HOJE NO
"OBSERVADOR"
PSD acusa Ricardo Valente de deslealdade
. e Rui Moreira de comprar apoios
Num comunicado duro, o PSD Porto acusa Ricardo Valente de "deslealdade" por aceitar convite de Rui Moreira para vereador. Ao Observador, Valente critica "nível" de palavras usadas e promete resposta.
O PSD Porto acusa o executivo de Rui Moreira de se estar a
transformar num “albergue”, ao ter convidado Ricardo Valente, da
coligação PSD/PPM/MPT, para ser vereador da Economia na Câmara Municipal
do Porto.
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Apelida Ricardo Valente de “cristão-novo” por ter aceitado e
critica-o por se juntar a uma amálgama de “oportunismos” que são “o negócio da compra e venda de apoios políticos“. Ricardo Valente diz ao Observador que o tom do comunicado não dignifica o PSD.
O
comunicado foi enviado aos jornalistas na sequência da notícia de
terça-feira de que o presidente da câmara do Porto delegou em Ricardo
Valente o pelouro da Economia, que mantinha na sua posse desde o início
do mandato, a 22 de outubro de 2013. O PSD Porto diz estar surpreendido
“pela decisão tão categórica e tão entusiasmada” com que o novo vereador
aceitou o convite. “Tendo embora toda a legitimidade pessoal para o
fazer, não deixa de ser uma deslealdade para quem o elegeu“.
As críticas sobem de tom quando Miguel Seabra, presidente da
comissão política da concelhia do PSD Porto, que assina o comunicado,
recorda que Ricardo Valente “quase sempre se referiu em tom de crítica
contundente ao trabalho do atual executivo camarário, no que às contas
municipais diz respeito e, de forma no mínimo irónica, em relação a
alguns dos seus, agora, colegas de vereação. Esta postura torna-se,
pois, elucidativa sobre o grau de convicção com se norteou“.
Ricardo
Valente foi eleito como independente pela coligação “Porto Forte”,
liderada pelo PSD e com o apoio do PPM e do MPT. Apoiou Luís Filipe
Menezes para a presidência da Câmara. Até agora, o gestor e docente
universitário era vereador não executivo. O Orçamento da Câmara do Porto para 2016 teve o seu voto favorável.
“A
decisão de entregar competências a Ricardo Valente faz com que o
executivo de Rui Moreira passe a ter elementos com pelouro eleitos por
três candidaturas diferentes: cinco da lista independente ‘Rui Moreira:
Porto o Nosso Partido’ (Rui Moreira, Guilhermina Rego, Filipe Araújo,
Cristina Pimentel e Manuel Aranha), dois eleitos pelo PS (Manuel Pizarro
e Manuel Correia Fernandes) e um eleito pela coligação ‘Porto Forte’,
que incluía o PSD (Ricardo Valente)”, pode ler-se no comunicado enviado
ontem pela câmara do Porto.
“Percebemos o jogo político pouco
ético do presidente da Câmara Municipal do Porto”, escreve o PSD, que
acusa o autarca de estar, com este convite, a fazer um “negócio da
‘compra e venda’ de apoios políticos”. Rui Moreira já anunciou que se
vai recandidatar em 2017 como independente, embora todos os partidos que
o quiserem apoiar sejam “bem-vindos”. Manuel Pizarro já deu a entender
que o PS vai apoiar o atual presidente. Pelo PSD ainda não há candidato anunciado.
O
comunicado do PSD termina com a demarcação da decisão do vereador:
“Entre o caráter e lealdade de processos ou um vereador, o PSD/Cidade do
Porto prefere ficar com o caráter e com a lealdade”, e a concelhia
promete estar agora atenta “à mudança do chip político e, consequentemente, à adoção de novas convicções, princípios e narrativas do mais recente apoiante de Rui Moreira”.
“As palavras ficam com quem as escreve”
Contactado pelo Observador, Ricardo Valente remete uma declaração
para a próxima reunião do executivo, na terça-feira, mas lamenta “o teor
e o nível” das palavras assinadas por Miguel Seabra, que, salienta,
“ficam com quem as escreve.
Tenho a certeza de que há uma grande maioria de pessoas no PSD — e algumas já me contactaram — que não se revê minimamente no nível em que é escrito o comunicado. Não dignifica em nada um partido politico da dimensão do PSD.”
Recordando
que não é militante do PSD e que só está na coligação porque foi
convidado por Luís Filipe Menezes, esclarece que, antes de a decisão ser
anunciada, falou com os colegas de vereação e também com Miguel Seabra,
não a “pedir autorização”, mas sim para comunicar que seria o novo
vereador da Economia.
* E nós a pensarmos que para o PSD o importante era a cidade do Porto, mas não admira, também para o PSD é mais importante haver sanções da Comissão Europeia contra Portugal por causa défice mal resolvido do seu próprio governo. É a pulhítica.
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