia.
E agora, que vão iniciar-se as difíceis e longas conversações entre
Bruxelas e Londres para a saída do Reino Unido da União Europeia,
ninguém imagina ver Juncker a liderar seja o que for. O político
luxemburguês, a quem Cameron pediu para ficar calado durante a campanha
do referendo para não dar trunfos aos eurocéticos, pode ter tido a sua
última intervenção relevante neste processo no jantar de há uma semana,
em Bruxelas, que marcou a despedida de Cameron das reuniões do Conselho
Europeu. Juncker, em tom irónico num ambiente de velório, saudou o
discurso do britânico da seguinte forma: “Se os políticos britânicos
tivessem feito esse discurso nos últimos 30 ou 40 anos, não tínhamos
chegado aqui.”
* Não há volta a dar, Juncker é incompetente mas não é o único, os patrões de Merkel não querem perder dinheiro, problemas sociais são dispendiosos, agiotar é o que está a dar!
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