HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Portugal não votou nem votará
contra acordos da Grécia
Garantia de Augusto Santos Silva.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, garantiu esta terça-feira que Portugal não votou o último nem votará contra o próximo acordo com a Grécia, insistindo que a consolidação orçamental estrutural deve ocorrer em contexto de crescimento económico.
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"Desejamos para a Grécia o que desejamos para todos os Estados-membros da união económica e monetária: as condições necessárias para que possam compatibilizar políticas de estabilidade, que são absolutamente cruciais, com políticas de crescimento, que são também cruciais", disse esta terça-feira o chefe da diplomacia portuguesa, durante uma audição na comissão parlamentar de Assuntos Europeus, em resposta a acusações do PSD de "falta de transparência" e "incoerência".
O Governo português defende que "a consolidação orçamental estrutural faz-se em contexto de crescimento económico e não atacando o crescimento económico", referiu o ministro. "Portugal não é obstáculo à conclusão de acordos entre as autoridades gregas e os restantes Estados-membros da união económica e monetária e/ou entre as autoridades gregas, a Comissão Europeia ou o Banco Central Europeu que as autoridades gregas consideram ser acordos que são positivos, isto é, que permitem resolver problemas", considerou Santos Silva, que garantiu: "Portanto, não votámos contra o anterior acordo como não votaremos contra o próximo acordo".
A deputada do PSD Inês Domingos questionara o ministro sobre a posição do Governo português face ao terceiro resgate financeiro da Grécia, acusando o executivo liderado por António Costa de "fazer algum malabarismo político e tentar agradar a todos" e de ter "uma grande falta de transparência, com discursos diferentes em países diferentes". Sobre outras matérias que dizem respeito à União Europeia, o Bloco de Esquerda perguntou sobre consequências do referendo, a realizar no próximo dia 23 de junho, sobre a possibilidade de o Reino Unido sair dos 28 ('Brexit'), com a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques, a afirmar que, seja qual for a decisão do povo britânico, "há um desafio enorme para a União Europeia".
Questionado pelo deputado António Costa Silva, do PSD, sobre o chamado 'plano Juncker' (Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos), o ministro afirmou que este instrumento "favorece as parcerias público-privadas". "Por razões que não vale a pena aprofundar, esse não é um instrumento que, nas atuais circunstâncias políticas, Portugal possa usar com a largueza com que outros países o podem fazer", disse, referindo que Lisboa está a preparar três candidaturas, nos domínios das infraestruturas rodoviárias, ambiental e agrícola - projetos que, desde 2014, se resumiam "a uma lista"
* O anterior ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal era imbatível em política de subserviência, a diferença para o actual é bem nítida.
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