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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Só 19% dos filhos de mulheres com
a 4.ª classe têm sucesso escolar
Estudo realizado pela Direção-Geral de Estatísticas de Educação comprova grande impacto do nível socioeconómico das famílias
A
conclusão não é nova nem surpreendente: há muito que se sabe, através
de estudos e comparações nacionais e internacionais, que as habilitações
literárias dos pais são um bom indicador das expetativas de sucesso
escolar dos filhos. Mas esta é a primeira vez que o Ministério da
Educação faz um levantamento de toda a sua rede - centrado nos alunos do
3.º ciclo de escolaridade - e chega a números definitivos.
E estes números são preocupantes: entre os estudantes cujas mães têm a quarta classe ou menos, apenas 19% têm percursos escolares de sucesso. Quando as mães têm habilitações ao nível da licenciatura ou bacharelato, a realidade é quase oposta: 71% de sucesso.
O
critério de sucesso estipulado para este estudo da Direção geral de
Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) combina a avaliação interna
com os resultados alcançados pelos estudantes nos exames nacionais de
Português e de Matemática do 9.º ano. Para ser considerado um aluno de
sucesso, este tem de concluir o 9.º ano sem retenções no seu currículo,
conseguindo também uma nota positiva em ambos os exames nacionais.
Apesar
destas conclusões, a DGEEC constata também que o insucesso não é uma
fatalidade para os alunos, dando os exemplos dos distritos de Braga e
Viseu, onde alunos cujas mães tinham qualificações muito baixas tiveram
desempenhos superiores aos do distrito de Beja entre filhos de mulheres
com o 12.º ano completo.
Numa nota de
imprensa, o Ministério da Educação defende que "este estudo reforça a
necessidade de colocar o foco na melhoria das aprendizagens e na
inovação pedagógica como estratégia para a melhoria dos resultados,
suportada pelo facto de ser possível inverter tendências preditas pelos
baixos rendimentos".
A análise da DGEEC
centrou-se nos alunos das escolas públicas - porque são os únicos para
os quais o Ministério da Educação tem indicadores socioeconómicos
completos. A escolha das mães como termo de comparação foi uma opção dos
autores do trabalho que, no entanto, fizeram também uma simulação com
os dados relativos aos pais, com resultados "semelhantes".
* Este elitismo tem de ser combatido para haver uma sociedade mais justa e menos corporativa.
* Este elitismo tem de ser combatido para haver uma sociedade mais justa e menos corporativa.
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