HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Accionistas do BPI chumbam
continuidade de Ulrich à frente do banco
A Assembleia Geral do BPI, que terminou cerca das 12h30, chumbou um
ponto da ordem de trabalhos que previa o aumento da idade dos
administradores para além dos 62 anos, o que inviabiliza a recondução do
actual presidente executivo, Fernando Ulrich.
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Para que Ulrich pudesse ser reeleito teria de ser eliminada a regra relativa à idade, pretensão que reuniu 63,68% dos votos expressos, abaixo dos 66,67% necessários para que a medida passasse.
Questionada sobre se a Santoro, segundo maior accionista do BPI,
votou contra a eliminação desta cláusula dos estatutos, fonte próxima da
empresária angolana Isabel dos Santos não confirmou. Contudo, o
Económico sabe que a Santoro foi mesmo a principal responsável pelo
chumbo.
Na reunião magna do banco, insuficientes foram também os 63,62% dos
votos a favor da possibilidade de aumentar o capital do banco até 500
milhões de euros, apenas por decisão da administração. Também neste caso
seriam necessários 66,67% dos votos.
A maioria de dois terços, necessária para aprovar a alteração da
idade dos administradores não foi alcançada. Na AG, "estiveram presentes
ou representados 229 accionistas, detentores de acções correspondentes
a 81,70% do capital social", informa o BPI no comunicado entretanto
divulgado no site da CMVM. Neste é ainda indicado que a AG "aprovou, por
99,99% dos votos expressos, um voto de confiança e louvor ao Conselho
de Administração e ao Conselho Fiscal, extensivo a todos e a cada um dos
membros dos órgãos sociais pela forma como exerceram as respectivas
funções durante o exercício de 2015".
Esta decisão surge no dia em que o CEO do Caixabank, instituição que é
o maior accionista do BPI, afirmou a sua confiança na administração. Em
declarações durante a apresentação dos resultados da entidade
espanhola, Gonzalo Gortázar mostrou um claro sinal de apoio à equipa de
Ulrich.
No início de Abril, em declarações aos jornalistas, à saída de um
evento promovido pela Associação Cristã de Gestores e Empresários
(ACEGE), o presidente do conselho de administração do BPI tinha
afirmado que "Fernando Ulrich é o líder para o futuro do BPI". "Fernando
Ulrich é um homem notável à frente de um banco notável", defendeu
então Santos Silva.
* Foi a ganância da administração do BPI, Ulrich incluído, que depositou grande parte do banco nas mãos de uma das maiores facínoras africanas fruto de tradição familiar.
A vingança é arma dos mais reles, no entanto a OPA pode ditar outras regras.
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