HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
"Não houve nenhum prazo ultrapassado"
. no caso Sócrates
A
procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, disse hoje que "não
houve nenhum prazo ultrapassado" na investigação da Operação Marquês,
que envolve o ex-primeiro-ministro José Sócrates.
"Não
houve nenhum prazo ultrapassado (...). Neste, como noutros casos,
aquilo que tem sido a fase processual tem sido dentro dos prazos que são
admitidos por lei", disse Joana Marques Vidal, numa entrevista ao canal
em português da TDM, a televisão pública de Macau.
A
procuradora sublinhou que o código penal português é "muito
garantístico" e permite às defesas recorrerem de todas as decisões do
Ministério Público, em todas as fases processuais.
.
.
"E
todas as fases processuais, todas as decisões do Ministério Público e
todas as decisões dos juízes de instrução criminal, que têm sido
emitidas nesse e noutros processos, têm sido objeto de apreciação por
tribunais superiores, por juízes de outros tribunais, que já se
pronunciaram várias vezes", acrescentou.
"O resultado dessas decisões vai-se cumprindo. Isso acontece em todos os casos", afirmou ainda.
A
PGR fez estas declarações quando questionada sobre a Operação Marquês,
sublinhando, por diversas vezes, que não comenta casos concretos em
investigação.
Uma nota da
Procuradoria-Geral da República de 30 de março informou que o diretor do
Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Amadeu
Guerra, fixou para 15 de setembro o prazo limite para a conclusão do
inquérito da Operação Marquês.
O
diretor do DCIAP justificou o prazo máximo de 15 de setembro para
conclusão do inquérito com o facto de, além da vasta prova a analisar e
relacionar, estarem ainda em curso diligências de cooperação judiciária
internacional, designadamente três cartas rogatórias.
"Aguarda-se
a devolução das mesmas [cartas rogatórias], estando a ser desenvolvidos
todos os esforços no sentido de acelerar o respetivo cumprimento,
através da cooperação bilateral e das instituições de cooperação
europeias", referia a nota do gabinete de imprensa da PGR.
A
defesa de José Sócrates considerou, no mesmo dia, "absolutamente ilegal
e ridícula" a fixação de 15 de setembro como prazo limite para que o
Ministério Público conclua o inquérito.
"Esta
fixação de datas são absolutamente ilegais e ridículas", disse à
agência Lusa João Araújo, um dos advogados de José Sócrates.
A
defesa de Sócrates alega que os prazos para conclusão da investigação
já foram ultrapassados e lembrou que o Tribunal da Relação de Lisboa
fixou, em 19 de outubro de 2015, o prazo limite para a conclusão do
inquérito.
A Operação Marquês conta com
12 arguidos, entre os quais o ex-primeiro ministro José Sócrates, que
esteve preso preventivamente mais de nove meses, tendo esta medida de
coação sido alterada para prisão domiciliária, com vigilância policial, a
04 de setembro de 2015.
Desde outubro que José Sócrates está em liberdade, embora proibido de contactar com outros arguidos do processo.
Sócrates
foi detido a 21 de novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa, indiciado
pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e
corrupção passiva para ato ilícito.
Além
de Sócrates, são também arguidos no processo o ex-administrador da CGD e
antigo ministro socialista Armando Vara e a sua filha Bárbara Vara,
Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim
Barroca, empresário do grupo Lena, João Perna, antigo motorista do
ex-líder do PS, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Inês do
Rosário, mulher de Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade
Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro.
O MP enviou uma carta rogatória para Angola para constituir arguido o empresário luso-angolano Helder Bataglia.
* Uma pessoa idónea e sem medo como a PGR não pode agradar a bandidos!
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