HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
CDS vai alterar projecto e pedir
rejeição dos programas de
Estabilidade e Reformas, PSD apoia
O CDS-PP anunciou hoje que vai alterar o projecto de resolução sobre
os programas de Estabilidade e Nacional de Reformas, pedindo a sua
rejeição, o que obrigará todos os partidos a tomarem uma posição sobre
os documentos.
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“Ouvi há pouco dizer PCP e PEV que o CDS na verdade não queria votar
os documentos. Que fique claro que, da parte do CDS, iremos alterar o
número dois [do projecto de resolução]: onde se diz para votar passará a
dizer-se recusamos o Plano de Estabilidade apresentado pelo Governo.
Desde já digo que o CDS votará contra este Plano de Estabilidade”,
afirmou o deputado centrista Nuno Magalhães, já no final do debate sobre
aquele documento e do Programa Nacional de Reformas, que decorreu esta
tarde na Assembleia da República.
Depois da intervenção do deputado do CDS-PP, o deputado do PSD
António Leitão Amaro afirmou que o partido “apoiará este projeto de
resolução”, porque “quer chumbar” os programas de Estabilidade e
Nacional de Reformas.
Na semana passada, o CDS apresentou um projecto de resolução que
recomendava, no seu ponto dois, que o Governo submetesse os programas de
Estabilidade e Nacional de Reformas 2016-2020 a votação pelo plenário
da Assembleia da República.
Agora, ao inscrever a rejeição no projeto de resolução, o CDS-PP
acaba por forçar os partidos da esquerda (que apoiam o Governo no
parlamento mas que são contra as regras europeias na base da elaboração
destes programas) a manifestarem-se sobre os documentos, através do
voto.
“Agora ganhem coragem, organizem-se e sobretudo façam aquilo que é
normal em democracia. A nossa vontade é feita no sítio certo e através
do voto”, afirmou Nuno Magalhães, dirigindo-se às bancadas da esquerda.
Na terça-feira, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou
que o partido “não apoia” o Programa de Estabilidade, por considerar
que o documento contém constrangimentos europeus que impedem o
crescimento nacional.
Por sua vez, a porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins,
recusou, também na terça-feira, que os documentos vão a votos,
considerando que o Governo não precisa de votos de confiança, apesar da
“divergência de sempre” do partido com o Semestre Europeu.
“Para nós não há aqui um problema e não vale a pena criarmos problemas onde eles não existem”, acrescentou Catarina Martins.
Os programas de Estabilidade e Nacional de Reformas foram debatidos
hoje no plenário da Assembleia da República, com os deputados do CDS-PP a
insistirem numa tomada de posição dos partidos da esquerda.
“Chegamos aqui quase a uma situação surreal, em que todos dizem que
são documentos estruturantes e importantes, mas não votamos”, criticou o
deputado CDS-PP, considerando que “o voto no PCP e no Bloco de Esquerda
é inútil”.
O projecto de resolução do CDS-PP tem votação agendada para
sexta-feira e os programas têm de ser remetidos à Comissão Europeia até
ao final do mês de abril, de acordo com as regras do Semestre Europeu.
* Prosaicos e folclóricos, a anterior maioria quer mandar mas tem de se pôr em bicos de tamancas e não chega lá.
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