HOJE NO
"OBSERVADOR"
Milhares de abusos sexuais na noite
de ano novo na Alemanha
Documentos da polícia alemã referem que mais de 1.200 mulheres foram abusadas sexualmente por 2.000 homens na noite de ano novo, na Alemanha.
Uma fuga de informação de um documento da polícia alemã, divulgado pelo Sueddeutsche Zeitung
e pelas televisões NDR e WDR, refere que os números iniciais que
apontavam para centenas de abusos sexuais na noite de ano novo na
Alemanha estavam ainda longe da realidade. Os novos dados, conhecidos
nesta segunda-feira, apontam para mais de 1.200 mulheres abusadas por
2.000 homens.
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A onda de alegados crimes aconteceu em várias
cidades alemãs, sendo que as autoridades acreditam que terão ocorrido
mais de 600 casos de abuso sexual em Colónia e cerca de 400 em Hamburgo,
explica o Washington Post.
Ainda que os números apontem para milhares de agressores,
apenas 120 foram identificados e, até agora, só quatro deles foram
condenados. Cerca de metade dos atacantes que já foram identificados e
são estrangeiros que tinham chegado recentemente à Alemanha.
Holger
Münch, presidente da Polícia Criminal Federal alemã, disse ao
Sueddeutsche Zeitung que os crimes sexuais que ocorreram na Alemanha
estão relacionados com o aumento do fluxo migratório no país durante o
ano de 2015 propiciado pelo acolhimento de refugiados. Ainda assim,
ressalva que grande parte dos suspeitos não vieram da Síria, mas sim do
norte de África.
Na Alemanha não há muitas câmaras de vigilância,
pelo que muitos dos crimes não vão ser investigados e muitos atacantes
nunca serão condenados.
Os acontecimentos do início de 2016
levaram a que o país adotasse medidas que permitem punir crimes sexuais
que antes poderiam ser absolvidos. Na semana passada, foi aprovada uma
lei que assenta no princípio que “não, significa não”. Esta medida
permite punir qualquer agressor sempre que este tenha agido contra a
vontade da vítima.
Esta lei permitirá acusar não só o violador,
como todos aqueles que permitiram ou incitaram o crime. Muitos dos
suspeitos enfrentam acusações de terem permitido abusos ou de assédio
sexual e teriam sido absolvidos à luz da antiga legislação. A nova
medida também facilita a deportação de refugiados que sejam condenados
por abusos sexuais.
Vários ativistas e defensores dos direitos dos
refugiados criticam esse aspeto da medida. Em declarações ao Washington
Post, Halina Wawzyniak, do Partido de Esquerda alemão, diz que a medida
não devia punir os refugiados e que os crimes sexuais não podem ser
relacionados com migrantes. Acrescentou que a discussão acerca dos
refugiados desvia a atenção do tema central da medida, que é o direito
da mulher a dizer “não”.
* Os estudos da polícia têm mais de 10 anos e a conclusão é sempre a mesma, o esmagador número de violadores são alemães.
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