HOJE NO
"OBSERVADOR"
João Soares demite-se por não
. “prescindir do direito à opinião”
João Soares pede demissão de ministro da Cultura depois do caso das bofetadas. “Faço-o por razões que têm a ver com a minha profunda solidariedade para com o Governo“,
escreve, num comunicado enviado à agência Lusa.
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António Costa já
aceitou a demissão e figuras da Cultura dizem que foi “atitude
adequada”. Gabriela Canavilhas, deputada do PS e antiga ministra da
Cultura, negou ao Observador que venha a suceder a Soares.
No
pedido de demissão das suas funções no Governo, apresentado ao
primeiro-ministro, João Soares invoca razões de solidariedade com o
executivo, anunciou a Lusa.
Torno público que apresentei esta manhã ao senhor primeiro-ministro, António Costa, a minha demissão do XXI Governo Constitucional. Faço-o por razões que têm a ver com a minha profunda solidariedade com o Governo e o primeiro-ministro, e o seu projeto político de esquerda”, salienta João Soares no comunicado enviado à agência Lusa.
No mesmo comunicado, João Soares
sublinha “o privilégio que representou” para ter integrado este Governo.
“E ter trabalhado com o primeiro-ministro, a quem agradeço a confiança.
Demito-me também por razões que têm a ver com o meu respeito pelos
valores da liberdade. Não aceito prescindir do direito à expressão da
opinião e palavra”, acrescenta.
João Soares começou por escrever
na manhã de quinta-feira na sua página de Facebook que estava a dever
“duas bofetadas salutares” ao crítico Augusto M. Seabra e também ao
historiados Vasco Pulido Valente, ambos cronistas do Público. Ao longo
da tarde, João Soares afirmou era “um homem pacífico”. “Não reagi a
opiniões, reagi a insultos. Peço desculpa se os assustei”, disse. À
noite, o primeiro-ministro reforçou este pedido de desculpas, afirmando
que os ministros têm de ter consciência da sua posição.
Nenhum
partido chegou a pedir a demissão do ministro, embora o PSD já tenha
pedido esta manhã a presença do ministro na Assembleia da República. O
curto mandato de João Soares ficou marcado também pela demissão de
António Lamas, presidente do CCB. Foi substituído por Elísio
Summavielle, que contactado pelo Observador preferiu não fazer quaisquer
comentários sobre a demissão do ministro.
* Em políticos honestos os erros primários pagam-se caro, João Soares fez bem. Desejamos que o ministro da Defesa demita o sub-director do Colégio Militar cujas afirmações foram muitíssimo mais graves das proferidas pelo ex-ministro da Cultura.
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