palavras
1. A promessa de duas bofetadas fez cair um ministro. Já caído nas bocas do Mundo, defendido e atacado na rede social que escolheu para tal "desabafo", João Soares explicou, no seu pedido de demissão, não aceitar "prescindir do direito à liberdade e à palavra".
2. A artista plástica Joana
Vasconcelos deu a conhecer o que levaria numa mochila se fosse
refugiada. Joias, óculos de sol, phones e o ipad foram palavras que
levaram a críticas tão fortes como uma tonelada de panelas Silampos.
3.
António Grilo, subdiretor do Colégio Militar, admitiu que os alunos
homossexuais são convidados a sair daquela instituição. A vergonha por
tais palavras terá levado o chefe do Estado-Maior do Exército, general
Carlos Jerónimo, a pedir a demissão. Marcelo aceitou de rajada.
4.
Francisco, o Papa que eu gostava de conhecer (e a quem tentaria não
perguntar "porquê tanto branco?"), conseguiu mais alguns pontos a favor
da Igreja Católica. Defende maior integração para os católicos
divorciados e em uniões de facto e pede maior tolerância para os
homossexuais.
Moral da história: quando
Eugénio de Andrade escreveu, em 1972, o poema "As Palavras" não
imaginava que elas puxassem para a reflexão com tanta força como nesta
semana. "São como um cristal, as palavras. Algumas, um punhal, um
incêndio. Outras, orvalho apenas". E foram: cristal, punhal, incêndio e
orvalho.
JORNALISTA
IN "JORNAL DE NOTÍCIAS"
09/04/16
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