19/04/2016

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 HOJE NO 
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Caso BPI. 
Portugal à espera de retaliações de Angola

Diploma de Costa promulgado por Marcelo retira poder de bloqueio a Isabel dos Santos nas negociações com o CaixaBank no BPI. Nos meios económicos e diplomáticos já se conta com as consequências para as relações de Portugal com Angola
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Os meios diplomáticos e económicos estão à espera da retaliação de Angola, depois de ontem o Presidente da República ter promulgado um diploma que, na prática, fragiliza a posição de Isabel dos Santos no BPI. “Vai haver retaliações, isso é certo”, é o comentário mais ouvido nos contactos feitos pelo i junto de fontes conhecedoras das relações económicas entre Portugal e Angola.

“Há várias maneiras possíveis de reagir. Uma delas é adiando e causando problemas em negócios que ainda não estão completamente fechados, como é o caso da fusão entre o Millennium e o Atlântico em Angola, ou em investimentos que estão a ser ponderados em Portugal”, antevê uma das fontes ouvidas pelo i, lembrando que a quebra das exportações portuguesas para Angola pode vir a acentuar-se.

“Portugal já foi o quarto maior exportador para Angola; agora, as exportações caíram mil milhões de dólares. Mas ainda podem cair mais se forem criados entraves”, alerta a mesma fonte.

“Há várias formas de reagir. Uma delas é restringir as divisas por forma a dificultar os pagamentos às empresas e trabalhadores portugueses, outra é dificultar novos contratos a empresas portuguesas”, avisa outra fonte.

Numa coisa todos estão de acordo: as empresas de construção que ainda têm pendentes contratos de adjudicação de obras públicas angolanas podem vir a ter a vida dificultada.

A decisão do Banco de Portugal de não conceder o estatuto de idoneidade a Isabel dos Santos para esta entrar para a administração do Banco BIC foi a gota de água para a empresária angolana deixar cair as negociações, até aí aparentemente bem encaminhadas com os espanhóis.

Mas fontes conhecedoras dos meios económicos angolanos asseguram que a forma como António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa falaram publicamente sobre o pré-acordo não ajudou. “É não conhecer como funciona África. Em Angola não se pode dar como certo e falar publicamente de um acordo que não está formalmente selado”, comenta uma fonte ouvida pelo i.

Quem acompanha a situação das relações entre Lisboa e Luanda espera agora para, nos próximos dias, saber o que virá no “Jornal de Angola”, o órgão oficial daquele país e cujo editorial pode dar o tom da reação ao caso BPI.

Certo é que as fontes ouvidas pelo i, mesmo temendo as consequências económicas desta situação, admitem que Costa teria pouca ou nenhuma margem para agir de maneira diferente. “Costa fez bem. Não é por ser a filha de José Eduardo dos Santos que devia fazer diferente”, comenta uma fonte diplomática. “Não havia já outra solução”, concorda outra fonte.

Marcelo contradiz Costa 
Ontem, logo após a promulgação do diploma que tinha sido aprovado no Conselho de Ministros da última quinta-feira, António Costa apressou-se a dizer que o diploma para a desblindagem dos estatutos da banca não foi feito à medida do caso BPI, mas isso não deverá ser suficiente para travar uma reação angolana – sobretudo depois de o próprio Presidente ter admitido que a lei esteve retida à espera do desfecho das negociações entre Isabel dos Santos e o CaixaBank.

“Há cerca de oito instituições financeiras em Portugal que têm estatutos com restrição dos direitos de voto e aprovámos efetivamente, na quinta-feira passada, um diploma que prevê regularmente que os acionistas tenham de rever a manutenção dessas restrições”, esclareceu o primeiro-ministro em reação à promulgação do diploma, à margem de uma visita a Paris.

Horas depois, em Lisboa, Marcelo haveria de reconhecer que há uma ligação entre o decreto promulgado e o caso BPI. Mais: o Presidente admitiu que concertou com Costa reter o diploma à espera do desfecho das negociações entre Isabel dos Santos e os espanhóis. “Retivemos a lei à espera que houvesse acordo”, confessou aos jornalistas, lamentando a solução “possível”, que não considera ser a ideal.

* Desde que este blogue existe (2009), zurzimos fortemente em "zedu", famigerada família e restantes apaniguados, se Portugal "abriu as pernas" a estes crápulas é porque conveio a muita gente, agora são os portugueses residentes em Angola que vão pagar.
Para bem do país ficamos satisfeitos que o PR prefira conjugação de esforços com o governo, dizendo não à politiquice.


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