HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
"AÇORIANO ORIENTAL"
BE quer proibir financiamento público
de touradas e circos nos Açores
O Bloco de Esquerda/Açores anunciou hoje que apresentou uma
proposta na Assembleia Legislativa para proibir o financiamento público
de espetáculos que inflijam sofrimento a animais, como touradas de praça
e circos.
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"O que nós pretendemos neste momento é vedar o financiamento
público ou outros apoios públicos indiretos a espetáculos que impliquem o
sofrimento ou a morte de animais", frisou o colíder do BE/Açores Paulo
Mendes, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, ilha
Terceira.
O projeto de decreto legislativo regional do BE já deu entrada na
Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores e será discutida na
Comissão de Assuntos Sociais antes de ser debatido em plenário.
Segundo Paulo Mendes, o objetivo da proposta não é proibir a
realização de espetáculos com animais, como as touradas, mas canalizar
as verbas públicas para outras áreas.
"Numa altura em que escasseiam meios públicos para reanimar a
economia e criar emprego, sem que esse emprego seja precário ou mal
pago, e quando falta mesmo apoio público para, por exemplo, promover
atividades culturais que não façam sofrer animais, não podemos consentir
que simultaneamente se esbanje financiamento público num espetáculo tão
dispendioso como é a tourada de praça", frisou.
Se for aprovado, o decreto legislativo regional vai limitar apenas os
apoios concedidos pelo Governo Regional, uma vez que a Assembleia
Legislativa não tem competência para vedar o financiamento público das
autarquias.
O documento propõe a proibição da atribuição de subsídios e a isenção
de taxas e licenças para espetáculos com fins comerciais, beneméritos
ou desportivos que impliquem sofrimento físico ou psíquico de animais.
Nesse sentido, são abrangidos por esta legislação espetáculos como os
circos e as touradas de praça, mas não as touradas à corda, que não
cobram bilhetes.
"As touradas de praça requerem muitos meios. É um espetáculo muito
caro e só é sustentável, neste momento, graças ao financiamento
público", salientou Paulo Mendes.
O dirigente bloquista disse acreditar na aprovação da proposta, tendo
em conta que a iniciativa é consonante com a declaração universal dos
direitos dos animais, que defende que nenhum animal seja "submetido a
maus-tratos e atos cruéis".
"Eu penso que faz todo o sentido que haja um consenso generalizado,
porque afinal de contas ninguém quer contrariar uma declaração universal
dos direitos dos animais, aprovada pela UNESCO [Organização das Nações
Unidas para a Educação, Ciência e Cultura] em janeiro de 1978", frisou.
Segundo Paulo Mendes, esta proposta faz parte de um pacote de
iniciativas que procura cumprir o compromisso eleitoral do BE de 2012 e
uma moção setorial sobre o bem-estar animal aprovada na última convenção
regional do partido.
* As touradas não nos agradam tal como não nos agrada o governo dinamarquês gamar refugiados ou ainda ver uma jornalista rasteirar alguém que foge da morte.
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